Sem categoria
Peixes de rio fizeram competidores do MasterChef “nadarem” em episódio
Os peixes de rio fizeram os competidores do MasterChef Brasil “nadarem” no nono episódio, exibido na noite do dia 2 de maio. Seja pelo desconhecimento de uma cozinha típica cobrada na primeira prova, seja pela falta de habilidade ao preparar o filé de um peixe de rio, vários dos cozinheiros amadores receberam críticas pelo resultado de seu preparo.
A primeira prova, com a presença de chefs dos estados do centro-oeste brasileiro, era em grupo: cada equipe tinha 1h30 para preparar um prato principal e uma sobremesa para 60 pessoas. O tempo para o mercado era livre. À disposição dos participantes havia peixes, pequi, castanha de baru e caju, entre outros ingredientes da região.

Deborah pode escolher o capitão para o time adversário e nomeou Mirian para comandar o time azul, decisão considerada estrategista pelos colegas e pela apresentadora Ana Paula Padrão. Convidados para apresentar um prato símbolo de seu estado, os chefs Humberto Marra (Goiás), Ariani Malouf (Mato Grosso), Mara Alcamin (Distrito Federal) e Paulo Machado (Mato Grosso do Sul) participaram como jurados da primeira prova.
LEIA MAIS:

Menu da primeira prova
As opções de prato principal foram similares para as duas equipes: peixe de rio e farofa. “O que vai fazer a diferença é a sobremesa”, analisou o jurado Erick Jacquin, ao que Paola Carosella respondeu: “Ou, por serem muito parecidos, um deles estará muito melhor”. O palpite da chef argentina se provou correto. Liderado por Vítor, o time vermelho preparou peixe pintado com farofa de baru, creme de couve e vinagrete apimentado e arroz doce de pequi e caramelo de sobremesa. Ganhou 58 dos 60 votos populares, além da preferência dos chefs da região, mesmo tendo dois incidentes durante o serviço: um dos pratos tinha um inseto e outro, um fio de cabelo.

O time azul, por sua vez, teve mais problemas que o cardápio apresentado: nenhum dos integrantes da equipe liderada por Mirian estava à vontade para trabalhar com ela e suas decisões eram questionadas porque a líder não ouvia seus colegas em relação a preparos e ingredientes. A mandioca, que deveria ser cozida para engrossar o caldo, não cozinhou a tempo, e o caldo ficou ralo. O peixe foi servido com farofa de guariroba e banana-da-terra e pouco caldo em prato raso, e por isso recebeu uma série de críticas dos jurados. De sobremesa, creme de milho brûlée, cuja casquinha não ficou quebradiça e perdeu pontos por isto. “Todos os ingredientes estão muito tímidos no prato, como a guariroba”, analisou Ariani Maluf.
Prova eliminatória: mais peixe de rio
O time vermelho foi ao mezanino para assistir os integrantes do time azul prepararem truta, um peixe de rio de água fria. Os competidores puderam escolher o peixe, que veio inteiro e eviscerado. Leonardo, Mirian, Fabrizio, Yukotorn, Carolina, Michele, Taise e Aderlize tiveram 3 minutos de mercado e 45 minutos de preparo para apresentar um prato com acompanhamento e molho. “Eles acham que é salmão, que é a vaca do mar, que vai com tudo”, criticou Jacquin ao observar as escolhas dos cozinheiros. “Ervas, manteiga, bacon, alho-poró são ingredientes que combinam”, citou o jurado Henrique Fogaça.

“Estão confundido um peixe de rio com peixe tropical, não acredito nisso”, disse Jacquin sobre a escolha de maracujá de Aderlize e Mirian para fazer o molho. Ambas escolheram batata-salsa para fazer um purê e servir o peixe inteiro. Miriam cortou a cabeça para “caber melhor no prato” e fazer um caldo para a base do molho, enquanto Aderlize assou o peixe inteiro com ervas e cebola dentro. “Serve-se o peixe inteiro sempre com cabeça porque isso mostra que o peixe foi comprado fresco”, ensinou Paola para Mirian. O prato de Aderlize arrancou elogios de todos os jurados, especialmente de Jacquin: “Eu amei, você fez o clássico do clássico e me deixou feliz”, disse.

A maior parte dos competidores preferiu filetar, demonstrar habilidade: Leonardo apresentou um filé com escamas de abobrinha e purê de batata, mas o peixe ficou seco. “Essa apresentação está meio anos 1980, mas um peixe tem que ter sabor e umidade”, criticou Paola. Jacquin foi categórico: “É frescura mal feita”. Seu molho de limão siciliano estava amargo e sem frescor porque cozinhou demais, segundo os chefs.

Fabrizio apresentou um filé com cenoura e quiabo grelhados e maionese de dill, que estava muito sólida. Seu filé foi cortado muito fino e por isso passou do ponto. “Você tem que pensar se quer um filé úmido ou a pele crocante. Se a pele crocante for muito importante, você precisa esquentar uma frigideira de fundo triplo insuportavelmente quente e selar a parte da pele do filé apenas, nunca virar”, ensinou a chef.
Carolina apostou em uma combinação clássica de peixe ensopado com batatas e cenouras. O caldo foi elogiado pelos chefs, mas os legumes estavam crus e o peixe, seco. A competidora “inventou” um termocirculador usando uma fritadeira e cozinhou o peixe em sous-vide a 70 graus C por dez minutos. A estratégia não deu certo para o preparo: como o peixe era ensopado, a técnica mais correta e eficiente seria fazer um peixe pochê no caldo, explicaram os jurados.

Michele fez um filé com molho de manteiga e alcaparra e serviu com batata sauté e alecrim. “Está correto, dentro da média. Mas as batatas estão com cozimento diferente porque cada uma tem um tamanho. É um prato esquecível”, criticou Paola. Taise preparou uma combinação clássica também: aspargos e truta no papelote com molho hollandaise. Apesar de o ponto do molho ter sido elogiado pelos chefs, o sabor era de ovo e o peixe estava seco. “Dá para ver que sua cabeça pensa mais voltada para carne, para porco”, disse Paola.
Um dos mais elogiados, o prato de Yukotorn surpreendeu por equilibrar sua identidade tailandesa. Ela temperou o peixe com missô e gengibre e serviu com ratatouille e purê de ervilhas, batata-salsa e aspargos. “O peixe está muito perfumado, mas a apresentação poderia ser mais delicada”, analisou Jacquin. “Queria te parabenizar: você fez um prato mais mediterrâneo e os ingredientes orientais que você usou deram sabor e não a identidade do prato. Está delicioso e sua escolha de acompanhamento é genial para peixe”, completou, referindo-se ao ratatouille.
Eliminação e próximo episódio
Aderlize, Mirian e Yuko tiveram o melhor desempenho, enquanto Fabrizio e Taise fizeram preparos considerados “corretos”. Leonardo, Carolina e Michelle fizeram os piores pratos da prova, mas o resultado do prato de Carolina foi decisivo para eliminá-la. A saída da física foi lamentada por todo mundo, inclusive pela apresentadora Ana Paula Padrão. “Você é um orgulho para o seu país. Você não precisa desse título, você tem vários. Abraça esse talento incrível que você tem e aproveite este outro talento de outra maneira. Não para cá [no Masterchef], porque é muita pressão.

Na próxima terça, os cozinheiros devem preparar miúdos e a chef Paola Carosella estará na cozinha com os competidores. Na prova de eliminação do MasterChef, mais cozinha regional: o chef paraense Tiago Castanho, do Remanso do Bosque, vai mostrar a cozinha amazônica de Belém.