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Restaurantes

Mercearia do Português serve linguiça flamejante finalizada na mesa pelo cliente

Talita Boros Voitch
17/08/2017 12:27
Uma linguiça flamejante de carne suína servida em uma panela de barro esmaltada, finalizada na mesa pelos clientes que escolhem o momento de apagar o fogo. Essa é a descrição de uma das principais entradas da Mercearia do Português, que há 17 anos atende na esquina das Ruas Chile com Nunes Machado, no Rebouças. A Linguiça Portuguesa do Barrica – nome homenagem ao cliente fã de carteirinha do petisco – divide com o tradicional bolinho de bacalhau o posto de entrada mais pedida (e antiga) da casa.
A Linguiça Portuguesa do Barrica é feita com carne suína e fica marinando no vinho tinto e temperos portugueses por cinco dias. (Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo)
A Linguiça Portuguesa do Barrica é feita com carne suína e fica marinando no vinho tinto e temperos portugueses por cinco dias. (Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo)
As panelas da Mercearia são comandadas pela chef Amélia Ferreira, portuguesa da região de Vizeu, de onde veio a inspiração para o prato. A receita segue a tradição: é feita com 100% carne suína, marinada em vinho tinto e especiarias como alho e louro por cinco dias antes de virar linguiça. Depois, a iguaria ainda é submetida à ação do calor com defumação. O prato custa R$ 49 e serve de duas a três pessoas.
O petisco é servido em uma panela de barro, com frisos no fundo que substituem o uso de grelha de metal. Para não queimar o cliente mais distraído (a chama é alta), a panela tem uma borda mais elevada, desenvolvida especialmente para a Mercearia. Com um pegador, a linguiça em formato de “ferradura” é finalizada em poucos segundos. Para acompanhar é servida uma cesta de pão português feito diariamente por Amélia. “É uma receita simples e familiar que leva farinha, água e fermento, que também é do jeito como a minha mãe fazia”, diz.
Lembranças, apetrechos e outras referências de Portugal decoram o salão com 12 mesas do restaurante. (Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo)
Lembranças, apetrechos e outras referências de Portugal decoram o salão com 12 mesas do restaurante. (Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo)
O bolinho de bacalhau servido individualmente (R$ 5,20) ou em porções de 4 unidades (R$ 20,80) ou 8 unidades (R$ 41,60) é outra entrada que não fica fora de nenhuma das 12 mesas do salão. A receita é guardada a sete chaves pela chef, que prepara pessoalmente a mistura de bacalhau fresco, batata e temperos portugueses.
Bolinho de bacalhau é vendido em três opções: individualmente (R$), com 4 unidades e 8 unidades. (Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo)
Bolinho de bacalhau é vendido em três opções: individualmente (R$), com 4 unidades e 8 unidades. (Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo)
O bacalhau é a estrela da maioria dos pratos principais da Mercearia, que vende cerca de 550 kg do peixe por mês. A casa também oferece opções de sopa, polvo, paella (com temperos portugueses), bife de ancho e peixe do dia para quem não gosta da iguaria. Uma pequena lista de doces portugueses – pastel de Belém (R$9,20), leite creme (R$13,70), arroz doce (R$ 13,70) e pera do Porto (R$ 14,60) – finaliza a experiência lusitana.
Tudo, incluindo a confeitaria, é produzido na cozinha do restaurante e nenhum ingrediente é congelado. “Meu freezer é desse tamanho (apontando com as mãos uma régua de 30 cm). O bacalhau nós compramos semanalmente de uma importadora e mantemos as peças em uma adega própria para conservá-lo ainda fresco”, explica a chef.

Novos pratos e expansão

Bacalhau à Lagareiro é um dos cinco novos pratos que entram oficialmente no cardápio nas próximas semanas. (Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo)
Bacalhau à Lagareiro é um dos cinco novos pratos que entram oficialmente no cardápio nas próximas semanas. (Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo)
Nas próximas duas semanas, cinco novos pratos entram oficialmente no cardápio, a maioria leva bacalhau. Entre eles está o bacalhau à lagareiro, que é servido “alagado” no azeite em uma frigideira arredondada, feita de cobre ou latão, chamada cataplana. A panela foi trazida por Amélia de Portugal especialmente para o prato, que apesar de ainda não estar no menu já está sendo servido.
O prato leva 550 g de bacalhau proveniente da Noruega, assado sobre uma cama de batatas ao murro, e coberto por uma generosa porção de cebola e pimentão. Acompanha arroz branco e brócolis e é servido em dois tamanhos: individual (R$ 77,50) e para duas pessoas (R$ 155).
Atualmente a chef e o marido, o paulista Ricardo Terçarolli, preparam uma expansão dos negócios para São Paulo. O novo projeto – ainda sem nome definido – vai levar os pastéis de Belém produzidos pela chef para pequenos pontos de venda em locais de grande movimentação, como o Aeroporto de Congonhas. Os pontos de venda devem ser em formato dos tradicionais bondinhos portugueses e os pasteis oferecidos em outros sabores, além do clássico creme feito com gemas de ovo, açúcar e leite.
Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo
Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo
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