Restaurantes
Último almoço do restaurante Mikado teve lágrimas e homenagem aos proprietários
A música e o clima de festa não conseguiram disfarçar por completo a tristeza e a comoção entre os clientes e os proprietários do Mikado, tradicional restaurante da Rua São Francisco que fechou as portas após 24 anos de atividades, nesta quarta-feira (23). Uma homenagem foi organizada pelos clientes mais fiéis.
O último almoço foi marcado por longos e calorosos abraços entre os fregueses habituais e o casal de proprietários Kenji e Michiko Fukui. Fotos de recordação aos montes. Com a casa lotada, por volta das 13h, uma homenagem interrompeu a refeição. No cardápio havia, como de costume às quartas-feiras, pastel de queijo ou palmito, torta de cebola, abobrinha agridoce e missoshiro, entre outras especialidades da casa.
Enquanto o violinista Mario da Silva alegrava a atmosfera com os clássicos da MPB, Papai Noel distribuiu os presentes aos funcionários. Keiji foi homenageado com uma placa comemorativa. Reservado e contido como sempre, preferiu não falar. Posou para as fotos, mas não conseguiu esconder a emoção e os olhos se encheram de lágrimas. Trabalhou até o último dia recebendo os clientes e arrumando as mesas. A mesma coisa fez Michiko: até o final, ela ficou na cozinha. Agora, os dois vão se aposentar e terão mais tempo para curtir a família e os sete netos, sem contar os dois que vão nascer em 2016.
“Ao longo desses 24 anos, o Mikado se tornou um ponto de encontro para amigos e clientes. O fato de ter as mesinhas grudadas uma com a outra deu a possibilidade de conhecer pessoas novas e confraternizar, por isso o restaurante e os proprietários são tão queridos por muita gente”, conta a escritora Bebeti Mader do Amaral Gurgel, que frequenta a casa desde a abertura e que organizou a festa de despedida.
A comida caseira e bem temperada fez sucesso durante o funcionamento. Risoles de peixe, missoshiro, cubos de melancia cortados à moda oriental, peixe frito temperado com gengibre sempre foram os carros-chefes do buffet. Para beber, suco fresco e sobremesa. Refrigerantes? Nem pensar. “Os proprietários sempre nos ajudaram a comer bem: exortam a comer devagar, alertam se você colocou gengibre demais e fazem uma comida muito boa e saborosa”, diz o produtor de moda Mozart Machado que é freguês fiel.
Graças também ao preço acessível (R$ 18, o buffet livre) o restaurante sempre reuniu um público variado. E, sobretudo, muitos artistas, intelectuais, escritores e músicos. “Hoje vim me despedir, que falta fará esse tipo de lugar em Curitiba”, afirma aflita a artista e escritora Marisol Isidoro. A advogada Letícia Camargo, outra cliente das antigas, também não segurou o choro: “Vai fazer falta, mas não podemos pensar nisso como uma perda, mas a como foi bom ter isso durante todos esses anos”.
Entre os sete funcionários da casa, Dúlcia Alves Ferreira é a que está há mais tempo na equipe. Desde 1991 faz o serviço às mesas. “Com esse trabalho criei meu filho”, conta. “Fiz amigos entre os clientes e os colegas. Hoje é um dia triste, mas os donos merecem descansar”, afirma emocionada.
Chika, a filha caçula de Keiji e Michiko, veio de Campinas para não perder esse momento histórico. “Frequento o restaurante desde pequena, cresci aqui. Hoje não tem alegria, nem tristeza, só saudade”.
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Veja a receita de dois pratos tradicionais do Mikado
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