Com certeza você já ouviu falar sobre o “Vinho do Porto” ou “Espumante de Champagne”, certo? São produtos centenários, que despertam desejo tanto em apreciadores da boa gastronomia como em consumidores comuns, que gostam de experimentar coisas novas (e conhecidas).

Mas, o que torna estes produtos tão especiais? O que faz deles tão reconhecidos, desejados e admirados no mundo todo? Aliás, de qual porto veio este vinho aí – será que é de Paranaguá?

Na realidade, estes e centenas de outros produtos ao redor do mundo têm algo em comum; eles são Indicações Geográficas. O termo é um reconhecimento mundial de que um insumo, prato ou produto só é produzido em determinada região do mundo, de determinada maneira e respeitando determinados processos de produção.

Ou seja, “Champagne” na realidade é somente o espumante da região homônima, no nordeste da França. E o vinho “do Porto” é da cidade do Porto, em Portugal (poxa, parnaguaras, eu tentei...).

Este reconhecimento é também uma formalização sobre aquele produto. Isto significa que ele possui os “direitos” sobre esta nomenclatura, e deve ser reconhecido e respeitado como tal.

Por isso, vemos em vários produtos no supermercado o termo “tipo” – espumante “tipo” champagne, vinho “tipo” do Porto, queijo “tipo” gouda, camembert, brie... Todos esses são produtos que realizam os mesmos processos dos originais, porém como não estão dentro da limitação geográfica estabelecida pela Indicação Geográfica, não podem utilizar o nome conhecido. Então, utiliza-se o “tipo”.

Cada país é responsável por gerir o processo de seus produtos, respeitando um processo global estabelecido há muitos e muitos anos. No Brasil, o responsável é o INPI – Instituto Nacional da Propriedade Intelectual.

Todas as nossas IGs passaram por um longo processo até obter o reconhecimento, válido no mundo todo. Este processo é importante pois certifica que os produtos têm realmente algo diferenciado, algo que deve ser reconhecido e valorizado pelos consumidores, e também pelos próprios produtores como motivo de orgulho por seus trabalhos.

No Brasil, estamos comemorando a 100ª IG no dia de hoje (8/12), e em um evento muito especial. Vale destacar que o Paraná possui lugar de destaque no cenário nacional quando se fala em IGs, com 12 selos já conquistados e outros em processo final de reconhecimento.

E dada esta importância no âmbito nacional (somos o 3º maior estado em número de IGs), entre os dias 8, 9 e 10/12 Curitiba recebe o V Encontro Nacional das Indicações Geográficas – Origens Brasileiras, promovido pelo Sebrae e Parceiros.

O encontro nacional será realizado no Memorial de Curitiba, com rodas de discussões, palestras, momentos de venda de produtos e também degustações exclusivas de produtos com IG. Representantes do Brasil todo se reunirão para discutir propostas para o futuro, trocar experiências e também conhecer colegas que fazem trabalhos incríveis com suas comunidades locais.

É uma grande oportunidade para conhecer o que nosso Brasil tem de história, cultura e trabalho com alimentação. Lembre que uma IG não é apenas um produto bom, mas também uma história longeva de comunidades que valorizam e respeitam sua própria cultura. E quer maneira melhor de conhecer uma cultura do que com a alimentação?

As inscrições são gratuitas, e os horários e programações
estão disponíveis no site Home
| Origens Brasil (origensbrasileiras.com.br).

Bom, como estamos falando de alimentação, porque não comer um prato com uma IG?

Para valorizar a “Semana Origem”, 26 chefs de Curitiba
adotaram os produtos IG em um de seus pratos, e estarão preparando-os para
todos que queiram experimentar e saborear estas delícias. Cada cozinheiro
adicionou uma IG, como por exemplo a goiaba de Carlópolis/PR, melado de
Capanema/PR e queijos de Witmarsum (Palmeira/PR). A relação de restaurantes e
pratos criados está no site Semana Origem |
Origens Brasil (origensbrasileiras.com.br)!

E você, está preparado para degustar um pedacinho da nossa história?