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Produtos & Ingredientes

Quer economizar? Escolha a abrótea, o “bacalhau brasileiro”

Juliana Gomes, de Florianópolis, especial para Gazeta do Povo
29/03/2018 20:40
Um dos ingredientes mais consumidos na época da páscoa é o bacalhau, mas nem todo mundo sabe que, na verdade, a palavra se refere ao processo de salga e secagem, não a um tipo de peixe específico. O pescado mais comum e valorizado, conhecido como bacalhau verdadeiro, é o Gadus morhua, oriundo das águas frias da Noruega e Islândia. No entanto, há outras espécies vendidas a preços mais modestos que apresentam características semelhantes em relação à textura e sabor, como a abrótea. Encontrada no litoral brasileiro, ela pertence à ordem Gadiforme, a mesma do Gadus morhua, o que a faz parente do legítimo bacalhau.
Apesar de ser conhecida como “bacalhau brasileiro”, a abrótea costuma ser consumida na forma de filé na maior parte do Brasil. Como bacalhau, o pescado ainda é pouco valorizado. O chef Anderson Antônio, do restaurante Taberna Ibérica, de Florianópolis, explica as semelhanças entre o gadus morhua e a abrótea.
“A abrótea também tem a carne branca, mas é um peixe pequeno, que pesa no máximo dois quilos, e tem a carne mais seca. Recomendo que se use para fazer bacalhau nas receitas que utilizam o pescado desfiado, porque nesse caso o sabor e a textura serão bem semelhantes”, destaca o chef.
Os bolinhos de bacalhau podem ser feitos com abrótea desfiada, segundo o chef Anderson Antônio. No Taberna Ibérica, de Florianópolis, os petiscos são elaborados com o peixe gadus morhua, importado da Noruega. Foto: Leonardo Almada/Divulgação
Os bolinhos de bacalhau podem ser feitos com abrótea desfiada, segundo o chef Anderson Antônio. No Taberna Ibérica, de Florianópolis, os petiscos são elaborados com o peixe gadus morhua, importado da Noruega. Foto: Leonardo Almada/Divulgação
Entre as receitas de bacalhau que podem ser feitas com abrótea, Anderson sugere a versão com natas ou outros preparos que usam pequenos pedaços do peixe. Outro prato que pode ser feito com abrótea é a salada alfacinha, tradicional de Lisboa, que leva grão de bico, salsinha, cebola, azeite e bacalhau desfiado.
Bacalhau às natas feito por Nelson Goulart, do Ibérico. Foto: Letícia Akemi/Gazeta do Povo
Bacalhau às natas feito por Nelson Goulart, do Ibérico. Foto: Letícia Akemi/Gazeta do Povo
O peixe conhecido como “bacalhau brasileiro” gosta de águas frias. Por isso, costuma ser encontrado no sul do país, Uruguai e Argentina. Pode ser pescado o ano todo, mas aparece com mais abundância nos meses do outono e inverno. No Mercado Público de Florianópolis, custa em torno de R$ 20 o quilo. Já em Curitiba, o  preço nas peixarias fica em torno de R$ 30o quilo (filé fresco), enquanto o quilo do bacalhau verdadeiro em Curitiba pode chegar a R$ 110. 
No local, os vendedores recomendam que a abrótea seja comprada em peixarias onde os clientes confiem nas condições de congelamento, pois caso esse processo seja feito de forma inapropriada, a carne da abrótea pode adquirir uma textura esponjosa.
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