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Restaurantes

Rua Itupava vai virar novo polo gastronômico?

Marina Fabri, especial para Gazeta do Povo
06/09/2016 21:04
Délio Canabrava, dono dos restaurantes Banoffi e Cantina do Délio, é um dos defensores do projeto. Foto: Henry Milléo/Gazeta do Povo.
Délio Canabrava, dono dos restaurantes Banoffi e Cantina do Délio, é um dos defensores do projeto. Foto: Henry Milléo/Gazeta do Povo.
Um trecho da Rua Itupava, na região do Alto da XV, pode ser oficializado em breve como mais um polo gastronômico de Curitiba. O projeto de lei, de autoria do vereador Bruno Pessuti (PSD), traria melhorias na estrutura da área que fica entre as ruas Prefeito Ângelo Lopes e Schiller, conhecida por concentrar diversos bares e restaurantes da capital. O tema esteve na pauta do dia desta terça (6) da Comissão de Economia, Finanças e Fiscalização da Câmara Municipal de Curitiba.
Segundo Pessuti, o projeto foi feito com objetivo de dar uma contrapartida para os empresários, que investem para deixar a região sempre agradável. “Queremos ajudar a potencializar o que eles já fizeram na área, deixando-a mais segura, por exemplo, o que vai colaborar com o aumento do fluxo de pessoas e atrair mais turistas”, explica.
Se oficializada, a criação do polo prevê ações como melhorias na segurança, iluminação e calçadas; manutenção da harmonia estética, sinalização dos estabelecimentos participantes e combate ao comércio ambulante irregular. Também está prevista a realização de apresentações musicais, poéticas e artísticas, além de festivais e encontros gastronômicos e culturais.
“Neste primeiro momento, porém, o projeto criaria apenas um marco jurídico para reconhecer oficialmente a região como uma área com vocação gastronômica na cidade – a realização de investimentos e obras concretas no polo teria que ser incluída nas próximas leis orçamentárias do município”, complementa.
Alguns empresários da região, como Délio Canabrava, proprietário de estabelecimentos como Cantina do Délio e Bella Banoffi, estão participando também de discussões sobre o assunto. Para ele, a criação do polo seria benéfica tanto para a região quanto para a cidade como um todo. “Já temos em Curitiba algumas regiões que atraem turistas apenas por sua gastronomia, como Santa Felicidade e o Largo da Ordem, então ter esse reconhecimento a respeito da Itupava seria ótimo para beneficiar todo mundo – os empresários, o município e o turismo”, ressalta.
As conversas, porém, ainda estão no plano teórico. “Hoje, os principais pontos que precisam ser melhorados na região são calçadas e iluminação, que são fatores que acabam impactando bastante na segurança também – mas acredito que, por questões políticas e mesmo econômicas, só falaremos de melhorias concretas a partir do ano que vem, depois das eleições”, diz.
Juliana Cerezuela e André Santi, o casal que toca a Fábrika Pães. Ela é confeiteira e ele, padeiro. Foto: Fernando Zequinão/Gazeta do Povo
Juliana Cerezuela e André Santi, o casal que toca a Fábrika Pães. Ela é confeiteira e ele, padeiro. Foto: Fernando Zequinão/Gazeta do Povo
Para André Santi, um dos sócios da Fábrika Pães, padaria localizada justamente na Rua Schiller, início da área abrangida pelo projeto do polo gastronômico, a região tem muito potencial a ser explorado. “Acho que na prática o local já pode ser considerado um polo e foi justamente por isso que escolhemos nos instalar aqui, mas essa oficialização traria mais visibilidade para alguns problemas de infraestrutura”, diz ele, enfatizando a questão da segurança.
Tramitação do projeto
O projeto de lei foi inicialmente apresentado no dia 16 de junho e já passou pela comissão de Legislação, Justiça e Redação, e, na manhã desta terça-feira (6) foi debatida pela comissão de Economia, Finanças e Fiscalização. “Na próxima semana essa comissão deve se reunir novamente para revisar o texto e, se aprovado, segue adiante”, diz Pessuti. Na reunião de hoje, a vereadora Professora Josete (PT) pediu vistas do projeto para analisar com mais tempo o assunto.
Depois disso, o projeto ainda será tema de discussão da Comissão de Urbanismo, Obras Públicas e TI. Só depois disso a proposição deve seguir para votação em plenário da Câmara Municipal – se aprovada, ela será encaminhada para sanção final do prefeito, para aí sim virar lei. Ainda não há previsão de data para que isso aconteça, mas Pessuti diz esperar ver o projeto aprovado até o final deste ano.