Restaurantes
Em pequeno restaurante no Batel, família síria faz comida árabe caseira
Tudo começou há cerca de dois anos quando Ibrahim Kanjo, 56, originário de Alepo, na Síria, pegou sua bicicleta e iniciou a percorrer as ruas do Centro de Curitiba para vender esfihas e doces árabes que preparava à noite na cozinha da sua casa. Muitos de seus clientes eram árabes e descendentes de sírios e libaneses que trabalham nas lojas do Centro ou simplesmente se reúnem para bater um papo na Rua XV de Novembro.

Em algumas horas, Ibrahim vendia dezenas de comidinhas típicas, voltava para casa e trabalhava na cozinha para preparar as esfihas para o dia seguinte. Em suas andanças, recebia diariamente pedidos para que abrisse seu próprio restaurante. Um sonho que se concretizou em dezembro do ano passado graças à ajuda dos filhos Ayham e Tarek.

“Meu pai era dono de uma fábrica de madeira que fabricava móveis prontos em Alepo. Quando chegamos ao Brasil [em dezembro de 2014 desembarcaram em São Paulo e em 2016 se mudaram para Curitiba], ele não teve sorte no trabalho e começou a vender comida na rua e para alguns restaurantes árabes. Começamos a receber encomendas e estabelecemos o objetivo de criar um pequeno restaurante”, conta o filho maior Ayham.

Hoje a família Kanjo comanda o Yalla Comer (yalla significa “vamos”, em árabe), pequeno café e restaurante no Batel, especializado em comidas tradicionais da Síria, como shawarma de carne (R$ 16,90) e frango (R$ 14,90), sanduíche de falafel, recheado com bolinhos fritos de grão de bico (R$ 12,90), e o kebab de kafta (R$ 13,90), espetinho de carne bovina servido no pão sírio com salada e creme de alho.

Entre os vários tipos de quibes da casa, destaque vai para o saj, uma raridade no cenário culinário curitibano. Muito tradicional na Síria, esse bolinho de carne é primeiro frito e depois assado. O resultado é que fica macio por dentro (leva também nozes no recheio) e forma uma casquinha crocante por fora. A unidade sai por R$ 11,90. Há, claro, também os quibes mais conhecidos, como o frito (R$ 5,90) e o cru (R$ 12,90), também na versão vegetariana feita com batata cozida, trigo e cebola (R$ 9,90).

Um capitulo à parte merecem as esfihas, disponíveis nos sabores carne, frango, zattar, queijo e vegetariana, feita com soja. A unidade sai por R$ 5,90. O pão usados nas esfihas, nos sanduíches ou servido como acompanhamento é feito diariamente, preparado na hora e chega quente na mesa do cliente.

A casa serve também pastas como hommus (grão de bico e pasta de tahine), babaganoush (berinjela, pasta de tahine e limão) e coalhada seca. Todas custam R$ 9,90 a porção. Para finalizar, tem docinhos como bull bull (bolinhas de cacau, coco ralado e chocolate) e mamoul (massa de semolina com nozes e pistaches).

Serviço