Bom Gourmet
As principais diferenças entre as vertentes de alimentação
Vegetariano, orgânico, sem glúten… Às vezes, essas expressões causam confusão na cabeça das pessoas. Afinal, parece tudo farinha do mesmo saco, não é? Mas há diferenças cruciais entre cada uma delas. Nada impede que alguém siga uma alimentação que combine essas vertentes de alimentação.
Por exemplo: uma alimentação sem glúten pode ter industrializados e carnes e peixes. Uma alimentação orgânica pode ser vegetariana (e vice-versa) e também abrir mão de açúcares. Ou ainda: uma alimentação macrobiótica pode ser orgânica e sem glúten. Mas nenhum destes conceitos precisam estar associados.
Conversamos com a nutricionista Astrid Pfeiffer e com a chef Iracema Bertocco, gerente de gastronomia do Centro Europeu, para falar de cada um deles:
Natural
Uma alimentação natural é rica em alimentos pouco processados e sem aditivos químicos. São itens fundamentais: cereais integrais, açúcar mascavo ou demerara (ou adoçantes e açúcares naturais como stévia e mel, respectivamente), frutas e verduras frescas em vez de alimentos em conserva.
“A pessoa que opta por esta alimentação prefere fazer seu próprio molho de tomate a comprar um pronto”, exemplifica a chef Iracema Bertocco, gerente de gastronomia do Centro Europeu.
Para as carnes, é preferível um consumo menor e de cortes mais magros, preparados com pouca ou nenhuma gordura. Para doces, menos açúcar e gordura: cremes de leite e leite desnatado ou semi-desnatado, diminuição do volume de açúcar da receita e preferência por frutas.
O conceito de alimentação natural pode abarcar cada um dos termos abaixo.
Orgânico
Tem preferência por produtos certificadamente orgânicos, ou seja, que levam ingredientes cultivados sem o uso de agrotóxicos. No caso das carnes e ingredientes de origem animal (como laticínios e ovos), o selo orgânico garante que os animais não foram tratados com antibióticos nem criados em confinamento, bem como tiveram uma alimentação majoritariamente orgânica.
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Macrobiótico
Segue a filosofia macrobiótica criada no Japão e que chegou ao Brasil na década de 1950 pelo professor Tomio Kikuchi. O prato macrobiótico é composto de uma maior parte de arroz integral, uma sopa ou caldo e legumes, raízes e verduras. Os alimentos são sempre consumidos cozidos, nunca crus. As frutas são consumidas em menor quantidade e são proibidos laticínios e carnes, mas peixes de rio, ovos e frango caipira são permitidos. Os macrobióticos também não consomem alimentos com adição de açúcar, bebidas estimulantes (álcool ou cafeína) nem pimentas muito picantes.
Vegetarianos
Nem todo vegetariano é igual. Geralmente pautado por um estilo de vida guiado por princípios morais, o vegetarianismo segue diferentes linhas, sendo as principais a ovolactovegetariana (que usa ovos, laticínios e pode usar mel) e a vegetariana estrita, que exclui da dieta todos os alimentos de origem animal, tais como mel, ovo, laticínios, gelatina, entre outros.
Quando é usado o termo vegano significa que a pessoa, além de seguir uma dieta vegetariana estrita, exclui do seu estilo de vida produtos que usaram força de trabalho animal (tração, transporte), extração de matéria-prima (seda, mel, couro, lã), ou que foi testada em animais (cosméticos e produtos de higiene).
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Funcional
Os “superalimentos” ou alimentos funcionais têm um bônus: além dos minerais e vitaminas, eles possuem fitoquímicos, substâncias que trazem benefícios para o corpo. Um exemplo é a banana verde, que funciona como pré-biótico para o organismo e o abacate, rico em tocoferol, que ajuda a diminuir a absorção do colesterol. As pessoas que optam por esta alimentação dão atenção especial a estes alimentos, incluindo-os em várias refeições. Também estão na lista: aveia, linhaça, maçã, couve-flor, tomate, frutas cítricas, etc. O Ministério da Saúde disponibiliza on-line uma tabela com os principais compostos funcionais e em quais alimentos ele é encontrado.
Sem glúten
O glúten é encontrado nos cereais trigo, cevada, centeio e aveia. “Mas a proteína do trigo é a mais prejudicial para quem tem alergia ou intolerância”, alerta Astrid Pfeiffer, nutricionista. “Ela agride o intestino e dificulta a absorção de nutrientes”, explica a chef Iracema Bertocco, coordenadora da especialização Cuisine Santé, do Centro Europeu. É recomendado retirar da dieta apenas em caso de alergia ou quando a pessoa observar desconforto e sensibilidade ao ingerir trigo, aveia, cevada ou centeio.
Sem açúcar
Os alimentos ditos diet são feitos sem adição de açúcar, mas podem conter os açúcares dos ingredientes. Um exemplo é uma geleia sem adição de açúcar: a doçura vem da própria fruta. Quem corta açúcar por ser diabético normalmente recorre a adoçantes naturais, como frutose, e artificiais, como sucralose. Açúcares como o branco, o mascavo e o demerara são vetados.
Uma alimentação com menos açúcar é uma opção também: além de diminuir o volume, pode-se usar para adoçar melado de cana-de-açúcar, mel, agave, frutose, açúcar de coco e frutas desidratadas, como tâmaras. A stévia também é uma opção: usa-se a folha desta planta para obter o gosto doce. “Tem muito produto zero açúcar que não é recomendado especialmente se a ideia da alimentação é ser mais natural, pois vem carregado de aditivos químicos”, alerta a chef Iracema Bertocco, coordenadora da especialização Cuisine Santé, do Centro Europeu.
Uma alimentação com menos açúcar é uma opção também: além de diminuir o volume, pode-se usar para adoçar melado de cana-de-açúcar, mel, agave, frutose, açúcar de coco e frutas desidratadas, como tâmaras. A stévia também é uma opção: usa-se a folha desta planta para obter o gosto doce. “Tem muito produto zero açúcar que não é recomendado especialmente se a ideia da alimentação é ser mais natural, pois vem carregado de aditivos químicos”, alerta a chef Iracema Bertocco, coordenadora da especialização Cuisine Santé, do Centro Europeu.