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Livro conta histórias e curiosidades de 50 receitas clássicas

Flávia Schiochet
13/02/2014 02:44
Quantas histórias podem ser servidas à mesa? Se depender do livro Quem colocou o filé no Wellington?, do autor britânico James Winter, pelo menos quatro: salada, prato principal, sobremesa e um drinque. Lançada há cinco meses pela editora Melhoramentos, a edição traz a história de 50 receitas clássicas de diversas partes do mundo, todas com fotos e a releitura do autor. Mais do que receitas e causos, o livro levanta duas perguntas fundamentais quando falamos de clássicos na cozinha: Quem teve essa ideia? E por que continuamos comendo isso?
A resposta pode estar na comparação que Winter faz entre um chefe um artista. Saber como preparar e combinar ingredientes de forma a criar um novo sabor é uma habilidade invejável. Enquanto uma obra de tinta e tela sobrevive ao tempo mantendo sua forma e cor, um prato é recriado em cima da ideia original a cada preparo. O xis da questão é saber que tipo de coincidências ocorreram para que estas combinações tenham surgido atemporais.
Winter aponta vários caminhos e histórias; a maioria delas tem como protagonista chefs franceses, como Auguste Escoffier e Marie-Antoine Carême, e um cenário caótico (guerras e crises) ou luxuoso (a belle époque) ou os anos dourados, por exemplo.
Muitos dos pratos que hoje são comuns foram criações simples (e chiques!) em sua época. As saladas Waldorf e Caesar, por exemplo, foram uma coqueluche nos EUA quando surgiram, no fim do século 19 e em meados da década de 1920, respectivamente. O estrogonofe, à boca pequena tido como uma maneira de esconder a qualidade inferior da carne, foi pensado por um chef russo para os melhores cortes. Do Brasil, não poderia faltar a feijoada. Winter afasta a lenda de que era comida de escravos e crava: ela é irmã da favada e do cassoulet, uma receita vinda dos portugueses do norte que refestelava a elite recém-formada no Brasil.
A narrativa de Winter é leve e sincera. Não são poucos os textos em que ele admite não saber se as histórias citadas são lendas ou coincidências – o que inegavelmente dá um bom caldo à conversa, da entrada à sobremesa.

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