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Português que produz vinho há 50 anos ganha mercado com produção autoral
O enólogo português José Maria Soares Franco fala sobre vinhos com a propriedade de quem vive há quase 50 anos neste universo. Depois de cinco anos, um dos principais nomes da enologia mundial volta ao Brasil para compartilhar o seu conhecimento e difundir os vinhos portugueses, que também são exportados para países como Estados Unidos, África do Sul e Emirados Árabes, além dos vizinhos europeus.
Depois de ser responsável, por quase 30 anos, pela produção dos vinhos da Casa Ferreirinha, Franco inaugurou a própria vinícola em 2007 e pôde, desde então, imprimir sua marca em rótulos elaborados com a sua assinatura e de um dos seus sócios, o também enólogo João Portugal Ramos.
Aliás, foi a partir da parceria com Ramos que surgiu o nome da marca Duorum, que, em latim, significa "de dois", um número emblemático para a vinícola.
No processo de produção são explorados dois terroirs, das regiões de Cima Corgo e Douro Superior, ao Norte de Portugal, quase fronteira com a Espanha, uma região marcada pela baixa umidade. A propriedade tem área de 160 hectares, dos quais 85 são tomados pelas videiras, que rendem, em média, 500 toneladas de uvas ao ano.
Diversidade
Com o know how conquistado ao longo da carreira, os enólogos desenvolveram um trabalho de alquimia até chegar aos rótulos que já receberam pontuações altas nos rankings Robert Parker, no Wine Spectator e no Wine Enthusiast. "Faço questão de acompanhar de perto cada etapa do processo", conta Franco.
A grande aposta da vinícola é na mescla entre diferentes tipos de uvas que estão adaptadas ao clima e ao terreno da região. O branco Tons de Duorum, por exemplo, é feito a partir das uvas Arinto, Verdelho, Moscatel, Viosinho e Rabigato, que dão ao rótulo aromas cítricos com notas florais. "Estas espécies são cultivadas nos terrenos mais altos e o processo de produção do vinho leva, em média, seis meses", explica. A safra de 2018 foi eleita Best Buy pela Wine Enthusiast e o rótulo pode ser encontrado, no Brasil, por R$ 60.
Outro vinho proveniente de uvas cultivadas em terrenos mais elevados da propriedade está o premiado Duorum Colheita DOC, feito a partir das uvas Touriga Franca, Touriga Nacional e Tinta Roriz, que, no Brasil, custa R$ 115. "É um vinho feito a partir da pisa robotizada, amadurecido em barricas de carvalho", explica. O rótulo, com taninos firmes e acidez equilibrada, leva um ano e meio para ficar pronto.
Já o Duorum Reserva é produzido a partir de uvas cultivadas em uma região mais baixa, próximo ao rio, em vinhas com aproximadamente 100 anos. Além das Tourigas e da Tinta Roriz, o vinho leva também a Sousão. A combinação e o processo de amadurecimento em barricas de carvalho conferem ao rótulo aroma de frutos como amora, cassis e groselha. O rótulo foi premiado com 90 pontos no Robert Parker e 93 na Wine Enthusiast e, no Brasil, tem valor médio de R$ 300.
O Brasil também recebe, pelas importadora Porto a Porto, o Duorum Porto Vintage, vinho licoroso que leva uma média de 15 anos para chegar ao consumidor e é comercializado em garrafas de 375 ml por R$ 150. Com grande longevidade, a safra de 2007 recebeu 91 pontos no Robert Parker, 92 na Wine Spectator e 93 na Wine Enthusiast. "É um vinho muito especial, pois marca o início dos trabalhos na nossa vinícola".