Produtos & Ingredientes
Conheça a história do embutido alemão que ganhou o Brasil com o nome de linguiça Blumenau
Há uma meia verdade na afirmação “a linguiça Blumenau não é de Blumenau”. Produzida em Pomerode há quase cem anos, desde 1959 a cidade não é mais um distrito de Blumenau, mas a fama ficou para a “irmã mais velha”. A história do embutido começa no final do século 19, quando imigrantes alemães se instalaram no Vale do Itajaí e adaptaram receitas de sua região de origem, a Pomerânia.
“Ficou com esse nome por causa dos turistas que visitavam a cidade e levavam a linguiça para São Paulo, Curitiba. Temos registros do início da década de 1970 em que a linguiça já era chamada de linguiça Blumenau”, explica Rolf Konell Jr., sócio da Embutidos Olho, que comercializa o embutido desde 1918 apenas como linguiça pura de porco.
A linguiça Blumenau é do tipo pura: leva paleta e pernil suínos moídos e 28% de gordura, proveniente do toucinho lombar. De tempero, apenas pimenta branca, alho e sal e a tripa usada é a suína. O embutido passa pelos defumadores com serragem e brasa, a uma temperatura máxima de 50 graus C, onde fica 36 horas. A cada “batelada” são defumadas cerca de 7.200 unidades de linguiça.
A retomada do mercado
Na fábrica da Embutidos Olho, na cidade catarinense de Pomerode, são feitas seis toneladas de linguiça Blumenau por semana. Ainda que seja fácil encontrar o ingrediente em pratos de restaurantes do Sul e Sudeste, apenas 10% sai do estado catarinense. “Nosso maior mercado é interno. Algumas marcas de Curitiba também produzem uma linguiça parecida, mas com consistência mais para a nossa linguiça patê, que leva 60% de gordura e é mais mole”, explica Rolf.
Rolf e Luiz Bérgamo compraram a Embutidos Olho em 2006 depois que Nelson Zilszdorf comprou a empresa da massa falida da Indústria Weege. Os sócios voltaram a produzir a famosa linguiça Blumenau em 2006, quando deram uma guinada na apresentação do produto.
“Chamamos chefs para desenvolver receitas com a linguiça. Ela deixou de ser usada só no pão no café da manhã e da tarde e entrou em risoto, lasanha, molhos, pizza, hambúrgueres”, contou Rolf. A “gourmetização” da linguiça Blumenau possibilitou que o produto conquistasse mercados em regiões que não foram colonizadas por alemães.
Receitas
LEIA TAMBÉM