Restaurantes
Confeitaria Chez Arnold fecha as portas depois de 38 anos
Um ciclo se encerra no casarão verde-água da Av. Manoel Ribas. O Chez Arnold, facilmente identificado pelo moinho de ar vermelho na fachada, funcionará até o dia 30 de novembro, um sábado. A decisão foi tomada pela empresária Herta Brepohl Timmer, que foi casada por 36 anos com o padeiro e confeiteiro Arnold Timmer, que dá nome à casa.
Nestas últimas semanas, a casa segue funcionando normalmente: abre de segunda a sábado das 9 às 20h e serve almoço e café colonial. Os equipamentos da cozinha estão à venda.
O imóvel em que funcionou a confeitaria e restaurante durante 35 anos é alugado e foi posto à venda este ano. “Não queria começar de novo em outro lugar sem o Arnold. Temos uma equipe que aprendeu muito bem as receitas e funcionamos bem até hoje, mas a venda do imóvel foi um empurrão para fechar um ciclo”, disse Herta ao Bom Gourmet, por telefone. Enquanto Arnold era responsável pela cozinha e Herta, pela administração e atendimento.
Arnold faleceu em julho de 2018 e era filho e neto de padeiros e confeiteiros holandeses. O holandês desembarcou no Brasil em 1975 após se candidatar à uma vaga de perito de panificação na Cooperativa Central de Laticínios Batavo, em Carambeí e, desde então, “não quis mais ir embora”. “Só de ler a receita ele sabia como é que ia ficar o prato”, relembra, orgulhosa, Herta.
O casal abriu o Chez Arnold nos fundos da Galeria Colonial, na Rua Comendador Araújo, próximo à Praça Osório, entre 1981. Eram apenas seis mesas e as panquecas doces e salgadas já estavam no cardápio. Em 1984, transferiram a confeitaria para o casarão do bairro Mercês e ampliaram aos poucos a capacidade da casa– hoje os quatro salões interligados do estabelecimento comportam 100 pessoas. O moinho da fachada é o mais recente na história do Chez Arnold: foi feito por um artesão de Castrolanda sob medida e posicionado no local há cerca de 25 anos.
“Foram anos preciosos, recebemos grupos de 50, 60 pessoas, grupos de senhoras que se encontram aqui, celebrações e pedidos de casamento, de aniversários e de batizados”, diz Herta. Depois de fechar o Chez Arnold, Herta segue se dedicando à hospitalidade: é anfitriã no AirBnb e cogita fazer algo gastronômico no futuro.
Confeitaria holandesa
Os preparos do cardápio seguem receitas da família Timmer, que Arnold aprendeu com a família. Uma delas é o spekulaas, biscoito amanteigado com açúcar mascavo, canela, cravo-da-Índia e noz moscada, e as poffertjes, panquecas holandesas servidas com açúcar polvilhado.
Os bolos clássicos, como Linzertorte e Sachertorte, receitas austríacas que são os carros-chefes da confeitaria, também serão servidos até o último dia. A primeira leva castanhas e geleia de damasco e a segunda, amêndoas, geleia de damasco e cobertura de chocolate. “Temos sempre prontas na vitrine. São receitas bem europeias por serem bolos com menos creme”, ensina Herta. Mas há também as opções como Marta Rocha, floresta negra, estrogonofe de nozes, torta alemã, folhado de maçã, entre outros.
O café colonial é servido das 15h30 às 19h30 (R$ 26 por pessoa) e tem uma série de salgados como tortas, empadões, quiches e folhados, com pães (integral, alemão, 8 grãos e granola) e seleção de frios, manteiga, geleias, biscoitos, bolos, tortas doces, sucos do dia, chá mate, café, leite, chás e achocolatado.
O horário de almoço é das 11h30 às 14h30 e tem o prato do dia e um buffet de saladas, a R$ 16,90 por pessoa. A confeitaria aceita encomendas, reservas para eventos e pedidos pelo Ifood normalmente até seu fechamento.
Serviço
Chez Arnold
Av. Manoel Ribas, 526, Mercês — (41) 3335-8800
Abre de segunda a sábado das 9 às 20h
Chez Arnold
Av. Manoel Ribas, 526, Mercês — (41) 3335-8800
Abre de segunda a sábado das 9 às 20h