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Mais uma vez, Proteste encontra fraude em 5 marcas de azeite de oliva

Bom Gourmet
19/12/2017 17:29
A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor – Proteste testou pela sétima vez (a terceira em 2017) as marcas de azeite de oliva vendidas no varejo brasileiro. Cinco das 29 marcas com rótulo de azeite de oliva foram desclassificadas por terem outros óleos vegetais em sua composição e outra seis foram reclassificadas para azeite de oliva virgem após análise sensorial de especialistas (e não extravirgem, como informado no rótulo). O resultado do teste foi divulgado na segunda, 18 de dezembro.
As 29 marcas analisadas foram Allegro, Andorinha, Beirão, Borgel, Borges, Broto Legal, Carbonell, Cardeal, Carrefour, Cocineiro, Do Chefe, Filippo Berio, Gallo, La Española, La Violetera, Lisboa, Malaguenza, Maria, Mondegão, Olitália, O-live, Qualitá, Selmi Renata, Serrata, TAEQ, Terrano, Tordesilhas, Tradição Brasileira, Vila Flor.
As marcas Malaguenza, Lisboa (reprovada no teste do início de 2017 e investigada pelo Ministério Público), Tradição Brasileira (do mesmo fabricante da marca Tradição, reprovada em 2013, 2016 e no teste do início de 2017), Borgel e Do Chefe, que apresentaram mistura de azeite com outros óleos vegetais, foram desclassificadas e não podem ser chamadas de azeite. Foram classificadas como óleos lampantes, ou seja, produtos com cheiro forte e acidez elevada. Esse tipo de produto é indicado apenas para o uso industrial e não para alimentação humana.
O Bom Gourmet entrou em contato com as marcas malaguenza, Lisboa e Tradição por e-mail e telefone. As marcas Borgel e Do Chef não foram encontradas.
A Proteste informou que todos os fabricantes mencionados receberam os resultados dos testes e detalhes de como foram feitos. A associação também denunciou a fraude das cinco marcas ao Ministério Público, Secretaria Nacional do Consumidor e MAPA, além de ter encaminhado o resultado dos testes para os mesmos órgãos e também à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Oliva, ABRAS, APAS e Supermercados.

Azeite de oliva, sim, mas não extravirgem

Na análise sensorial, as marcas Tordesilhas, Broto Legal, Serrata (reclassificada também em 2013), Mondegão, Beirão (reclassificada também em 2013 e 2016) e La Española (reclassificada também em 2013), que apresentam o rótulo de extravirgem, foram reclassificadas para virgem, ou seja, apresentaram características em aroma e sabor que desviam do alto padrão que caracteriza um azeite extravirgem.

Qual azeite de oliva comprar?

Ao comparar preço e qualidade, a Proteste elegeu os azeites de oliva extravirgens Cocinero e Carrefour Discount como melhor custo-benefício e identificou através da análise sensorial um padrão alto de qualidade nas marcas O-Live e Filippo Berio.

Como é feito o teste

A Proteste compra as garrafas de azeite por conta própria, em supermercados, sem aceitar amostras das marcas para o teste. Em seguida, através de análise de laboratório, verificam se os produtos estão de acordo com as diretrizes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e do Conselho Oleícola Internacional (COI).
Dentre os critérios analisados estão: verificar se os rótulos contêm as informações exigidas pela legislação; conferir a acidez do produto através da análise da quantidade de ácidos graxos livres no azeite; verificar o grau de oxidação do azeite; medir a qualidade do produto de acordo com a presença de umidade, impurezas, metais, e outros compostos que não deveriam estar presentes em azeite de oliva; analisar a composição de ácidos graxos e esteróis, que podem indicar a presença de outros óleos vegetais que descaracterizam o produto como azeite de oliva, realizar a análise sensorial às cegas por degustadores profissionais que verão se a cor, sabor e aroma estão dentro dos parâmetros esperados de um azeite de oliva extravirgem, ou seja, sem defeitos.
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Resposta das marcas acusadas de fraude

Por meio de nota, a Natural Alimentos, que produz os Azeites Lisboa, informou ao Bom Gourmet na tarde desta terça (19) que o “lote mencionado não está mais nos supermercados deste setembro de 2016. A empresa o retirou das prateleiras por distorções de qualidade nos produtos importados e por isso também não comercializa mais desde o início desse ano”.
A Monções Indústria e Comércio Eireli – Epp, responsável pela marca Tradição Brasileira, encaminhou ao Bom Gourmet na tarde de terça (19) uma nota em que frisa que a produção de seus azeites iniciou em 2013, “sendo, portanto, impossível não ter atingido os padrões de qualidade desde 2013”, conforme veiculado pela Proteste. A marca também afirma não creditar à Proteste a “competência legal e técnica (laudo genérico) de fiscalização”.

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