Dani Machado
Mesa Afora
Os restaurantes convidam: Rubens “Catarina”, chef executivo do restaurante D.O.M, conversou comigo sobre este assunto
Recebi esta semana o release de mais um jantar em collab que vai ocorrer agora em setembro. O primeiro, já contei para vocês semana passada, vai ser do Restaurante Origem (Salvador) + Lasai (do Rio de Janeiro). Os chefs Fabrício Lemos e Lisiane Arouca recebem o premiado Michelin Rafa Costa e Silva. Você pode ler aqui.
Na mesma semana, também em Salvador – que eu já afirmei que está cada vez mais reconhecida na gastronomia - , o chef Peu Mesquita recebe Rubens Catarina, chef do qual já foi estagiário, para um jantar colaborativo em seu restaurante Pepo & Amici.
Já faz algum tempo que eu vejo esta movimentação e estava querendo saber mais para entender quais as vantagens de abrir a cozinha e receber chefs de outros estados e muitas vezes até intercâmbio entre países. Para entender melhor esse movimento, bati um papo com o chef Rubens Catarina. Segue entrevista:
Rubens, quantos eventos em outros restaurantes você já fez este ano?
Foram 12 ‘restaurantes convidam’ este ano pelo Brasil. Tem alguns que são destaques, mas para mim foram 12 amigos que me convidaram este ano. Com muito prazer recebi estes convites e também tive muito prazer em conviver com eles e entender um pouco da cozinha, do conceito de cada um e em poder mostrar um pouco da minha comida também.
E o que você acha sobre este intercâmbio de cozinhas?
Super importante. Na verdade, eu olho isto a nível pessoal. Quando eu falo pessoal, não o meu pessoal, mas de pessoas, claro que pra mim é super legal, eu conheço o conceito das casas, fico mais próximo de amigos, conheço pessoas do meio, produtos novos. Mas quando eu falo do nível pessoal, eu falo de equipe, porque a equipe está tendo contato com outro cozinheiro, uma troca de informação, de experiência, um olhar novo perante aos ingredientes e isto é muito importante, principalmente por isto. E pelo cliente que, muitas vezes, não consegue viajar para ir comer em outro restaurante e tem a oportunidade de provar outros pratos deste chef de outro lugar que tá indo para região. Isto é o ponto principal e alto destas trocas, mais que qualquer outra coisa.
Chef, você cozinha com chefs que já conhece ou aceita também convite de outros restaurantes?
Sim, principalmente com amigos, 90% das vezes. Mas tem muita gente que contrata para fazer este trabalho e também e já fiz collabs com pessoas que eu nunca tinha visto na minha vida, mas já conhecia o trabalho e eu já era fã de rede social, escutava o nome, lia sobre, mas nunca tinha o prazer de conhecer pessoalmente. Ter esta grata surpresa de conhecer estas pessoas e cozinhar ao lado delas sempre é incrível.
O que você acha da cozinha do Peu (chef do restaurante no qual Rubens cozinha em parceria na próxima semana)?
Falar do Peu sempre é fácil. Ele foi meu estagiário na época que dava muito trabalho ainda, dor de cabeça, atrasava, errava, deixava de botar etiqueta. Mas esta é uma lagartinha que se desenvolveu e virou um baita cara que em especial entendeu o que o mercado aceitava e conseguiu fazer um italiano de fácil assimilação. Eu já tive o grande prazer de comer lá e entender o que ele fez e que tem espaço para fazer o que o cliente busca. Já está fazendo o nome dele dentro da gastronomia, para casa dele também é muito importante esta troca com alguns nomes da gastronomia do Brasil e Salvador virou um ponto gastronômico dentro deste país.
Você já cozinhou em Salvador antes?
Sim, inclusive duas vezes no Origem. Primeira vez há muitos anos. Depois, tive o prazer de cozinhar novamente ano passado e me emocionei em ver o tamanho que eles estão. Salvador é maravilhosa, tenho grandes amigos, pessoal do Manga Restaurante, Kaywa Hilton do Boia o próprio Pedro, tenho pessoas que eu considero super importantes e que trabalham e são donas de restaurantes lá. Então isto é quase como se eu estivesse em casa. Sempre bom voltar a Salvador, mais uma vez um grande destaque da nossa gastronomia que vai muito além de acarajé, vatapá e azeite de dendê.
E qual a expectativa para o evento no Pepo & Amici?
Não quero dar muito spoiler, mas está bem alta. Encontrar depois de um tempo o Pedro e ver o trabalho dele valorizado, merecidamente, pra mim, é super importante. Eu vou fazer um menu autoral, os pratos que eu faço eu gosto de fazer à parte dos restaurantes, eu gosto de mostrar meu trabalho com a minha cara. Expectativa está lá em cima, quero em conjunto com o Pedro fazer uma noite maravilhosa em que todo mundo se sinta muito bem e possa entender a nossa comida e o que a gente faz. Que seja inesquecível.
E neste teu menu autoral, vai ter surpresinhas iguais as sobremesas que você apresentou nos menus dos Restaurantes Osso e Pacato? (boas surpresas posso afirmar).
Isto já está virando uma marca registrada eu vou em algum momento tirar o cliente da zona de conforto, às vezes mais atrevido, outras menos. Mas sim, vai ter uma pré-sobremesa um pouco diferente lá. A ideia é ter uma surpresinha, não tão ousada, mas tenho certeza que vai caber muito bem para a ocasião esta brincadeirinha.
Mais que respondida todas as minhas dúvidas. Eu tive esta liberdade de fazer estas perguntas para o chef Rubens Catarina porque já estive com eles em diversas oportunidades e minha admiração pela pessoa dele só cresce. Ele é uma das pessoas mais educadas e respeitosas que eu conheço. Espero um dia poder entrevistá-lo no meu Podcast para mostrar este lado dele para vocês.
Para quem ficou com vontade de ir ao jantar, segue informações:
Data: 26 de setembro
Local: R. Amazonas.1.111 - sala 6 – Pituba, Salvador (BA)
Valor do menu: R$300 por pessoa (sem bebida); R$150 Harmonização
Reservas: (71) 994022111