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Restaurantes

Sashimi de salmão contaminado: os 10 restaurantes japoneses reprovados em SP e RJ

Andrea Torrente e Júlia Ledur
26/04/2017 21:58
A Associação de defesa dos consumidores Proteste testou a qualidade do sashimi de salmão em dez restaurantes japoneses de São Paulo e Rio de Janeiro e encontrou irregularidades em todos eles. O teste, realizado em abril, verificou a presença de microrganismos patogênicos, ou seja que podem trazer riscos à saúde e que indicam falta de higiene. Entre eles estão: Coliformes totais, Escherichia coli, Estafilococos coagulase positiva, bolores e leveduras, Aeromonas sp., Vibrio parahemolyticus e cholerae, Salmonella spp.
Dos dez restaurantes japoneses avaliados, quatro ficam no Rio de Janeiro: Tosaka, na Barra da Tijuca; Taiping, no Botafogo; Manekineko, no Cachambi; e Koni Store, no Recreio. Os outros seis restaurantes japoneses estão em São Paulo: Oguro Sushi & Bar e Dhaigo Japanese Restaurant, no Itaim Bibi; Sushi Yassu, no Liberdade; Osaka Culinária Japonesa, em Moema; Gendai, em Pinheiros; e Flying Sushi, na Vila Mariana.

Falta de higiene

Dentre os 10 restaurantes testados, nove apresentaram microrganismos no sashimi de salmão que indicam falta de higiene. Apenas o restaurante Gendai não apresentou nenhum microrganismo acima dos limites aceitáveis. “Os resultados do teste mostraram que nem todos os estabelecimentos armazenam e/ou preparam esse prato com os devidos cuidados”, explica Lívia Coelho, porta-voz da associação.
“Nas amostras dos restaurantes Taiping, Flying Sushi, Oguro e Sushi Yassu, foram encontrados microrganimos mesófilos aeróbicos, cuja presença pode indicar que o alimento foi armazenado em uma temperatura inadequada”, de acordo com a Proteste. “Já na pesquisa de bolores e leveduras, somente o Tosaka e o Flying Sushi apresentaram quantidades acima do aceitável, sugerindo que o salmão poderia estar contaminado antes do preparo do sashimi”, avaliou o teste.

Sashimi de salmão: risco à saúde

O teste revelou a presença de duas bactérias no sashimi de salmão que podem trazer risco à saúde. A primeira é a Listeria monocytogenes, capaz de crescer sob refrigeração e até resistir ao congelamento. Essa bactéria foi encontrada nas amostras dos restaurantes Taiping, Gendai e Flying Sushi.
A segunda bactéria patogênica, encontrada foi a Aeromonas sp, que pode causar diarreia, e enfermidades pouco relatadas tais como peritonite, e infecções. “Nossas análises, no entanto, não determinaram a quantidade presente nos sashimis dos restaurantes e por isso não podemos determinar o potencial de risco que oferecem, já que baixas quantidades dificilmente serão nocivas à saúde de indivíduos saudáveis”, afirma a portavoz. Elas estavam presentes nas amostras do Taiping, Dhaigo e Sushi Yassu.

Posicionamento dos restaurantes

O Bom Gourmet tentou contato com todos os restaurantes japoneses de São Paulo e Rio de Janeiro avaliados pela Proteste.
O restaurante Sushi Yassu afirma que não estavam a par das informações divulgadas pela pesquisa e garantiu que o armazenamento é feito no freezer a uma temperatura de -2 graus C, e também em uma vitrine refrigerada a 2 graus C. Os estabelecimentos Manekineko e Flying Sushi declaram que não estavam cientes da pesquisa.
A rede Gendai informou nesta quinta (27) que conta com consultoria interna de qualidade, que visa a manutenção de rigorosos padrões de segurança alimentar, e que após tomar conhecimento do fato, iniciou um processo de apuração. A rede destaca que todo o processo de higienização e reciclagem de serviço está sendo verificado com os responsáveis da unidade.
Por meio de nota, o restaurante Oguru Sushi & Bar informou nesta quinta (27) que não reconhece “a veracidade dos resultados apresentados” pela Proteste, já que não conhece os procedimentos adotados para o teste. A casa diz que “obedece aos mais rigorosos procedimentos e controles exigidos por Lei” e ainda se coloca à disposição para realização de testes oficiais.
O restaurante Osaka Culinária Japonesa enviou nota no sábado (29) informando que “conta com uma equipe multidisciplinar especializada em segurança alimentar, para garantir a qualidade dos produtos ofertados aos consumidores” e que “os fornecedores são selecionados rigorosamente e os colaboradores responsáveis pelo recebimento são capacitados para controlar a temperatura, qualidade e armazenamento dos produtos recebidos”. A casa diz ainda que não foi notificada sobre a retirada deste produto e solicitou à Proteste “documentos comprobatórios assinados por funcionários do estabelecimento autorizando a retirada da amostra do restaurante”.
O restaurante Koni Store não se posicionou com relação aos testes de qualidade e os restaurantes Tosaka Culinária Japonesa, Taiping e Dhaigo Japanese Restaurant não atenderam às ligações do Bom Gourmet.

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