Alê Mocellim

Bom Churrasco

O hambúrguer: da sela do cavalo à grelha – e até a sua churrasqueira

29/05/2025 20:06
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Se você pensava que o hambúrguer veio dos Estados Unidos, você precisa ler isso. Crédito: Gemini Generated Image, a partir de original de Alê Mocellim.

Com certeza, teve gente que aproveitou o Dia Mundial do Hambúrguer, celebrado nesta quarta-feira, 28 de maio, dando aquela mordida sem culpa em um dos pratos mais populares do mundo. Mas o que poucos sabem é que a história desse clássico vai muito além do pão com carne que conhecemos. O hambúrguer tem origens antigas, que atravessam continentes e séculos.
Lá no século XIII, os guerreiros mongóis de Genghis Khan carregavam carne moída sob as selas dos cavalos. O atrito e o calor amaciavam a carne, que era consumida crua nas paradas de batalha. Essa prática viajou até a Rússia, dando origem ao famoso steak tartare.
Mais tarde, na cidade portuária de Hamburgo, na Alemanha, essa carne passou a ser cozida, criando o chamado bife de Hamburgo (Hamburg steak). Quando os imigrantes alemães chegaram aos Estados Unidos no século XIX, levaram essa receita. E foi lá, por volta de 1904, que alguém teve a brilhante ideia de colocar essa carne entre dois pães, criando o sanduíche como o conhecemos hoje.
Ao longo do século XX, o hambúrguer se espalhou pelo mundo e virou símbolo da comida rápida americana. Mas hoje, no movimento da brasa artesanal, ele volta às origens rústicas: carne de verdade, gordura no ponto, grelha quente e sabor defumado.
Como mestre churrasqueiro, posso dizer: o hambúrguer feito na brasa é quase um minichurrasco entre dois pães. Embora tenha ganhado fama na chapa, o preparo na brasa remete às origens mais rústicas da carne moída e resgata o sabor primitivo do fogo. Hoje, com o movimento do churrasco artesanal, o hambúrguer voltou às grelhas — mais autêntico, suculento e com sabor de verdade.
O hambúrguer é composto por vários blends (junção de duas ou mais proteínas), com adição de gordura para propiciar mais sabor e suculência. Porém, existem algumas regras perante a vigilância sanitária na hora de confeccionar e comercializar um hambúrguer, que diz:

“Todo blend de hambúrguer pode ter no máximo 24% de adição de gordura no blend.”
Eu, Ale Mocellim, acho que o equilíbrio entre carne e gordura se encontra nos 30% proporcionais à quantidade de carne moída. Seguindo esta linha, deixo aqui meu blend de hambúrguer bovino preferido para que possa ser replicado em casa, com a família:

RECEITA EXCLUSIVA: blend de hambúrguer na brasa

Proporção:
Carne Magra (kg) = Peso Total Desejado × 0,70
Gordura (kg) = Peso Total Desejado × 0,30
Ingredientes:
  • Miolo do acém
  • Peito bovino
  • Gordura (contra filé, capa do contra filé, picanha, coxão mole)
  • Pão brioche de smash
  • Queijo cheddar
  • Maionese da sua escolha
  • Tiras de bacon
Modo de preparo:
  1. Peça para o açougueiro moer a carne bovina apenas uma única vez. Em seguida, moa a gordura.
  2. Em uma vasilha, junte as carnes com a gordura e mexa bem até dar liga.
  3. Com uma balança, faça bolas com 180 g cada. Molde os hambúrgueres com um aro modelador. (Até aqui, ainda não temperei.)
  4. Acenda a churrasqueira até obter um belo braseiro. Asse as tiras de bacon e reserve.
  5. Com temperatura média (7 segundos de mão), coloque os hambúrgueres para assar, adicionando sal de parrilla original ou temperado.
  6. Minha dica: adicione cascas de árvores frutíferas (macieira ou pessegueiro) para uma leve defumada.
  7. Após 10 minutos, vire os hambúrgueres, adicione sal do outro lado e, depois de mais 5 minutos, coloque o cheddar. Tampe com uma travessa de alumínio para derreter o queijo.
  8. Passados cerca de 10 minutos, o blend está pronto.

Montagem:

Corte o pão brioche ao meio, passe o molho escolhido (maionese, sempre, é a melhor opção — mas aí é com você).
Adicione o blend de hambúrguer e (por que não?) bacon. Tá pronto! Outros adicionais ficam por conta “do cliente”.
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