Ovo não se lava. É uma questão de saúde!

Se tem uma boa prática que aprendemos (ou deveríamos ter aprendido) com a pandemia é a higienização das compras. Dois anos se passaram, as vacinas vieram para nos proteger e a pandemia está bem próxima do fim. Mas seja sincero: você continua higienizando o que compra do mercado?

Se sim, parabéns! Você criou um bom hábito que continua sendo recomendado, com ou sem Covid. Se não, que tal aproveitar hoje para relembrar o hábito, e implementá-lo no dia a dia? Higienizar é bom, faz bem, nos protege... MENOS O OVO!

Pois é. Parece contraditório, porém como toda regra, há exceções! E uma bem importante delas é com relação aos ovos. Já lhe adianto: não, não devem ser lavados!

O principal risco no consumo dos ovos é a temida salmonella, aquela intoxicação feroz e chata, que além de nos prover dias e noites de rei (da cama pro trono, do trono pra cama...) também pode se tornar grave e, em casos extremos, levar até a morte. É importante frisar que há outros riscos também, mas este seria o principal e o utilizaremos como exemplo aqui.

Muito se fala sobre o consumo de gema mole e seus riscos. Bom, aqui vamos já deixar claro uma coisa: HÁ UMA DIFERENÇA ENTRE “MOLE” E “CRUA”. A gema mole é atingida a uma temperatura de cerca de 68 °C, suficiente para eliminar os riscos de contaminação.

A 68°C a gema JÁ ESTÁ COZIDA, porém não COAGULADA (a temperatura de coagulação é a partir dos 70°₢). Claro, estamos falando de um cozimento ideal, em toda superfície.

Em casa, com panelas caseiras e sem medidores (termômetros por exemplo), o risco sempre existirá! A dica é: se gosta de ovos gema mole (não crua), certifique-se da procedência dos ovos que compra, atente-se sempre a data de produção e validade, e nunca compre ovos rachados/quebrados. Ainda assim, O RISCO EXISTIRÁ. A intenção é minimizá-lo.

Indo além do tema “gema mole”, acima citei a “casca rachada”. E é aqui que iremos aprofundar sobre lavar ou não os ovos. A Salmonella é uma bactéria relativamente normal no trato digestivo das aves, ou seja, seria comum encontrá-la nos ovos.

Porém, a grande maioria das bactérias não está dentro do ovo, mas sim FORA, na superfície da casca!

A casca é uma proteção do ovo, para impedir a entrada de outros microrganismos. Seu material é poroso, permitindo a troca de gases. Mas sendo porosa, está sujeita a trocas além de gases, como, por exemplo, bactérias. Por isso, é importante não consumir ovos rachados e/ou quebrados, pois ali está uma porteira escancarada para bactérias contaminarem o interior.

Ok Rui, mas e o não lavar? A água e o ato de limpar a casca “retira” esta proteção natural, deixando a casca ainda mais porosa do que é. Você pode até pensar que estaria eliminando as bactérias com seu potente detergente mas, infelizmente, não. É mais provável que você não elimine na totalidade, e as que restarem estarão com a faca e o ovo na mão para entrarem e se proliferarem no interior do ovo! Entendeu o risco?

Vale salientar um ponto: aqui estamos falando da limpeza AO COMPRAR os ovos! A indicação é armazená-los “sujos”, de maneira adequada (na geladeira). Porém, IMPORTANTE: você pode sim lavar os ovos NO MOMENTO DE CONSUMI-LOS! Desta maneira, você pode retirar eventuais impurezas (terra, penas da galinha entre outros) e não dar “tempo” para que as bactérias se divirtam.

Já sabia de todas estas dicas? Compartilhe estas informações com aquela pessoa que ainda lava os ovos, e me siga em minhas redes sociais para ter dicas diárias de #comidadeverdade!