Pré-aqueça o forno e unte a travessa. Logo mais, o aroma de bolo tomará conta da casa e a família nem vai perceber que o quitute, além de delicioso, está mais saudável. Isso porque alguns ingredientes, como a farinha de trigo e o açúcar refinados, saíram de cena ou receberam reforço de opções mais nutritivas. A nutricionista Rebeca Elbert, do Serviço de Nutrição e Dietética do Hospital Erasto Gaertner, ensina como tornar uma receita de bolo mais saudável. 

Em seu dia a dia, a especialista orienta pacientes em tratamento contra o câncer, mostrando que a alimentação é parte essencial do protocolo de recuperação. A prática é abordada diariamente pelo Erasto Gaertner e compõe o trabalho multidisciplinar que é singular à instituição.

Ao longo dos anos, o hospital tornou-se um centro de excelência em diagnóstico, tratamento, prevenção, ensino e pesquisa na área da oncologia. Atualmente, é o maior Cancer Center do Paraná, referência no Sul do Brasil.

Segundo ela, a chave está no equilíbrio. "Só precisamos praticar e aprender a cozinhar para que as preparações saudáveis também se tornem prazerosas".

Farinha de trigo branca: pode ser substituída parcial ou integralmente por farinha de trigo integral, farinha de aveia, de amêndoas ou de coco. "Essas opções acrescentam fibras e micronutrientes ao bolo, reduzindo o índice glicêmico da preparação e aumentando a saciedade ao consumo", explica Rebeca. 

Porém, ao substituir totalmente a farinha branca talvez seja necessário ajustar os outros ingredientes, pensando na textura e no resultado final. 

Vale lembrar, também, que nem sempre a substituição total da farinha de trigo tornará o preparo mais saudável. A farinha de amêndoas, por ser mais gordurosa, pode deixar o bolo pesado, por exemplo. Isso pode ser corrigido ao adicionar claras em neve, que trazem aeração à massa. Por outro lado, o teor calórico é quase dobrado em relação à farinha de trigo. O jeito é fazer testes até chegar ao gosto do freguês.

Açúcar refinado: a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o consumo diário máximo de açúcar seja em torno de 25 a 50 gramas para uma pessoa adulta. 

Essa quantidade vale para os alimentos com açúcar adicionado no momento do consumo, como um cafezinho, e também para aqueles que contam com o ingrediente em sua composição, de frutas e bolos a produtos industrializados.

O lado bom é que, assim como a farinha branca, ele pode ser substituído parcial ou integralmente na receita de bolo.

Entram aí as frutas maduras, como bananas, uvas passas, maçãs ou tâmaras, batidas com a massa. "Além de adoçar, essas frutas aumentam o aporte de fibras e micronutrientes, como vitaminas e minerais", diz a nutricionista. 

Outra opção é reduzir a quantidade original de açúcar refinado da receita ou substituir o ingrediente por açúcar de coco e mel. Contudo, vale lembrar que esses também são fontes de calorias e por isso não devem ser usados em excesso.

Entre os adoçantes naturais estão xilitol, eritritol e estévia. Mas também há ressalvas na substituição. A nutricionista reforça que, apesar de reduzirem o valor calórico da receita, adoçantes devem ser utilizados moderadamente.

Óleo vegetal: muitas vezes, pode ser reduzido em quantidade sem prejuízos na textura e no sabor da receita. Faça o teste e adicione ingredientes úmidos à massa do bolo, como banana amassada ou iogurte natural. 

Outra dica é trocar o óleo por azeite de oliva e óleo de coco, mas sem excessos. Afinal, esse último também é uma gordura saturada. De acordo com Rebeca, o azeite de oliva, especialmente o extravirgem, é uma excelente opção tanto para cozimento em fogo baixo, para refogar alimentos e temperos, quanto para uso a frio.

"Ele possui ação antioxidante, anti-inflamatória e tem efeitos benéficos já associados por diversos estudos à prevenção do câncer e outras doenças crônicas como o Alzheimer", explica. 

Acrescente ingredientes nutritivos: eles tornam a receita de bolo mais saudável e também mais rica em nutrientes e compostos bioativos, explica a nutricionista. Entram nesse grupo especiarias, frutas, sementes e oleaginosas. 

"Sementes como linhaça, gergelim, chia, de girassol e de abóbora, e as oleaginosas como castanha do Pará, castanha de caju, amêndoas e nozes são ricas em minerais como zinco, ferro e magnésio. Além disso, são fontes de vitaminas, como a vitamina E, fibras e gorduras saudáveis importantes para a nossa saúde", diz Rebeca.

Todo mundo tem uma receita que é sua assinatura. Aquela que, de tantas vezes feita, pode ser preparada de olhos fechados; que toda a família sabe que ninguém faz igual. Risoto de pinhão, torta de banana, farofa de cenoura. Seja qual for o prato que te dá orgulho de preparar, ele agora pode levar você ao palco do Prêmio Bom Gourmet 2024. 

Gerações que Previnem: Suas Receitas com Erasto Gaertner é um concurso realizado pelo Bom Gourmet em parceria com o Hospital Erasto Gaertner. Para participar, basta nos enviar uma receita sua que, além de saborosa, também ajude a promover saúde.

Do lado de cá, compartilharemos dicas de como unir esses dois conceitos - apostar na sazonalidade dos alimentos e na sua regionalidade, por exemplo, são algumas delas. Fácil, né?

Entre as receitas inscritas até o dia 28 de julho, a equipe do Bom Gourmet selecionará cinco que serão testadas e avaliadas por um júri técnico. Se a sua receita for eleita a melhor, prepare-se para subir ao palco da maior premiação gastronômica do Sul do Brasil no dia 26 de agosto!

O Prêmio Bom Gourmet 2024 é apresentado pela Gold Food Service, patrocinado pela Tramontina, Porto a Porto e Romanha e tem apoio de Grafin e Ceratti. A fase Especialidades do Prêmio Bom Gourmet 2024 é oferecida pela Gaslog, também patrocinadora do Prêmio.