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Restaurantes

Em pequeno restaurante no Batel, família síria faz comida árabe caseira

Andrea Torrente
03/04/2018 20:40
Tudo começou há cerca de dois anos quando Ibrahim Kanjo, 56, originário de Alepo, na Síria, pegou sua bicicleta e iniciou a percorrer as ruas do Centro de Curitiba para vender esfihas e doces árabes que preparava à noite na cozinha da sua casa. Muitos de seus clientes eram árabes e descendentes de sírios e libaneses que trabalham nas lojas do Centro ou simplesmente se reúnem para bater um papo na Rua XV de Novembro.
O empresário e cozinheiro Ibrahim Kanjo, 56, e o filho Ayham, 27, comandam o Yalla Comer. Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo.
O empresário e cozinheiro Ibrahim Kanjo, 56, e o filho Ayham, 27, comandam o Yalla Comer. Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo.
Em algumas horas, Ibrahim vendia dezenas de comidinhas típicas, voltava para casa e trabalhava na cozinha para preparar as esfihas para o dia seguinte. Em suas andanças, recebia diariamente pedidos para que abrisse seu próprio restaurante. Um sonho que se concretizou em dezembro do ano passado graças à ajuda dos filhos Ayham e Tarek.
Quibe frito. Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo.
Quibe frito. Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo.
“Meu pai era dono de uma fábrica de madeira que fabricava móveis prontos em Alepo. Quando chegamos ao Brasil [em dezembro de 2014 desembarcaram em São Paulo e em 2016 se mudaram para Curitiba], ele não teve sorte no trabalho e começou a vender comida na rua e para alguns restaurantes árabes. Começamos a receber encomendas e estabelecemos o objetivo de criar um pequeno restaurante”, conta o filho maior Ayham.
Kebab de carne. Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo.
Kebab de carne. Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo.
Hoje a família Kanjo comanda o Yalla Comer (yalla significa “vamos”, em árabe), pequeno café e restaurante no Batel, especializado em comidas tradicionais da Síria, como shawarma de carne (R$ 16,90) e frango (R$ 14,90), sanduíche de falafel, recheado com bolinhos fritos de grão de bico (R$ 12,90), e o kebab de kafta (R$ 13,90), espetinho de carne bovina servido no pão sírio com salada e creme de alho.
Quibe saj, frito e depois assado, é macio por dentro e crocante por fora. Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo.
Quibe saj, frito e depois assado, é macio por dentro e crocante por fora. Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo.
Entre os vários tipos de quibes da casa, destaque vai para o saj, uma raridade no cenário culinário curitibano. Muito tradicional na Síria, esse bolinho de carne é primeiro frito e depois assado. O resultado é que fica macio por dentro (leva também nozes no recheio) e forma uma casquinha crocante por fora. A unidade sai por R$ 11,90. Há, claro, também os quibes mais conhecidos, como o frito (R$ 5,90) e o cru (R$ 12,90), também na versão vegetariana feita com batata cozida, trigo e cebola (R$ 9,90).
Mix de pastas: de esq. coalhada, hommus e babaganoush. Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo.
Mix de pastas: de esq. coalhada, hommus e babaganoush. Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo.
Um capitulo à parte merecem as esfihas, disponíveis nos sabores carne, frango, zattar, queijo e vegetariana, feita com soja. A unidade sai por R$ 5,90. O pão usados nas esfihas, nos sanduíches ou servido como acompanhamento é feito diariamente, preparado na hora e chega quente na mesa do cliente.
Esfiha vegetariana à base de soja. Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo.
Esfiha vegetariana à base de soja. Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo.
A casa serve também pastas como hommus (grão de bico e pasta de tahine), babaganoush (berinjela, pasta de tahine e limão) e coalhada seca. Todas custam R$ 9,90 a porção. Para finalizar, tem docinhos como bull bull (bolinhas de cacau, coco ralado e chocolate) e mamoul (massa de semolina com nozes e pistaches).
Falafel, bolinho frito de grão de bico. Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo.
Falafel, bolinho frito de grão de bico. Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo.
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