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Gastronomia do litoral paranaense foi tema de missão técnica do SEBRAE/PR.

Rui Morschel

Comida de Verdade

Que belezas gastronômicas tem o nosso litoral?

12/09/2023 12:37
Você gosta de ostras!? E num almoço, a combinação de
barreado pro prato principal e bala de banana de sobremesa lhe parece uma boa
opção!? Ah, e se a gente degustar uma boa cachaça no caminho, que tal?
Tudo isso parece um excelente menu degustação, não é mesmo!? E se eu te contar que aqui pertinho, no nosso litoral paranaense, está a ostra que já foi considerada uma das três melhores do mundo por especialistas, as balas de banana que só contêm banana e açúcar envoltas em embalagens de papel, o prato típico paranaense de mais de 300 anos e a cachaça que já levou a medalha de ouro na principal competição de cachaças do mundo!? É meu amigo/a, o Paraná tem MUITA coisa boa eu você vai conhecer agora (se já não conhece).
Nos dias 20, 21 e 22 de julho, participei de uma missão técnica realizada pelo SEBRAE/PR no litoral paranaense. O objetivo da missão era conhecer presencialmente os produtores desses quatro produtos acima citados, aprender com seus métodos de produção e diferenciais e, claro, degustar seus produtos! Participaram deste evento mais de 40 produtores de todas as regiões do Paraná, que também trouxeram seus incríveis produtos para conhecermos, como o café de Mandaguari/PR, a goiaba de Carlópolis/PR e o melado de Capanema/PR, entre outros.
Durante os três dias de imersão, nossa primeira parada foi em um produtor de ostras de Cabaraquara, em Guaratuba. Lá, são mais de dez famílias produtoras de ostras muito especiais! A região de Cabaraquara está entre duas áreas de proteção ambiental, é o desemboque de mais de 20 rios da Mata Atlântica e foi a primeira do Brasil a ter cessão de água para produção dos animais. Isso significa que as ostras de lá são obrigatoriamente de espécie nativa (ao contrário das famosas primas catarinenses, que são de uma espécie japonesa), possuem um sabor doce no paladar por conta da quantidade de água fluvial e ainda são referência no Brasil todo! E vale dizer que a alguns anos atrás, um pesquisador internacional que já viajou o mundo conhecendo e degustando ostras cravou: essas ostras estão entre as três melhores que já comi em minha vida! E isso, eu assino embaixo! Eu e até o pessoal do Norte Pioneiro/PR, que nunca havia comido ostras, mas encararam o “medo” e, no fim, quase levaram um isopor pra casa!
A segunda parada foi nelas, as amadas balas de banana de Antonina/PR. Patrimônio da cidade (e dos nossos corações), conhecemos as duas fábricas produtoras do doce. Lá, pudemos ver como é feito todo o processo, desde o descasque das bananas até o cozimento, corte e embalagem final. Curiosidade: as máquinas de uma das fábricas são as mesmas da década de 70, que inicialmente foram projetadas para embalar cigarros e depois se tornaram embaladoras destas delícias locais! O ponto mais inspirador da visita foi conhecer como as fábricas trabalham fortemente com os produtores de bananas, que são em sua maioria da agricultura familiar. Uma semana antes, uma forte tempestade avassalou a propriedade de um deles, que perdera praticamente 80% de sua produção de bananas que ainda estavam verdes e não prontas para entrega. O que foi feito? A fábrica absorveu a totalidade das bananas, mudou sua escala de armazenamento para poder amadurecê-las e produzir balas com elas. O resultado foi um impacto nulo no planejamento financeiro do produtor, e um impacto de 100% no modo de nos relacionarmos com nossos fornecedores/parceiros. Uma verdadeira família!
No almoço, a tradição! Nos dividimos em vários pequenos grupos e pudemos conhecer alguns dos 11 restaurantes que fazem o legítimo barreado (nove em Morretes/PR, um em Antonina/PR e outro em Paranaguá/PR) – sim, o barreado não é só de Morretes, mas do Litoral/PR!! Por mais que possa soar uma experiência normal para qualquer pessoa que viva a 100 quilômetros do litoral, há muitos paranaenses para além dos Campos Gerais que nunca haviam experimentado o barreado – e acompanhar suas reações no famoso “teste do barreado” foi algo memorável!! Ao fim, tudo certo! Todos conheceram este prato do século 17 que é feito da mesma maneira tradicional até hoje e nenhum deles teve que trocar de roupa, por mais que a torcida tenha sido para tal!
Por fim, após um dia de intensas trocas em um momento de reuniões entre os produtores, partimos para um happy hour!! Fomos conhecer um dos três produtores de cachaça de Morretes/PR que possuem o registro de Indicação Geográfica e podem, de fato, utilizar este nome em seus produtos (todos os outros produtores que citei também possuem tal registro para seus produtos). Conhecemos a produção, o estoque de barris em envelhecimento (ahh e o cheiro deste local é maravilhoso!) e ouvimos histórias e mais histórias deste produto que também possui mais idade que todos nós, leitores e escritor. Para complementar, experimentamos um coquetel de vários preparos com os produtos de IG, como barbecue de goiaba, creme de erva mate e palha italiana com bala de banana. O fechamento com chave de ouro para um encontro mais que especial.
Aqui, deixo o link do projeto “Origens Paraná”, onde você pode encontrar todos os produtos que possuem o registro de Indicação Geográfica, suas histórias e curiosidades e também contatos de fornecedores. Aproveito também para indicar todos os locais que visitamos nesta missão técnica, os quais você leitor também pode visitar! Chame os amigos, e que tal conhecer novas experiências neste final de semana!?

Locais visitados

1. Ostras de Cabaraquara (Guaratuba/PR)Sítio Sambaqui
2. Balas de Banana (Antonina/PR)Balas Antonina e Balas Bananinha
4. Cachaças e Aguardentes (Morretes/PR) – Ouro de Morretes, Porto Morretes e Magia da Serra.
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