Guilherme Rodrigues
Notas Báquicas
Degustação à cegas: rosés
Aposta certa no calor, os vinhos rosés, ou rosados, ainda sofrem um pouco pelo preconceito de muitos consumidores. Vamos repetir, mais uma vez, que essa má vontade não faz o menor sentido. É certo que não existe nenhum grande rosé para equiparar-se aos maiores tintos e brancos. Exceto os champagnes rosés, mas estamos aqui falando em vinhos tranquilos, sem borbulhas. Mas isso de não haver quantidade de rosés acima de 95 pontos não é demérito.
É preciso saber comparar e entender o vinho. Salvo raras exceções, é um vinho casual, para dar prazer sem muita complicação e a preço acessível. Especial em climas quentes, aliás berço de origem de grande parte dos mais famosos rosés. Mas também vai lindamente em ambientes mais frescos e nasce muito bem, mais delicado e fino, em terroirs mais frescos, como o vale do Loire na França.
Considerando então esse patamar de qualidade e de preço, o rosé nada fica devendo aos tintos e brancos da mesma faixa. Tem a vantagem de ser muito gastronômico, e fechar lindamente com quase todo tipo de refeição. Desde frutos do mar, passando por carnes, sanduíches, aves, legumes, verduras, petiscos, cozinha oriental, massas e assim por diante.
Não são vinhos longevos, melhor consumi-los nos primeiros três a cinco anos de vida, quando retém maior frescor e qualidades. A temperatura ideal situa-se em torno dos 7 graus C, ou pouco menos se faz muito calor.
Testamos às cegas 13 dos melhores rosés disponíveis no mercado, a preços acessíveis. Após provar as amostras às cegas, em copos de degustação numerados, sem conhecer o rótulo, selecionamos os seis campeões para mostrar aos leitores. A degustação transcorreu no inspirado restaurante Cantina do Délio, com o serviço perfeito. Os sommeliers da casa que organizaram a degustação são Murilo Canabrava Buchmann e Ricardo Alcaraz, com a ajuda do garçom Celestino Antol