Restaurantes
Frequentar restaurantes é seguro em tempo de coronavírus?
Por ora, quem não abre mão de comer fora, seja por necessidade, seja por prazer, a resposta à pergunta é sim, é possível manter a programação gastronômica na rotina diária.
No entanto, de acordo com médico infectologista e professor da Pontifícia Universidade Católica do Parnaá (PUCPR), Jaime Rocha, é preciso observar alguns aspectos como a boa higienização de talheres, pratos ou copos, já que o coronavírus pode sobreviver por algumas horas em algumas superfícies.
"Se os objetos forem higienizados corretamente (com água e sabão ou álcool 70), o vírus deixa de ser ativo", afirma Rocha. "Aliás, não é nada além do que já se espera [de um restaurante]. Estes cuidados sempre foram necessários e vão continuar sendo".
Outra dúvida que pode estar no ar diz respeito à concentração de pessoas em um mesmo ambiente em restaurantes, já que existem riscos de transmissão pelo ar. "Em uma distância de um metro e meio, dois metros, ainda há riscos se alguém contaminado tosse ou espirra. A questão do espaço entre mesas sempre é necessário, na medida do possível, assim como deixar janelas abertas para a circulação do ar ", reforça o médico.
Em Curitiba, pelo menos 600 restaurantes estão cumprindo estas e outras medidas para garantir a segurança de cliente e funcionários, segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-PR). Para facilitar a identificação dos estabelecimentos que se esforçam no combate ao coronavírus, com estes e outros cuidados, a Abrasel criou o selo de Restaurante Responsável que é concedido aos estabelecimentos que estão respeitando a cartilha disponibilizada pela entidade.
Entre outros pontos, o material reforça o cuidado extra com a higienização de pratos, copos e talheres e a lavagem constante das mãos, bem como a disponibilização de álcool em gel para funcionários e clientes.
O que os clientes precisam observar nos restaurantes:
- Verificar se há álcool em gel à disposição em pontos estratégicos, como próximo a pratos e talheres no caso dos restaurantes por quilo;
- Observar se talheres e guardanapos estão devidamente embalados;
- Constatar se há espaçamento entre as mesas - o ideal é que seja de, pelo menos, um metro.
- Conferir se as janelas estão abertas e se há circulação de ar suficiente.
“O intuito da ação é informar e envolver colaboradores e clientes e assim criar uma conscientização coletiva. Os restaurantes de Curitiba que aderiram à campanha e estão trabalhando no processo de conscientização dos clientes e funcionários", garante o diretor-executivo da Abrasel, Luciano Bartolomeu. O processo passa, principalmente, pelo cuidado com a constante higienização das mãos e restrição de contato físico, como abraços e beijos. Também é recomendado o cuidado de tossir ou espirrar na dobra do cotovelo ou em lenços descartáveis.
Exemplos
Alguns restaurantes de Curitiba, como a Forneria Copacabana, estão tomando os cuidados necessários. Aproveitando a onda de calor, o restaurante, que fica no Água Verde, está abrindo o teto retrátil, permitindo uma grande circulação de ar natural.
Já o Pecorino espalhou frascos de álcool em gel na entrada do restaurante e no balcão no centro do estabelecimento, que fica acessível tanto a funcionários quanto aos frequentadores. Outro cuidado é com a limpeza das mesas com álcool, que é feita tanto no final de uma refeição, quanto na chegada de novos clientes.
O Dona Helena, no Alto da XV, também colocou álcool em gel em pontos estratégicos e mantém um cuidado extra com talheres e louças expostas no buffet a quilo, além de oferecer luvas para os clientes. No local, que agora está sempre com as janelas abertas, a cartilha de cuidados desenvolvida pela Abrasel também está disponível aos clientes.
Até mesmo quem investe, também, em delivery, como é o caso dos restaurantes Bávaro, Pezzo Italian, Prinzen e Açaí All Inclusive, da Rua 24h, que criaram ações que visam o combate ao coronavírus. Os estabelecimentos estão enviando pedidos de delivery com um envelope de álcool em gel 70% de brinde e frete grátis a uma distância de até dois quilômetros da rua gastronômica.