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Vamos conversar sobre o Guia Michelin 2025? Meus comentários e impressões
Essa semana saiu a nova edição do Guia Michelin para Rio e São Paulo, e muita gente veio me perguntar o que eu achei. Então, aqui vão os meus comentários — com afeto, memória, fome e um tantinho de emoção, como sempre.
A cerimônia desse ano aconteceu no Hotel Rosewood, em São Paulo. O guia voltou ao Brasil no ano passado depois de uma pausa de quatro anos, graças ao investimento das prefeituras de São Paulo e Rio de Janeiro — foram R$ 9 milhões destinados à retomada, que garantiu a permanência do guia até 2026. Um bom incentivo à gastronomia nacional, que ainda carece de políticas estruturadas, mas que tem muito talento e história pra contar.

Os dois estrelas: onde o Brasil brilha
Entre os cinco restaurantes com duas estrelas Michelin, tive a sorte de visitar todos ao longo dos anos — e de compartilhar essas experiências aqui na coluna. São casas que representam o auge da gastronomia brasileira, cada uma com sua identidade, técnica e visão de mundo.
Começo pelo D.O.M., de Alex Atala, provavelmente o chef mais reconhecido do nosso país. O D.O.M. é um marco. Um restaurante que foi revolucionário e que, tantos anos depois, continua no topo. É bonito ver a longevidade do trabalho do Alex sendo reconhecida. Ele segue firme, criativo e provocador.
O Evvai, do Luiz Filipe Souza, é outro nome que acompanho com muito carinho. Ele vem construindo uma trajetória sólida, consistente, com uma cozinha cheia de identidade. A atmosfera do restaurante é envolvente — quando a gente entra, parece estar entrando num espetáculo. Preciso voltar esse ano.
O Tuju, do Ivan Ralston, conheci no ano passado. Já admirava o trabalho dele desde o primeiro Tuju, e o novo restaurante me impressionou profundamente. É uma casa que impõe respeito — elegante, precisa e com um nível de pesquisa que impressiona. É o único restaurante brasileiro com uma área própria de desenvolvimento gastronômico. Um diferencial que impressiona.
O Lasai, do Rafa Costa e Silva, é, pessoalmente, um dos meus favoritos no Brasil. A cozinha dele tem uma delicadeza encantadora. Ele transforma ingredientes simples em pratos únicos. Estar no Lasai é uma vivência íntima e surpreendente. Volto sempre que posso — e sigo indicando com entusiasmo.
O Oro, do Felipe Bronze, visitei no ano retrasado. Felipe é conhecido por seus programas de TV, mas no restaurante mostra um lado autoral e técnico admirável. O menu, o ambiente, o ritmo do serviço — tudo ali é muito bem construído.
As novas estrelas: de olho no que vem por aí
Fiquei feliz com os novos estrelados deste ano. O Oseille, do chef Thomas Troisgros, acabou de abrir e já foi reconhecido. Ainda não conheço, mas estive no Toto, outro restaurante do Thomas, e é maravilhoso. Tem uma pegada de comida conforto elevada, saborosa, com alma e muita técnica. Com certeza o Oseille deve ser incível — está na minha lista para 2025.
O Casa 201, do chef João Paulo Frankenfeld, também entrou na seleção com estrela. É um nome que quero muito conhecer. Me contaram que é um restaurante elegante, focado em ingredientes locais e com um serviço refinado. Fiquei curiosa.
O Kanoe, em São Paulo, comandado pelo chef Tadashi Shiraishi, também entrou no radar. Ainda não fui, mas ouvi elogios — especialmente à precisão e à proposta da casa.
E o Ryo Gastronomia, do chef Edson Yamashita, voltou com tudo. O Ryo já teve estrela Michelin em anos anteriores, ficou um tempo fechado e reabriu em 2024. Fiquei feliz em ver que já retornou à seleção com estrela. Já tive a oportunidade de visitar e, sem dúvida, é um dos melhores restaurantes japoneses que já conheci. Uma experiência respeitosa com a tradição e, ao mesmo tempo, muito autoral.
E o Oteque?
Me surpreendeu ver o Oteque, do chef Alberto Landgraf, perdendo uma estrela nesta edição. Estive lá no ano passado e achei o restaurante impecável: cozinha precisa, ingredientes excepcionais e um atendimento bastante exclusivo. Alberto é um chef meticuloso, com um olhar profundo sobre sabor e técnica.
