Restaurantes
Novos manezinhos: 7 restaurantes liderados por imigrantes em Florianópolis
Florianópolis é uma cidade que atrai pessoas do mundo inteiro e não é incomum que um turista se encante com a cidade a ponto de planejar uma mudança. Mais da metade dos moradores da capital catarinense não nasceu na cidade. Os manezinhos verdadeiros correspondem somente a 48% da população e isso também se reflete na culinária.
Dos novos habitantes, um a cada 100 é estrangeiro. Na bagagem, novas expressões, crenças e valores se fundem à identidade manezinha e o resultado é um rico caldeirão cultural e gastronômico. Por isso o Bom Gourmet preparou um roteiro de restaurantes em Floripa que são tocados por imigrantes — com comida típica e muito sabor. Confira!
Lamen SAN

Chongju Park é um jornalista japonês. Em 2013, foi transferido de Tóquio para São Paulo para ser o correspondente na América Latina do jornal mais antigo do Japão, o Mainichi. O contrato era por quatro anos, mas em 2017, quando o trabalho foi concluído não pensou em voltar para seu país de origem. Conversou com a esposa e decidiu enveredar para a gastronomia. A cidade escolhida para viver com a esposa e os filhos foi Florianópolis.
O Lamen SAN foi inaugurado em setembro de 2018, em frente à Lagoa da Conceição, um dos cartões-postais da capital catarinense. O lámen é uma sopa com macarrão, carne de porco, cebolinha, broto de feijão e ovo. O macarrão é fresco, feito no dia.
Os fundos são naturais de carne, ossos e vegetais lentamente cozidos para extrair o máximo de sabor. No restaurante há três variações de fundos. O caldo com missô, que é uma tradicional pasta de soja, com acréscimo de alho poró. Essa receita á tradicional no Norte do Japão. O caldo de shoyu e algas Nori, comum na capital japonesa. E no Shio, que só leva sal. Qualquer uma das opções custa R$ 28.
Para atender a diversidade dos gostos brasileiros, o restaurante oferece um menu especial, que basicamente substitui no missô, shoyu ou shio a tradicional carne de porco, por dois camarões grandes R$ 47, cinco ostras R$ 40, seis fatias de tofu R$ 33 ou duas unidade de karaguê R$33, que é a sobrecoxa do frango empanada e frita. Ainda há o Shio Bifun, com massinha de arroz para os intolerantes ao glúten, R$ 42.
No Lámen SAN também é servido o Karê, prato tradicional que é basicamente um refogadinho de cebola, cenoura e batata com curry. O vegano leva Shitake, R$ 45; o Ebi Furai, dois grandes camarões empanados, R$ 52; o Tonkatsu, filé mignon suíno, R$ 42; e tem com Karaguê, R$ 38.
Falah

Falah Altwassi, jordanense de Petra, se mudou para o Brasil em 2012 por amor. Casou-se com uma brasileira, passou a morar em Floripa e em setembro de 2014 abriu o Falah, um restaurante decorado com tapeçarias e luminárias e um suntuoso buffet árabe em pleno Centro. Por lá é sempre possível encontrar frutas secas, amêndoas e gomas, pão árabe e pastas deliciosas como homus de cenoura, coalhada de manjericão, babaganoush, que tem como base a berinjela, muhammara, um antetepasto de pimentão vermelho, nozes e xarope de romã, além de espetos, esfihas, quibes, frango marroquino e o mjadra, clássico arroz com lentinhas. Às quintas e sábados são preparados pratos com cordeiro. No buffet também há opções veganas e vegetarianas. O quilo custa R$ 69,90. Falah: Rua Tenente Silveira, 200 – Centro, Florianópolis (SC).
Damasco

Mohammad Alhskha está à frente do Damasco Comida Árabe, um buffet que se dedica aos sabores de sua terra durante três dias da semana. O local é simples, mas a comida é saborosa. É possível apreciar quibes, feijão branco, arroz defumado, charutos de uva e repolho, esfihas e churrasco árabe por R$ 37,90 por pessoa. Damasco: Rua Sete de Setembro, 165 – Centro, Florianópolis (SC).
Bocca al Lupo

