Restaurantes
Restaurante itinerante é nova tendência. Saiba como funciona
Para fugir do convencional, chefs de cozinha, empresários e amantes da gastronomia, tiveram um ideia em comum: não ter uma cozinha ou um restaurante fixos e a cada refeição cozinhar em lugares inusitados. Os empreendedores levam tudo o que é necessário para fazer uma refeição completa: desde fogão e utensílios a ingredientes e até moveis, como mesas e cadeiras. Na maioria das vezes, os eventos são abertos ao público, desde que os ingressos sejam adquiridos com antecedência. O que está sendo chamado de restaurante itinerante é assim. Quem aderiu à ideia garante que o clima intimista compensa.
“Com a cozinha itinerante cozinhamos na frente dos clientes. Quem vai comer sabe quem está preparando a refeição e quais os ingredientes estão sendo utilizados”, conta Amanda Kosinski da Central do Abacaxi. Há um ano, ela e a sócia Camila Frankiv deixaram seus empregos formais para desenhar o que hoje é o projeto de cozinha ambulante.
Em novembro, a Central do Abacaxi comemorou um ano, com 105 eventos realizados. Amanda, que já trabalhou oito anos como chef em restaurantes de São Paulo, Parati e Curitiba, conta que uma das maiores vantagens da cozinha itinerante é criar o cardápio independente das formalidades de um restaurante. “Podemos fugir do convencional e fazer um pesto de salsinha e pinhão, por exemplo”, diz. Para ela, a liberdade é um dos principais diferenciais da empreitada.
Com pouco mais de um ano de funcionamento, o Ecozinha também trabalha no formato itinerante. Este mês, vai fazer o almoço durante três quintas-feiras na Vila Zanardini, em Curitiba, com reservas feitas por antecedência a R$ 25 por pessoa, incluindo a bebida (chá de gengibre). Fátima Mazarão, sócia do empreendimento, conta que a estrutura de cozinha itinerante foi montada para se diferenciar dos buffets tradicionais e quebrar a formalidade das refeições. “Nós cozinhamos e almoçamos junto com as pessoas. Isso cria um clima de proximidade”, revela.
Professora de História, Fátima teve a ideia de montar a cozinha itinerante após voltar do mestrado que fez em Portugal, no ano passado. Ela e o chef Luciano Vaini juntaram toda a estrutura que permite cozinhar em diferentes lugares. “Levamos do fogão aos pratos e colheres”, conta Fátima que em um ano contabiliza uma centena de almoços e jantares realizados nesse modelo itinerante.
O Projeto Sala de Jantar segue a mesma tendência. Com apenas três meses de funcionamento, já realizou cinco edições de jantares itinerantes. “Como os lugares geralmente não têm estrutura, levamos todo nosso material, muitas vezes, até as mesas e cadeiras”, conta Raísa Domingues. Ela e a sócia, a chef Jeniffer Possobom, tiveram a ideia de fazer algo diferente envolvendo a gastronomia em setembro desse ano.
O diferencial do projeto está justamente no inusitado. Todo menu é surpresa. Mas para evitar imprevistos, elas realizam um amplo questionário com os comensais antes de preparar o cardápio. “Perguntamos tudo. Se a pessoa tem alergia a algum alimento, se é vegano ou se tem algum ingrediente que não comeria de jeito nenhum, por exemplo”, revela Raíssa.
No próximo dia 14, o Projeto Sala de Jantar realiza um evento também no Vila Zanardini, com direito a entrada, prato principal, sobremesa e água saborizada ao custo de R$ 70 por pessoa. Há vinho para vender, mas as empresárias avisam que cada pessoa pode levar a sua própria bebida.
Os eventos – privados ou não – dessas cozinhas itinerantes contam com o indispensável apoio das redes sociais para se viabilizarem.
Confira onde estarão as cozinhas itinerantes em dezembro:
Ecozinha – almoços nos dias 3, 10 e 17 de dezembro. Informações e reservas.
Projeto Sala de Jantar – Dia 14 de dezembro, no Vila Zanardini. Reservas pela página.
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