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Produtos & Ingredientes

Conheça o whisky que pode custar mais de R$ 5 milhões

Guilherme Grandi
15/02/2019 16:00
A icônica imagem de Clint Eastwood bebendo uma dose de whisky puro nos filmes de faroeste, sem gelo e num gole só, permeia o imaginário popular de muita gente. E normalmente não é qualquer rótulo da bebida, mas o clássico The Macallan.
Os rótulos mais caros do The Macallan podem custar mais de US$ 1 milhão. Foto: Visualhunt.
Os rótulos mais caros do The Macallan podem custar mais de US$ 1 milhão. Foto: Visualhunt.
Considerado o whisky mais cobiçado do mundo, o The Macallan foi criado em 1824 na Escócia e já abocanhou tantos prêmios que colecionadores pagam verdadeiras fortunas por lotes especiais da bebida. Ele está até mesmo no Guinness Book, o livro dos recordes, por ter tido uma garrafa de 60 anos arrematada por US$ 1,5 milhão (R$ 5,62 milhões) no final do ano passado.
Rafael Oliveira, bartender do bar Punch Drink & Co., de Curitiba, o The Macallan é um daqueles produtos que levam ao pé da letra a máxima de que tudo que é bom é caro. No caso dele, todo o valor agregado de produção.
“O The Macallan tem aquelas coisas em que a qualidade do whisky faz com que o preço se justifique. Ele é um single malt, ou seja, feito com um malte único, tem uma série de particularidades e produção extremamente limitada que dão uma aura especial. Não à toa, ele é o whisky mais caro do mundo mesmo nas versões mais simples”, conta. Cada dose no Punch custa R$ 65.
Entre as particularidades que o tornam tão caro estão a madeira usada no envelhecimento da bebida e até mesmo a quantidade da bebida envasada no alambique. O embaixador do The Macallan no Brasil, Gianpaolo Morselli, contou ao Bom Gourmet que a própria marca produz os barris usados na maturação do whisky, e que apenas 16% do que é produzido chega ao consumidor final.
“Nenhuma outra destilaria do mundo faz os próprios barris, apenas o The Macallan. São usadas madeiras de carvalho com mais de 100 anos de idade, que dão mais aroma e sabor à bebida. E também nem tudo do que é destilado vai ao mercado. A gente só usa o ‘coração’ da bebida, descartando o começo e o final da produção do alambique, enquanto que a média do mercado é de 40%”, explica.
Segundo Gianpaolo, este uso limitado faz com que a ressaca do dia seguinte de uma garrafa inteira seja muito menor que de outras marcas de whisky.

Mais raro, mais caro

Embaixador do The Macallan no Brasil, Gianpaolo Morselli conta que a produção é extremamente limitada. Foto: reprodução Facebook.
Embaixador do The Macallan no Brasil, Gianpaolo Morselli conta que a produção é extremamente limitada. Foto: reprodução Facebook.
A versão de entrada do The Macallan disponível no Brasil, envelhecido 12 anos, custa em torno de R$ 299,90. Mas, pode chegar a R$ 4.999,90 no rótulo Rare Cask, produzido com barris raros de carvalho.
“Em via de regra, se você tiver duas madeiras iguais usadas em um barril grande e em um pequeno, o menor vai ter um sabor muito mais rico e complexo. É o caso do Rare Cask, com barris raros e com menor quantidade disponível”, analisa Gianpaolo Morselli.
Ele ressalta ainda que versões muito mais raras do The Macallan podem alcançar cifras de US$ 100 mil dependendo da venda. Quanto mais tempo envelhecendo, menor será a quantidade produzida. Assim, o preço vai nas alturas.
“Tem também os barris específicos, como os feitos com madeiras de árvores de 150 anos que deixam a bebida ainda mais complexa. Temos um especialista que analisa os barris e escolhe os ideais para a produção de bebidas excepcionais”, conta.

Coquetéis com The Macallan

O bartender Rafael Oliveira prepara dois drinks com o The Macallan que não estão no cardápio. Foto: Naideron Jr./divulgação.
O bartender Rafael Oliveira prepara dois drinks com o The Macallan que não estão no cardápio. Foto: Naideron Jr./divulgação.
Contrariando alguns especialistas que dizem que o The Macallan só pode ser bebido puro, o bartender Rafael Oliveira tem duas receitas de coquetéis com o prestigiado whisky como base. E não é qualquer drink, são versões que estão fora do cardápio.
“Dá para fazer coquetéis que realçam o sabor dele, como o Penicillin com whisky escocês, xarope de mel e gengibre, limão siciliano e finalizado com o The Macallan. Ou ainda outro que eu gosto muito, e que só faço sob demanda, leva o whisky com xarope de açúcar, bitter artesanal de laranja, flor de camomila, anis, cravo da índia, cascas de laranja e limão siciliano com água quente infusionados na cafeteira Aeropress. Eles se combinam através da pressão e são servidos num copo baixo com uma pedra grande de gelo”, conta o Rafael Oliveira.
O bartender brinca que o The Macallan puro ou no coquetel pode ser experimentado sem erro. “Não tenha medo de beber, mesmo ele sendo tão caro”, finaliza.

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