O Passionata, queijo fino autoral produzido em Toledo, no oeste do Paraná, ficou entre os nove melhores do mundo e o melhor da América Latina, na 36º edição do World Cheese Awards, realizado em Portugal, nos dias 16 de 17 de novembro. Fabricado no Biopark, foi o único brasileiro no ranking, concorrendo com com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O prêmio é o principal da categoria, considerado o 'Oscar' dos queijos. O campeão foi o português Queijo de Ovelha Amanteigado, fabricado pela Quinta do Pomar na Serra da Gardunha.

Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata, e o Entardecer d´Oeste com o bronze entre os melhores da América Latina. Realizado em parceria com o Biopark Educação, o projeto de queijos finos existe há cinco anos. O objetivo é melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores. “A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, explica Carmen Donaduzzi, uma das fundadoras do Biopark.

“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destaca o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”, ressalta.

O Paraná produz 12 milhões de litros por dia; a maioria vem de pequenos e médios produtores. Hoje, 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no oeste do estado. Juntos, produzem 26 especialidades de queijo fino. No decorrer do ano de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação. Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.

“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, informa Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDRPR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”, acrescenta.

A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque. A partir das características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.

As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra, localizada no Biopark.