A quantidade de serviços e de produtos dentro do Bee.O, aberto em junho em Curitiba, não cabe em uma única definição. O empório, que fica no Batel, reúne um bistrô, padaria de fermentação natural, confeitaria tradicional e para quem tem restrições alimentares, empório com produtos orgânicos, importados e a granel, seção de vinhos, salumeria e queijos. O horário de atendimento também é amplo: das 7h30 às 21h30, todos os dias.

Segundo Clemilda Thomé, idealizadora e proprietária do Bee.O, o espaço combina os conceitos de hortifrúti e empório (parecido com o Eataly, feitas as devidas proporções). A previsão é abrir mais cinco unidades do empório em Curitiba a partir do segundo semestre.

Quem fez a curadoria das marcas importadas e locais no empório foi Danio Braga, chef italiano que reside no Brasil há três décadas. Sob sua batuta, as estantes e refrigeradores do Bee.O foram preenchidas com produtos orgânicos locais, das marcas Marfil, Cípria, Lapinha Spa, Wensky Beer, Empório Rosmarino, Chácara Tiniana, Família Escher, Recanto Verde, Amábile, entre outros.

São conservas, café em cápsula italiano, café orgânico do Norte do Paraná, azeites, massas, sopas prontas, biscoitos doces, snacks, farinhas, ervas e condimentos. Na lista de ingredientes dos industrializados, o mínimo de conservantes possível. O empório também vende mais de 150 produtos a granel, como cereais, grãos e especiarias desidratadas. Só de feijão são oito variedades.

A marca própria tem uma linha de biscoitos e snacks produzidos na casa e também uma linha de chocolates (produzidos pela Cuore di Cacao) com compostos para relaxar, ter foco ou mais energia.

Na salumeria, salame, copa, presunto cozido, presunto cru, speck, pastrami, pancetta, entre outros cortes, das marcas Romani e Monte Bello, da região metropolitana de Curitiba. Na área voltada a queijos, há os nacionais, como Serra da Canastra e muçarela de búfala, e importados: parmesão, provolone e pecorino italianos, queijo azul e brie franceses.

A burrata será feita na própria casa. Ao entrar no Bee.O, uma placa aponta para a estação especial de preparo do queijo. Os clientes poderão, a partir do próximo mês, acompanhar o processo em horários marcados observando através de um vidro que separa o ambiente do empório. A burrata será vendida por quilo e pesará entre 150 g e 200 g.

Para garantir o volume de leite necessário para produção do queijo periodicamente, o empório comprou vacas e abriu um laticínio na região metropolitana.

Karyne Iancóski, chef confeiteira que abriu o Bazar Doce em 2012, vendeu sua loja em janeiro e assumiu a coordenação da panificadora e confeitaria da Bee.O. Todos os pães são de fermentação natural e vendidos a quilo (sourdough, azeitona e tomilho, tomate seco e manjericão, pão de cacau com laranja e brioche são alguns), exceto baguete (R$ 9) croissant (R$ 9) e pain au chocolat (R$ 12), que são por unidade.

Os doces são trabalho de três anos de pesquisa de Karyne: há bolos sem glúten, sobremesas veganas, opções sem lactose e sem açúcar e uma série de entremets que são a assinatura da chef (R$ 14 a unidade). Destaque para as combinações de chocolate e avelã, maracujá e coco, baunilha e frutas vermelhas, caramelo e maçã, capim limão com morango e chocolate com laranja.

O bolo de milho verde recheado de goiabada leva leite de coco feito na casa no lugar de leite de vaca (R$ 6 a unidade), o bolo de chocolate com amêndoas é adoçado com geleia de frutas vermelhas sem açúcar, e o bolo de banana é vegano e recheado de caramelo de castanha de caju (R$ 8 a unidade). Para quem não tem restrição, o destaque é o bolo de laranja, cuja receita é a mesma que era servida no Bazar Doce, úmido e cítrico, feito com farinha branca e açúcar demerara orgânico (R$ 9 a fatia).

O cardápio da Bee.O é dividido entre café da manhã (servido também como café da tarde) e pratos à la carte para almoço, refeições rápidas ou jantar. Quem assina são os chefs Danio Braga, Karyne Iancóski, José Guilherme Thomé e a nutricionista Aline Quissak.

No cardápio de café da manhã e café da tarde (7h30 às 11h e das 15h às 19h), o Bee.O serve crepioca e omelete (R$ 16), e combinações como seleção de pães, geleia orgânica e manteiga (R$ 16) ou seleção de pães, manteiga, ovos mexidos, salada de frutas e granola (R$ 29). Tem também rabanada de brioche com nata batida e compota de frutas vermelhas orgânicas (R$ 21).

O cardápio servido o dia todo tem opções de sopas (R$ 15 a de 300 ml e R$ 25 a de 500 ml) saladas (de R$ 22 a R$ 35), pizzas individuais com massa de fermentação natural (de R$ 24 a R$ 42) em quatro sabores: muçarela, margherita, boscaiola (molho de tomate, cogumelo Paris, alho e muçarela), Parma e rúcula (molho de tomate, muçarela de búfala, presunto de Parma, parmesão e rúcula) e sanduíches (entre R$ 10 e R$ 39).

São 11 opções de sanduíches, dentre elas, queijo quente e misto quente (R$ 10 cada), panini de pesto com tomate cereja e rúcula (R$ 18), Veggie Kebab (pão sírio feito na casa, falafel, molho de tahine, hommus, cebola roxa, tomate e alface, R$ 28), ibérico (baguete, presunto serrano, queijo da Serra da Canastra, picles de pepino, tomate e rúcula, R$ 32) e hambúrguer da casa (hambúguer de carne bovina orgânica, bacon, queijo, tomate e alface, R$ 39).

Há também pratos como o escondidinho de batata-doce com frango orgânico e vegetais (R$ 36); tilápia grelhada com quinoa à grega e pupunha (R$ 42); mignon orgânico com vegetais da época e bifum, macarrão fininho de arroz (R$ 48) para almoço e jantar.

Danio assina seis pratos do bistrô: gnocchi de berinjela com molho de tomate, manjericão e queijo pecorino (R$ 42); hambúrguer vegano de grão-de-bico com molho de tomate, arroz vermelho e shimeji (R$ 44, sem glúten); risoto de cogumelos com queijo Serra da Canastra (R$ 45); ravióli de burrata e brócolis com manteiga de ervas de Provence e tomate (R$ 48); tagliolini de camarão com pimentões e vinho branco (R$ 52, sem lactose); salmão do Alasca grelhado com molho de limão, risoto de parmesão e tomate confit (R$ 68).

“Escolhi ingredientes zero quilômetro para compor boa parte do empório e cardápio, mas inseri alguns produtos importados, como o salmão selvagem, para ter uma proteína que tem bastante procura e que não seja de cativeiro”, explica o chef Danio Braga sobre o salmão.

Danio Braga assina a curadoria dos produtos do empório, salumeria e parte do cardápio. O chef italiano é o nome à frente do Locanda della Mimosa, restaurante em uma pousada de luxo em Petrópolis, no Rio de Janeiro, e também é enólogo e sommelier. Cresceu em uma família de vinicultores e se mudou para o Brasil nos anos 1980. Em 1983 fundou a Associação Brasileira de Sommeliers no Rio de Janeiro e em 1994, a Associação dos Restaurantes da Boa Lembrança, em que os restaurantes associados criam anualmente uma receita nova e os clientes levam para casa uma louça pintada à mão como souvenir.

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