Curitiba
São Francisco: 70 anos de sabor no coração de Curitiba
No centro de Curitiba, comida e história se encontram. Restaurantes icônicos preservam a memória da cidade, e o São Francisco, desde 1955, mantém vivas as receitas que encantam gerações. Descubra com o Bom Gourmet porque alguns clássicos nunca saem de moda.
A história em cada detalhe
No coração do Largo da Ordem, a Rua São Francisco preserva o charme do calçamento original de "pés de moleque" dos séculos XIX e XX. De acordo com o Turistória, em 1855, a outrora denominada Rua do Hospício e Rua do Fogo, era uma das mais importantes da cidade. Cem anos depois, o espanhol Secondino Muiños, um marceneiro vindo da Galícia e apaixonado por gastronomia, estabeleceu-se ali para abrir o Restaurante São Francisco.
Um ambiente acolhedor e cheio de histórias
Na fachada de vidro e madeira, cartazes escritos à mão anunciam o prato do dia: puchero. Mas também mocotó e costela. Um pequeno papel, colado logo abaixo, diz: Casquinha de Siri. À primeira vista, não se identifica a vocação gastronômica do lugar. Antes de tudo, percebe-se um desejo de agradar a todos os paladares.
Móveis Cimo, futebol e duas figuras
Ao cruzar a soleira, o tempo reduz seu ritmo. No dia da visita do Bom Gourmet, não são nem 11h e o salão está aberto, a comida está pronta. Hábitos de outros tempos. Mobiliário original Cimo, paredes amarelas com reportagens antigas e fotos de times de futebol. Duas figuras de destacam repetidamente: o Sr. Ervino Plunick, 76, e o Sr. Valentin Secondino Muiños, 79.
Amigos de infância
Sr. Ervino é um simpático garçom, anfitrião, embaixador e braço direito do Sr. Muiños, o proprietário. Há 57 anos no São Francisco, Ervino orgulha-se em ser reconhecido como o mais antigo garçom da cidade. Valentin Muiños, filho de Secondino, é o rosto do restaurante, assim como é inevitável não notar, o de outro célebre curitibano, o arquiteto e urbanista Jaime Lerner.
Ervino e Valentin, amigos de infância, compartilham as memórias do lugar, uma eterna implicância com os times de futebol um do outro e um legado familiar que completará 70 anos no dia 30 de março, um dia após o aniversário de Curitiba.
Sabores que atravessam gerações
Sob o comando de Dona Maria Muiños, esposa de Valentin, a cozinha do São Francisco mantém os mesmos pratos do dia desde seu início, como o Virado das segundas-feiras; a famosa Dobradinha à Portuguesa de terça; a Feijoada das quartas e sábados; a Rabada, o Fígado à Portuguesa e o Leitão à Brasileira às quintas; e ainda a Costela, o Mocotó e o Puchero das sextas - este último, ideia de Valentin: "É como se fosse uma Feijoada brasileira".
Além disso, diariamente no eclético cardápio constam pratos que vão de Pescados a Camarão a várias apresentações de Mignons, desde o "Alho e óleo" ao premiado "Parmegiana". Entretanto, Muñoz é para a Casquinha de Siri que Muñoz chama a atenção:
"É uma dos melhores de cidade, senão a melhor. Nem no litoral se come assim". Além do tempero e procedência, o cuidado no preparo garante que "nenhum pedaço de casquinha se encontre no prato".
1 / 3
Entre os detalhes do cardápio, Ervino mostra no celular a visita do dia anterior: um antigo vereador da capital e seu filho, e diz: "Aqui é assim. Vinham os avós, depois os pais e agora os netos. O São Francisco passa de pai pra filho".
Um convite à tradição
O São Francisco é mais do que um restaurante, é um clássico que recebe bem a todos, com preço justo e oferece comida saborosa, em fartas porções, para todos os paladares. Tem como ficar ultrapassado?
Serviço:
- Restaurante São Francisco
- Cozinha Brasileira, Italiana, Ibérica, Tradicional
- Endereço: Rua São Francisco, 154, Largo da Ordem, Curitiba, PR
- Telefone: (41) 3224-8745
- Horário: de segunda a sábado, das 11 às 15h
- instagram: @saofrancisco1955
- Pratos Destaque: Dobradinha à Portuguesa (terça-feira); Feijoada (quarta e sábado); Casquinha de Siri (diariamente); Mignon à Parmegiana (diariamente); Fillet Osvaldo Aranha (diariamente).
.
