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Mimosa, mexerica, morgote ou ponkan: você sabe a diferença?
Os dias frios chegaram e com eles a deliciosa época de mimosa, mexerica, ponkan, bergamota. São muitos os nomes, mas é tudo a mesma coisa? Quase. Todas são chamadas de tangerinas e pertencem a um grupo de frutos cítricos, originárias da planta citrus. A grande variedade de nomes fica por conta de cada região.
Paulo Andrade, que é engenheiro agrônomo do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura, explica que são quatro os principais tipos de tangerinas: a tangerina ponkan, a tangerina montenegrina, a murcote (ou morgote) e a mexerica.
As tangerinas são frutas de colheita de inverno, em geral entre os meses de abril a julho, e que tem como característica a facilidade de descolar a casca e os gomos, diferente das laranjas que têm a casca mais aderida. No Rio Grande do Sul, as tangerinas também são chamadas de bergamota. São quatro as variações de tangerinas (ou bergamota para os gaúchos): ponkan, montenegrina ou mimosa, mexerica e murcote ou morgote.

A mais comum das tangerinas é a ponkan. “Ela é de tamanho maior, tem a casca mais grossa, a coloração laranja mais amarelada e são, em geral, bastantes doces”, explica Andrade. Depois, temos a montenegrina, que é da região de Montenegro, no Rio Grande do Sul. “São um pouco menores, de cor mais laranja avermelhada. Também são chamadas de mimosa, no Paraná e em Santa Catarina.”
Outro tipo de tangerina é a mexerica, que tem o aroma característico mais forte, por isso também é conhecidas como cheirosinha. “O fruto é menor e pode ser colhido relativamente verde”, diz. A última variação é a murcote (ou morgote) que é, na verdade, um híbrido da tangerina e da laranja. “Por isso, a casca é mais aderida, mas os gomos descolam fácil”.
Tangerina traz o sabor cítrico para as preparações
O chef Ivan Lopes, do restaurante Mukeka Cozinha Brasileira, explica que na cozinha a tangerina mais usada é a ponkan, por ser menos ácida, mais adocicada e ter o aroma mais suave. “É uma fruta bastante versátil, que traz o frescor e esse toque cítrico para os pratos e bebidas. Já usei para molhos para acompanhar peixes, em saladas, na caipirinha, em drinques”. Para sobremesas, o chef indica usar a fruta fresca em preparações como compotas, saladas de frutas ou sorvetes.
Já o chef Giuliano Hahn, do Armazém Santo Antônio, prefere usar a mimosa em seus pratos e criações. “Por ela ter um sabor mais acentuado, gosto de brincar nas composições”, conta. Entre as sugestões do chef estão usar a fruta para fazer geleias, compotas, sucos e bolo de tangerina. “Outra boa combinação é com ingredientes mais gordurosos que contrastam com o cítrico da mimosa, como um porco, a pancetta, foie gras ou ainda com queijos como brie e queijo de cabra.”