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Mercearia do Português serve linguiça flamejante finalizada na mesa pelo cliente
Uma linguiça flamejante de carne suína servida em uma panela de barro esmaltada, finalizada na mesa pelos clientes que escolhem o momento de apagar o fogo. Essa é a descrição de uma das principais entradas da Mercearia do Português, que há 17 anos atende na esquina das Ruas Chile com Nunes Machado, no Rebouças. A Linguiça Portuguesa do Barrica – nome homenagem ao cliente fã de carteirinha do petisco – divide com o tradicional bolinho de bacalhau o posto de entrada mais pedida (e antiga) da casa.

As panelas da Mercearia são comandadas pela chef Amélia Ferreira, portuguesa da região de Vizeu, de onde veio a inspiração para o prato. A receita segue a tradição: é feita com 100% carne suína, marinada em vinho tinto e especiarias como alho e louro por cinco dias antes de virar linguiça. Depois, a iguaria ainda é submetida à ação do calor com defumação. O prato custa R$ 49 e serve de duas a três pessoas.
O petisco é servido em uma panela de barro, com frisos no fundo que substituem o uso de grelha de metal. Para não queimar o cliente mais distraído (a chama é alta), a panela tem uma borda mais elevada, desenvolvida especialmente para a Mercearia. Com um pegador, a linguiça em formato de “ferradura” é finalizada em poucos segundos. Para acompanhar é servida uma cesta de pão português feito diariamente por Amélia. “É uma receita simples e familiar que leva farinha, água e fermento, que também é do jeito como a minha mãe fazia”, diz.

O bolinho de bacalhau servido individualmente (R$ 5,20) ou em porções de 4 unidades (R$ 20,80) ou 8 unidades (R$ 41,60) é outra entrada que não fica fora de nenhuma das 12 mesas do salão. A receita é guardada a sete chaves pela chef, que prepara pessoalmente a mistura de bacalhau fresco, batata e temperos portugueses.

O bacalhau é a estrela da maioria dos pratos principais da Mercearia, que vende cerca de 550 kg do peixe por mês. A casa também oferece opções de sopa, polvo, paella (com temperos portugueses), bife de ancho e peixe do dia para quem não gosta da iguaria. Uma pequena lista de doces portugueses – pastel de Belém (R$9,20), leite creme (R$13,70), arroz doce (R$ 13,70) e pera do Porto (R$ 14,60) – finaliza a experiência lusitana.
Tudo, incluindo a confeitaria, é produzido na cozinha do restaurante e nenhum ingrediente é congelado. “Meu freezer é desse tamanho (apontando com as mãos uma régua de 30 cm). O bacalhau nós compramos semanalmente de uma importadora e mantemos as peças em uma adega própria para conservá-lo ainda fresco”, explica a chef.
Novos pratos e expansão

Nas próximas duas semanas, cinco novos pratos entram oficialmente no cardápio, a maioria leva bacalhau. Entre eles está o bacalhau à lagareiro, que é servido “alagado” no azeite em uma frigideira arredondada, feita de cobre ou latão, chamada cataplana. A panela foi trazida por Amélia de Portugal especialmente para o prato, que apesar de ainda não estar no menu já está sendo servido.
O prato leva 550 g de bacalhau proveniente da Noruega, assado sobre uma cama de batatas ao murro, e coberto por uma generosa porção de cebola e pimentão. Acompanha arroz branco e brócolis e é servido em dois tamanhos: individual (R$ 77,50) e para duas pessoas (R$ 155).
Atualmente a chef e o marido, o paulista Ricardo Terçarolli, preparam uma expansão dos negócios para São Paulo. O novo projeto – ainda sem nome definido – vai levar os pastéis de Belém produzidos pela chef para pequenos pontos de venda em locais de grande movimentação, como o Aeroporto de Congonhas. Os pontos de venda devem ser em formato dos tradicionais bondinhos portugueses e os pasteis oferecidos em outros sabores, além do clássico creme feito com gemas de ovo, açúcar e leite.

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