Estrela Verde: a sustentabilidade em foco
A Estrela Verde é uma categoria mais recente do Guia Michelin, que reconhece restaurantes com práticas sustentáveis, seja no uso de ingredientes de pequenos produtores, no aproveitamento total dos alimentos, na redução de desperdício ou no impacto ambiental da operação.
Esse ano, três restaurantes brasileiros foram contemplados — e todos eles já haviam sido reconhecidos com a Estrela Verde no ano passado. Um sinal de consistência no trabalho e no compromisso com o planeta:
• Tuju, que mantém uma área de pesquisa e desenvolvimento com foco em ingredientes locais.
• A Casa do Porco, que trabalha com cadeia curta, aproveitamento total dos ingredientes e responsabilidade social.
• Corrutela, exemplo absoluto de cozinha consciente — com energia renovável, reaproveitamento e compostagem.
• Tuju, que mantém uma área de pesquisa e desenvolvimento com foco em ingredientes locais.
• A Casa do Porco, que trabalha com cadeia curta, aproveitamento total dos ingredientes e responsabilidade social.
• Corrutela, exemplo absoluto de cozinha consciente — com energia renovável, reaproveitamento e compostagem.
É uma categoria que merece atenção. A cozinha do futuro precisa ser saborosa e sustentável.
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BÔNUS: Bib Gourmand 2025 – a lista que você precisa guardar
Deixo aqui um bônus especial: a lista completa dos restaurantes Bib Gourmand de 2025. É uma seleção incrível de lugares que entregam excelente comida a preços acessíveis — e que muitas vezes guardam surpresas deliciosas. Na minha opinião, alguns deles como Nelita e Kotori mereciam um estrela.
Na sua próxima viagem a São Paulo ou ao Rio de Janeiro, recomendo fortemente visitar o maior número possível desses endereços. Cada um deles tem sua história, seu tempero, e vale muito a experiência. Eu mesma preciso completar a minha lista.
São Paulo (33 restaurantes)
• A Baianeira
• A Baianeira – MASP
• A Casa do Porco (novo em 2025)
• AE! Cozinha
• Balaio IMS
• Banzeiro
• Barú Marisquería
• Bistrot de Paris
• Brasserie Victória
• Capim Santo
• Cepa (novo em 2025)
• Clandestina (novo em 2025)
• Cora
• Corrutela
• Cuia
• Ecully
• Fitó
• Jacó (novo em 2025)
• Komah
• Kotori
• Le Bife
• Manioca
• Manioca da Mata (novo em 2025)
• Mocotó
• Mocotó Vila Leopoldina
• Nomo
• Petí Gastronomia
• Più Higienópolis
• Più Pinheiros
• Shihoma Pasta Fresca
• The Kith
• Tordesilhas
• Zena Cucina
• A Baianeira
• A Baianeira – MASP
• A Casa do Porco (novo em 2025)
• AE! Cozinha
• Balaio IMS
• Banzeiro
• Barú Marisquería
• Bistrot de Paris
• Brasserie Victória
• Capim Santo
• Cepa (novo em 2025)
• Clandestina (novo em 2025)
• Cora
• Corrutela
• Cuia
• Ecully
• Fitó
• Jacó (novo em 2025)
• Komah
• Kotori
• Le Bife
• Manioca
• Manioca da Mata (novo em 2025)
• Mocotó
• Mocotó Vila Leopoldina
• Nomo
• Petí Gastronomia
• Più Higienópolis
• Più Pinheiros
• Shihoma Pasta Fresca
• The Kith
• Tordesilhas
• Zena Cucina
Rio de Janeiro (17 restaurantes)
• Artigiano
• Babbo Osteria (novo em 2025)
• Chez Claude
• Clan BBQ
• Corrientes 348 – Marina da Glória
• Escama
• Giuseppe Grill Leblon
• Haru Sushi
• Henriqueta (novo em 2025)
• Izär
• La Villa
• Lilia
• Marine Restô
• Mäska
• Mr. Lam
• Naga
• Nôa
• Artigiano
• Babbo Osteria (novo em 2025)
• Chez Claude
• Clan BBQ
• Corrientes 348 – Marina da Glória
• Escama
• Giuseppe Grill Leblon
• Haru Sushi
• Henriqueta (novo em 2025)
• Izär
• La Villa
• Lilia
• Marine Restô
• Mäska
• Mr. Lam
• Naga
• Nôa