Desde que decidi me aventurar no mundo das marmitas – e não falo das “fitness” de frango e batata doce, mas sim de porções pequenas e práticas de comida de verdade – recebo com frequência a seguinte pergunta: como fazer pra não juntar água na minha marmita!? Existem algumas coisas que podemos evitar fazer para que isso não aconteça, e para comprovar isso eu fiz um teste caseiro e trago aqui os resultados.

SPOILER: há números de pesquisa altamente científica realizados pela “Universidade de eu mesmo”, mas que funcionaram e te ajudarão a compreender a dica. Além de uma dica bônus no fim, porque estou feliz com os resultados!

Antes do teste, uma breve contextualização: quando fazemos marmitas, estamos porcionando uma quantidade x de alimento para facilitar nosso dia a dia. Normalmente, uma marmita possui a alimentação básica, como arroz, feijão, carne e legumes! Os três primeiros exemplos influenciarão na água da marmita pela quantidade de água que você adicionou ao preparo; se gosta de arroz mais papado ou não, feijão mais caldoso ou não e a carne, se cozida, se com caldo bem aguado ou ralo. Se o objetivo é menos água, é só preparar com menos água. Simples assim.

Agora, vamos ao quarto elemento: os LEGUMES! Aqui mora a diferença maior e é onde o teste se concentrará. Ao invés de adicionar/reduzir água no preparo, o foco é eliminar a água do preparo, ou seja, não utilizar água! Os legumes e vegetais possuem alta concentração de água por si só, e quando passam pelo processo de congelar e descongelamento, esta água tende a “se soltar”, ocasionando aquele líquido pálido no fundo das marmitas. Eliminar a água do preparo significa priorizar o preparo a seco dos legumes e vegetais, como ao grelhar, saltear ou assar no forno. Para elucidar melhor, trago abaixo o teste realizado.

O princípio é básico: preparar 3 pedaços iguais de brócolis de diferentes maneiras e, ao final, avaliar sua quantidade em peso ganha/perdida, quantidade esta diretamente ligada à quantidade de água.

Para isso, coletei 3 pedaços de 10g de brócolis de um mesmo vegetal (calma, eu não procurei 3 pedaços de exatos 10g, mas fui cortando pedaços maiores até chegar no peso desejado – e sim, também deu bastante trabalho!). Após selecionar os pedaços, preparei cada pedaço de uma maneira por 2 minutos (eliminamos aqui os efeitos de peso e tempo para o teste), sendo eles (1) cozido na água, (2) cozido no vapor e (3) salteado na frigideira (panela antiaderente, sem adição de gordura para saltear). Os resultados encontrados foram:

CONCLUSÃO: nos preparos com água (líquida ou vapor), o vegetal absorveu água, enquanto que no preparo a seco o vegetal eliminou água. Isso influencia diretamente em sua quantidade de água dentro da marmita e, consequentemente, em quanto o vegetal irá “deixar soltar” nos processos de congelamento e descongelamento.

Ou seja, quando for preparar sua marmita, grelhe/toste/asse
seus legumes ao invés de cozinhar. Isso fará com que seu sabor se intensifique
(mais concentrado em menor peso total) e evitará que uma grande quantidade de
água deixe sua refeição “molhada”.

DICA BÔNUS: pensando que o objetivo é sempre evitar água na marmita, outra dica é esperar a comida esfriar antes de tampá-la. Quando a comida ainda está quente, o vapor gerado pelo calor da cocção ainda está saindo do alimento (lembre: vapor é água!). Se você tampar logo, este vapor ficará “preso” e se tornará pequenas partículas de água condensada que, ao descongelar e esquentar, se tornará água!

Junte ambas as dicas simples dessa coluna, e observe uma melhora significativa na qualidade das suas marmitas!!

Espero ter ajudado, e nos vemos no próximo texto!