O lançamento de "And Just Like That", revival da série "Sex and The City", que estreou no final da década de 1990 e virou fenômeno mundial nos anos 2000, trouxe à tona não só a continuidade das histórias das personagens e suas lembranças, mas a de um drink onipresente nas noitadas do quarteto em Nova York: o cosmopolitan. Na nova produção da HBO Max, apesar da passagem temporal de quinze anos, também há referência à bebida favorida de Carrie Bradshaw (Sarah Jessica Parker), Charlotte York (Kristin Davis), Miranda Hobbes (Cynthia Nixon) e Samantha Jones (Kim Cattrall), que ficou de fora da continuação, para a tristeza dos fãs.

E a inserção do drink na série não foi por acaso. O coquetel, que mistura vodka, cítrico e cranberry virou uma febre em capitais mundiais como Nova York e Londres. O cosmopolitan não se restringiu às décadas passadas ou ficou datado. "Na minha opinião, conseguiu se transformar em um clássico", diz o bartender Gabriel Bueno, do Astrolab. "O cosmopolitan é uma variação de kamikaze e lemon drop, e conseguiu se inserir em diversos bares nos Estados Unidos primeiramente por conta da comunidade LGBTQIA+, em Miami, e alcançou o mundo com o seriado Sex And The City", explica Bueno. 

A primeira receita da bebida, porém, é bem anterior: segundo o Difford's Guide, maior guia sobre coquetelaria do mundo, a primeira referência ao Cosmopolitan aparece no livro Pioneers of Mixing at Elite Bars, de 1934, mas com algumas alterações de ingrediente que deixavam o líquido com uma aparência rosa-pálida, ao contrário do Cosmopolitan clássico, cuja cor é um pouco mais intensa. Ainda de acordo com o Difford's, outro antepassado provável do Cosmopolitan é o Harpon, famosa nos anos 1960, que também incluía a vodka ou o rum como base e o cranberry e o limão.

Há divergências sobre quem teria sido o inventor ou inventora do Cosmopolitan: há quem atribua a criação para a bartender Cheryl Cook, que trabalhava no restaurante The Strand, na Flórida, nos anos 1980.  Já o  bartender e escritor Toby Cecchini credita a ele mesmo o drink como conhecemos hoje, por ter incluído o cítrico na mistura.

No imbróglio também está o bartender Dale DeGroff, creditado como o inventor pela New York Magazine. DeGroff costuma ser mais relacionado à bebida por uma foto do ícone Madonna, sua amiga, bebendo um Cosmopolitan preparado por ele, em 1996. Depois da foto, a moda estourou.

Falando de sabores, Gabriel Bueno fala que o Cosmopolitan segue a linha de um coquetel sour. "Então, basicamente, traz acidez e dulçor com a complexidade de sabor com o suco de cranberry e o triple-sec". 

Gabriel Bueno tem a sua releitura do drink, o "Astropolitan, que substitui o suco de cranberry por um cordial de framboesa, para trazer notas mais frutadas e corpo ao coquetel. Veja a versão do bartender e também a original, cadastrada na Associação Internacional de Bartenders: