Com o objetivo de crescer ainda mais e dar continuidade à expansão intensa que começou em 2014, o empresário Junior Durski chega ao segundo semestre de 2015 com 13 novas unidades do Madero e uma fábrica de 5 mil metros quadrados em Ponta Grossa (PR) que abastece as 55 lojas da rede no Brasil. Em maio, o Grupo Madero recebeu um aporte de R$ 88 milhões do fundo de investimentos HSI, com carência de dois anos e até cinco anos para pagar a dívida. “Isso vai dar fôlego para nossa expansão e para funcionarmos a todo vapor”, diz Durski. Ele frisa que continua com 100% da empresa. Enquanto muitos empresários fecham as portas, Durski diz que “nesse aspecto a crise é ótima” e tem multiplicado Maderos pelo Brasil mensalmente. Para 2016, sua projeção é de dois restaurantes por mês, sendo metade em contêineres.

O empresário investiu R$ 28 milhões na construção da fábrica, que começou a funcionar em julho e será inaugurada oficialmente no final de setembro. “Temos uma máquina da empresa holandesa Marel que custou € 1,2 milhão. Eles estão há dois anos desenvolvendo e adaptando-a para nós, porque eu queria uma máquina que reproduzisse o mesmo movimento das mãos, que deixe o hambúrguer macio e suculento, sem comprimir a carne”, explica.

Além de hambúrgueres, a fábrica produz pães, carnes porcionadas, fettuccine, bacon defumado e sobremesas para entregar para todo o Brasil por meio de uma frota de 19 caminhões — a cada dois dias chega a Curitiba, semanalmente para a região Centro-Oeste e a cada dez dias para o Nordeste. Com a fábrica, manter a expansão fica mais fácil pelo volume produzido — em um mês a fábrica produz 500 mil hambúrgueres e pães, mas pode chegar a 2 milhões de unidades.

Este foi o ano de estrear em alguns estados, como os primeiros restaurantes no Nordeste, em Salvador, e no Mato Grosso do Sul, em Campo Grande. A empresa faturou R$ 300 milhões neste ano, com previsão para faturar R$ 500 milhões em 2016. “Crescemos 9,4% no primeiro semestre de 2015, 1,4% a mais que inflação, sem contar as vendas das lojas que abrimos neste ano”, comemora Durski. “Estamos vendo a época de crise como uma grande oportunidade. Há muitas lojas vagas em shoppings com um aluguel mais baixo, porque ninguém quer construir nesta época. E acredito que crescemos porque em época de crise as pessoas têm menos dinheiro, mas o valorizam mais. Elas procuram ir aos lugares em que têm certeza que vão fazer um bom negócio”, avalia.“Não vamos cortar a qualidade de matéria-prima ou serviço em época de crise, porque é pela qualidade que somos conhecidos”, diz Junior Durski.

A previsão do empresário é chegar ao fim de 2015 com mais dez unidades no Brasil — as primeiras lojas em Porto Alegre, Vitória e Rio de Janeiro estão na lista — e uma em Miami, nos Estados Unidos, prevista para inaugurar em setembro e sob o comando da filha e herdeira na cozinha Laysa Durski. O Madero também chegará ao outro lado do globo: em dezembro deve abrir o restaurante em Sydney, na Austrália, e no segundo semestre de 2016, em Dubai, nos Emirados Árabes. “Contratamos um ex-diretor financeiro de uma multinacional que tem 44 fábricas no mundo para desenhar o projeto de expansão internacional. Para mim, Uruguai é o lugar em que deveríamos estar. Temos também um contato avançado em Paris, mas não há nada certo por enquanto nestes países”, revela Durski.