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Fábrica de bolachas Vovó Elza tem receita de família e tradição de Natal
Do presente mais simples ao mais sofisticado, no Natal o que a gente busca é presentear as pessoas queridas com alguma coisa que marque suas vidas. As bolachas decoradas, além de uma tradição, podem cumprir o objetivo de presentear algum ente querido. Em Curitiba, a fábrica da Vovó Elza, que existe desde 1998, se tornou referência no assunto e atualmente vende bolachas o ano todo, duplicando o orçamento nessa época.
Surgida em um momento de crise, a fábrica de bolachas artesanais segue, desde sempre, receitas escritas e deixadas pela vó da família Spengler. “Ela sempre trabalhou com as bolachas, desde muito nova. A venda das bolachas era uma forma de auxiliar no sustento da família e acabou que através da nossa vó toda a família recebeu de herança esse hábito”, lembra a neta, Ana Luiza Spengler, 40 anos.

Ana, que toca a fábrica hoje em dia com a ajuda de três irmãos, disse que a época de Natal era muito especial para a vó Elza. “Sempre foi algo muito forte para ela, que fazia as bolachas e as noras e filhas ajudavam na decoração. Isso se perpetuou com ela até mais ou menos ter uns 70 anos de idade, há 30 anos. Foi ficando mais velhinha e parou de fazer as bolachas, mas isso passou para as outras gerações”.
Ana contou como foi o início de tudo: “Viemos de Santa Catarina para Curitiba em um momento difícil, de crise, que precisávamos achar uma forma de empreender de qualquer forma. As bolachas já eram uma rotina em nossa vida, então começamos a vender por aqui, meu irmão vendia no banco onde trabalhava, e aos poucos fomos conquistando o público. Primeiro conseguimos uma barraca na feira do Largo da Ordem, fomos crescendo e hoje são duas lojas, além das feiras”.
Crescimento aos poucos
Por trabalhar sempre em família, a fábrica foi crescendo, mas essa essência se manteve até hoje. “Nossa família toda, de uma forma ou outra, está ligada à empresa. E percebo que esse resgate da família é muito importante para nós. Ver que não mexemos na qualidade de algo que a gente trouxe de lá de trás é perpetuar a tradição. Essa é a verdadeira herança, manter a família unida, muito mais do que material mesmo”.

Fora as 15 pessoas da família (trabalham juntos Ana, a mãe, o pai, três irmãos, uma cunhada, os sobrinhos e outros familiares que ainda participam da empresa indiretamente), a Vovó Elza emprega hoje pelo menos 26 outras pessoas. “Quando começamos, lá atrás, nunca imaginamos que chegaríamos ao porte que temos hoje em dia. Foi acontecendo, nada planejado, porque, como nascemos numa época de crise, nunca nos aventuramos. Nunca fizemos muitos projetos de expansão, nosso objetivo sempre foi servir bem, ter um produto de qualidade. Quem determinou nosso crescimento foi o nosso cliente”.
Produção acelerada
As bolachas, decoradas ou não, são produzidas o ano inteiro. “Trabalhamos com a linha de amanteigados que a vó chamava de ‘doce’. Esse é o nosso carro-chefe mesmo, que fomos adaptando ao longo dos anos a partir da receita original. Junto disso temos a linha dos decorados infantis e, em épocas sazonais, como a Páscoa, Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia dos Professores, trabalhamos com os decorados específicos”, explicou Ana.

No Natal, porém, as coisas mudam um pouco dentro da fábrica e a produção é praticamente toda voltada ao período em que as vendas aumentam ainda mais. “A gente praticamente dobra o faturamento, então precisamos manter uma logística, porque é bem difícil. Você tem que imaginar o que vai vender. Mas a gente tem essa experiência de alguns anos, então se precisar estendemos um pouco o horário, todo mundo se envolve”.
Por seguir praticamente a mesma receita desde sempre, Ana destacou que as bolachas continuam com o mesmo sabor e qualidade de quando a vó ensinou. “Hoje nós temos aproximadamente 40 receitas, mas todas são praticamente uma só. O que nós fizemos foi pegar a base da receita da vó e fomos adaptando e incrementando alguns ingredientes como o côco, chocolate, mas sempre trabalhando com a base principal”.
Curiosidade natalina
Embora a história da tradição das bolachas de Natal seja diferente em cada região, Ana contou que era muito tradicional, na Europa, que as bolachas fossem feitas a partir da união da família toda. “Como o inverno coincide com o Natal, os homens coletavam mel antes do frio e as mulheres preparavam a massa. Essa massa poderia ficar crua por um bom período dentro das casas, então na época do frio era quando assavam, para esquentar em casa. Essa massa era montada em formato de bolachas, assadas e as crianças se envolviam na decoração. Até por isso que surgiu a tradição das bolachas no Natal”.
Por ser uma tradição, a receita é bem simples e pode ser feita em casa. A decoração é feita com glacê, que hoje em dia pode ser comprado até mesmo em pó e pronto para ser preparado. Confira a receita a seguir.
Serviço
São duas lojas. A sede (onde fica a fábrica) na Rua Lodovico Geronazzo, 2.284, no bairro Boa Vista, e a outra na Rua Alberto Folloni, 407, no bairro Juvevê. Além disso, as bolachas tradicionalíssimas podem ser encontradas também nas feirinhas do Largo da Ordem, do Passeio Público e na de Natal da Praça Osório. Essa última, inclusive, começou na sexta-feira passada.
São duas lojas. A sede (onde fica a fábrica) na Rua Lodovico Geronazzo, 2.284, no bairro Boa Vista, e a outra na Rua Alberto Folloni, 407, no bairro Juvevê. Além disso, as bolachas tradicionalíssimas podem ser encontradas também nas feirinhas do Largo da Ordem, do Passeio Público e na de Natal da Praça Osório. Essa última, inclusive, começou na sexta-feira passada.
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