Bom Gourmet
Qual a diferença entre cuca e cuque?
Cuca ou cuque? Quem nunca ficou na dúvida sobre o nome do bolo que reina nos cafés coloniais, mas alegra também o café da manhã ou acompanha bem um chá a qualquer hora do dia? Bem, não se preocupe: os dois termos estão corretos e designam a mesma delícia que tem massa que parece um pão ou um bolo, dependendo das versões, e cobertura crocante.
Da mesma forma que bolacha ou biscoito, os uso dos termos cuque e cuca também é regional: o primeiro geralmente é preferido pelos curitibanos e paranaenses, enquanto catarinenses e gaúchos optam mais frequentemente pelo segundo. As duas versões derivam da palavra alemã streuselkuchen, junção de kuchen (bolo) e streusel (farofa), ou seja, um bolo com cobertura esfarelada.
Segundo Camila Kaminski, chef e proprietária do Empório Kaminski, a essência do bolo é a mesma mas tem uma diferença entre o cuque do Paraná e a cuca de Santa Catarina e Rio Grande do Sul: “Mais ao sul se usa fermento biológico que deixa a massa mais alta, o resultando lembra um pão; aqui no Paraná é usado o fermento químico e o resultado é uma massa de bolo, mais baixa”, explica.
Elaine Bublitz, chef e proprietária da Flammk, defende que a cuca ou cuque tem que ser baixa “senão vira chineque”, outro pão doce de origem alemã, em formato de caracol. “A farofa dá para fazer mais rala, com pequenas bolinhas, ou com bolas maiores. Aí vai do gosto”, explica.
A versão com banana é a mais tradicional, mas o doce se presta a muitas variantes. No recheio é comum encontrar creme confeiteiro, uva, maçã, goiaba, geleia, abóbora, doce de leite e coco. A clássica cobertura de farofa também pode ser substituída por nata com canela, versão bastante difundida em Joinville, em Santa Catarina.
Na Flammk, cantina que fica no Celin da UFPR, o pedaço de cuca sai por R$ 4 (o sabor varia todo dia). No Empório Kaminski, o cuque é vendido por quilo e custa de R$ 37 a R$ 39, dependendo do recheio.