Redescubra a Cozinha
Trigo de Origem da Moageira Irati está presente no pão artesanal que acalenta na quarentena
Um dos resgates mais marcantes realizados durante a quarentena foi o hábito de cozinhar em casa, seja por necessidade, seja por prazer. O Bom Gourmet até criou a plataforma de vídeos Redescubra a Cozinha, Redescubra o Amor para atender a demanda por receitas. Nesta viagem ao passado, um dos destaques foi a vontade de muita gente de fazer pão. Não à toa, as pesquisas pelo termo "como fazer pão" foi uma das mais realizadas na quarentena, segundo o Google. Por meio destas buscas, entre tantas, o chamado pão de fermentação natural ganhou popularidade e tornou a sua cadeia produtiva mais conhecida.
O chamado trigo de origem, ingrediente fundamental no autêntico pão de fermentação natural, faz parte de uma cuidadosa cadeia que envolve desde o produtor de semente, passa pelo agricultor e chega ao panificador especializado neste tipo de pão. O cuidado da Moageira Irati no processo de segregação dos tipos de farinha permite que uma parte dela seja direcionada ao segmento dos pães artesanais.
"No passado, os panificadores deste segmento importavam farinha da França e da Itália para produzir o pão artesanal. Hoje, conseguimos entregar um trigo moído exatamente do jeito que os clientes precisam", garante André Machado, diretor comercial e de marketing da Moageira Irati, que tem no trigo de origem uma de suas linhas de atuação.
O sentido de compartilhamento, reforçado na cadeia produtiva do trigo de origem, vai de acordo com os valores de quem faz pão de fermentação natural, que não vê o outro como concorrente, mas apenas como uma pessoa que atua na mesma área. "Há um senso de comunidade. Basta ver quantos panificadores estão compartilhando suas receitas pelas redes sociais, para que todos possam tentar. É um processo de ressignificação do que é fazer pão", diz Machado.
Aliás, o interesse das pessoas em fazer pão, especialmente de fermentação natural, fizeram com que a Moageira investisse em pacote menores da farinha de origem, que também pode chegar à casa do consumidor. "Antes vendíamos o trigo em sacos de 25 quilos. Quando os panificadores começaram a dar cursos, tornou-se comum as pessoas começarem a pedir um pouco de farinha a eles. Para facilitar, começamos a fazer embalagens de um quilo", explica Machado. A farinha especial da Moageira, que vem com um QR Code no qual é possível acessar o laudo técnico que atesta a qualidade e a pureza do produto, está disponível em empórios e locais como o Mercado Municipal de Curitiba. "Estamos rumo à ampliação em algumas frentes também em São Paulo", diz Machado.
Outras áreas
A partir do processo de segregação do trigo, iniciado há 20 anos na Moageira Irati, localizada a 150 quilômetros de Curitiba, é possível separar os tipos de farinha ideais para cada tipo de preparo. "Há um tipo para biscoitos, outro para pães produzidos em escala industrial, outro para massas etc. Com a segregação, conseguimos direcionar a melhor farinha para cada tipo de produto final", explica Machado.
A diversividade do produto faz com que a Moageira atue em muitas outras linhas, além do trigo de origem. "Atuamos na indústria, por exemplo, fornecendo farinha para empresas como Nestlé e Marilan fazerem biscoitos. Também fornecemos farinha para a produção industrial de massas e pães embalados e, também, atendemos o setor do food service", explica.
Durante a pandemia, Machado diz que a diversidade de ramos de atuação fez com que a Moageira conseguisse manter o seu equilíbrio. "Se por um lado houve aumento do consumo de massas, biscoitos e pães embalados, já que as pessoas estão ficando mais em casa, houve redução de fornecimento para o setor do food service, resultado na queda de movimento nos restaurantes", finaliza.