Restaurantes
Em Floripa, cantina Macarronada Italiana faz sucesso há 38 anos
A Macarrona Italiana tem todos os elementos de um restaurante tradicional: história, uma clientela assídua e um cardápio que pouco mudou nesses 38 anos da casa, completados nesta semana. O tagliarini alla bolognese, que custa R$ 48, carro-chefe da cantina desde a fundação, continua sendo o prato mais pedido pelos clientes.

Nos últimos dois anos, chegou a massa sem glúten, e mais recentemente, os cremes feitos com trufa. Ézio Giannino Librizzi, proprietário e chef da cozinha, explica que a grande mudança foi a qualidade dos ingredientes. Com o tempo, ele investiu em azeites e queijos mais refinados e uma manteiga artesanal, elaborada por produtores de Santa Catarina. Entre as bebidas, também entraram no menu os vinhos da Serra Gaúcha e Catarinense.

O jardim, na entrada do restaurante, é o ambiente mais disputado na hora do almoço, entre os 160 lugares disponíveis, por conta da vista para o mar. De segunda a sexta, a Macarronada Italiana oferece o prato do dia, quando as opções mais tradicionais da casa pra duas pessoas saem pela metade do preço.
Na quarta, é a vez do tagliarini alla bolognese (R$ 37), cuja base é o filé mignon. Na quinta, entra em cena a lasagna bolognese ai quattro formaggi (R$ 46). Na sexta, o restaurante fica ainda mais disputado, por conta de outro clássico, o polpettone alla parmigiana (R$ 59).
A Macarronada Italiana abriu as portas, primeiro, em Balneário Camboriú, em 1960. Na época, um tio de Ézio Librizzi mudou-se pra cidade catarinense em busca de sossego e começou a cozinhar para alguns amigos. O tagliarini alla bolognese, chamado popularmente no Brasil de macarronada, começou a ganhar fama e ser solicitado na vizinhança.
Hoje, a família se divide entre cinco restaurantes. Além da unidade da capital catarinense, localizada no centro, Ézio também é proprietário de outra sede em São José, na região metropolitana de Florianópolis. Os primos administram a cantina de Balneário Camboriú e, em Campinas e Vinhedo, no estado de São Paulo, outro tio e seus familiares.
O segredo pra manter a clientela cativa segundo Ézio, é a comida de qualidade, que dispensa o refinamento dos restaurantes premiados. “Eu já pensei em colocar um menu degustação, mas daria mais trabalho na cozinha e ia ser caríssimo. Desisti. Acho o à la carte mais justo. Cada um escolhe o prato que pode pagar. Eu respeito o bolso dos meus clientes”, observa Librizzi.
Além do cardápio extenso, outra marca da Macarronada Italiana é o tamanho das porções, quase sempre maiores do que o estômago dos clientes. De acordo com o chef italiano, as sobras são tão saborosas quanto os pratos frescos. “É preciso guardar na geladeira e, na hora de esquentar, basta acrescentar um pouco de manteiga na panela”, recomenda.

O proprietário continua a comandar o restaurante todos os dias, de olho em cada detalhe: na cozinha, no serviço e nos clientes. Os pratos foram todos pensados por ele mesmo e testados pelo menos dez vezes em casa. Todas as massas, molhos, pães e sobremesas são feitos na central de produção própria. Perde-se mais tempo nas massas, de sete a doze horas, que levam apenas farinha italiana, água e sal. Dos molhos, o mais rápido é o sugo, feito com tomate pelado importado, e exige 5h30 no fogão. Outro marca dos cremes é o caldo de carne, quase unanimidade nas preparações.
O filé mignon ao creme de trufas, que acompanha risoto ou ravioli também ao creme de trufas, é o prato mais recomendado pelo chef italiano e a sua criação mais recente. A porção pra uma pessoa sai por R$ 131 e, para duas, R$ 200.
Os pratos com frutos do mar também contribuem pra fama do restaurante. O molho pesto com abobrinhas e camarões pode acompanhar o nhoque de batata, espinafre ou abóbora (R$ 82). As sobremesas também são bem requisitadas, em especial, o excelente tiramisú (R$ 21,50). O doce é feito todos os dias, com açúcar ao paladar italiano, ou seja, sem exagero.

Brasil, as cidades do litoral oferecem os frutos do mar mais frescos.

Serviço: Avenida Jornalista Rubéns de Arruda Ramos, 2458 – Centro, Florianópolis. Aberto todos os dias de 11h às 00h30.
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