Restaurantes
Padeiro uruguaio cria linha de pães feitos com trigo do Paraná
Apesar de o Paraná ser o maior produtor brasileiro de trigo, o estado não tem pães para chamar de seus. Porém, isso começa a mudar. E graças às mãos – habilidosas – de dois imigrantes, o uruguaio Oscar Luzardo e Claudine Botelho, que tem descendência portuguesa. Os proprietários da La Panoteca pesquisam o trigo paranaense praticamente desde que abriram a casa, há quatro anos.
Depois de dois anos de testes, eles passaram a comercializar, agora em 2016, pães com o cereal do estado, inspirados nas correntes migratórias daqui. Chegar a esse resultado não foi um caminho fácil, conta Luzardo. “O trigo paranaense é diferente do importado. Tivemos que adequar o método ao ingrediente”, conta. “Ele não é tão forte. É mais pesado, mas também mais saboroso”, resume.
A trajetória de pesquisa e testes vai virar um livro, com subtítulo provisório “À procura do pão paranaense”, que deve ser lançado no final desse ano. A ideia, segundo ele, foi “compartilhar um sonho”, trazer a ideia para a discussão. “Não vamos ser nós que vamos dizer qual é o pão paranaense. Mas queremos que usem a farinha, melhorem a qualidade do pão, seja ele ou não do Paraná”, explica.
Luzardo explica que são cerca de seis itens colocados à venda (os tipos de pães variam) e o preço, em média, é de R$ 30 o quilo. Alguns exemplos são o pão filão, o com sal, o de cerveja, o bengala e o sonnenblumenbrot. “Tenho oito receitas para colocar”, explica. O casal, que tem como prerrogativa promover um ritmo de vida desacelerado, trabalha apenas com padaria feita com fermentação natural – de 24 a 72 horas até serem assados.
A linha de pães paranaenses e o projeto de pesquisa do trigo local foi batizada de Panfolia Slow Bakery. A outra linha de pães uruguaios e portugueses que fizeram o sucesso do La Panoteca continua disponível.
Se agora você ficou curioso para entender melhor as diferenças entre o pão do Paraná e o de outros países, não há outro jeito que dar uma passadinha na loja.
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Serviço
Rua Gastão Câmara, 384, Bigorrilho – (41) 3339-8405. Abre de segunda a sexta, das 16 ás 20 horas (balcão) e das 18h30 às 20 horas (salão). Sábado, das 10 às 14 horas (apenas balcão).