Zé Pedro Nunes é um português simpático que veio morar no Brasil para acompanhar sua esposa brasileira. Ele atende numa pequena loja, na Vidal Ramos, uma rua charmosa no Centro. A Bocca al Lupo, pizzaria que abriu no final de abril, tem feito sucesso pela leveza das massas, atribuída ao processo de longa fermentação, de 72h, e à qualidade dos insumos: farinha italiana, água, sal e azeite de oliva.
A pizza é servida no estilo romano, al taglio (preparada em formato retangular e vendida em fatias). Os pedaços são expostos na vitrine e variam entre R$ 8 e R$ 16. Os sabores variam tanto em clássicos portugueses quanto o esforço para agradar o paladar brasileiro. Embora, Zé deixe claro que jamais servirá “frango com catupiry”. Uma das receitas que adaptou ao gosto local foi calabresa com cebola crispy, R$ 8. O sabor, mais vendido, entretanto, é o mais levinho. Fatias translúcidas de abobrinha, pesto de manjericão e muçarela de búfala, R$ 12.
Outro ponto forte do lugar é a possibilidade de harmonizar um vinho com a refeição. A taça de
tinto português Aldeias da Serra custa R$ 12. Bocca al Lupo: Rua Vidal Ramos, 153 – Centro, Florianópolis (SC).
tinto português Aldeias da Serra custa R$ 12. Bocca al Lupo: Rua Vidal Ramos, 153 – Centro, Florianópolis (SC).
Santo Antônio Parrilla

Apaixonados pela calma e beleza de Florianópolis, o casal de uruguaios Jorge Gonzalez e Karina Vicente decidiram morar na cidade em 2018. Em março deste ano abriram – em sociedade com o diretor Jayme Monjardim, amigo do casal – o Santo Antônio Parrilla.
Jorge, formado em gastronomia em Montevidéu há 24 anos e com experiências nos restaurantes espanhóis Gran Hotel, Salamanca e Chez Victor, duas estrelas Michelin, resolveu se voltar para tradição uruguaia. O cardápio do Santo Antônio Parrilla é enxuto. Tem seis opções de carnes, T-bone R$ 83, bife de vazio R$ 80, picanha R$ 75, entrecôte R$ 58, costela R$ 45, linguiça artesanal de porco, feita por Jorge R$ 25. Os cortes costumam servir duas pessoas. A carne vem de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, de bois da raça Angus. Veja mais sobre o restaurante aqui.
Carbone Pizzeria

O italiano Filippo Ferrantelli veio morar no Brasil em 2003. Na Europa, havia se especializado em hotelaria de luxo, com experiências na França e na Suíça. Mas sempre gostou de cozinhar e aprendeu muitas receitas com a sua mãe.
Em 2015, ele decidiu se mudar com a família para Florianópolis e, em junho de 2018, inaugurou a Carbone Pizzeria, para oferecer pizzas autênticas italianas. Além de bruschettas, crostini, corniccione, provola, carpaccios, schiacciatines, melanzane e burratas – as pizzas são “italianíssimas” e com grande saída na casa. Todas as massas são assadas no forno à lenha e têm como características a crocância. Carbone Pizzeria: Rodovia José Carlos Daux, 5500 – Saco Grande, Florianópolis – SC.
Sabor Perú

Bernardo Mayer Ferreira, filho de um peruano com uma brasileira, nasceu em Lima, mas veio morar no Brasil quando tinha 16 anos, em 1979. Os laços afetivos e o gosto pela gastronomia peruana – famosa no mundo inteiro – nunca se perderam.
Quando sua esposa, a psicopedagoga Elaine Cristina Bispo se aposentou, em 2013, decidiram morar em Florianópolis. No ano seguinte, foi aberto o restaurante Sabor Perú na Lagoa da Conceição, e em 2015, a unidade de Coqueiros. Nas duas casas há cozinheiros peruanos na equipe. A especialidade é a comida criolla. Há clássico como ceviches, lomo saltado, ají de gallina, tacu tacu , anticuchos e arroz com mariscos.
Os restaurantes são aconchegantes. O da Lagoa é menorzinho e mais intimista e em Coqueiros há deck para orla. Unidade Lagoa: Avenida Afonso Delambert Neto, 659 – Lagoa da Conceição, Florianópolis – SC/ Unidade Coqueiros: Rua Desembargador Pedro Silva, 2568 – Coqueiros, Florianópolis – SC
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