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Produtos & Ingredientes

Curitiba agora tem delivery do açougue vegano paulista No Bones

Marina Mori
22/01/2020 11:00
Em 2015, se contassem para Marcella Izzo que no ano seguinte ela deixaria o escritório de arquitetura para se tornar chef proprietária de um açougue vegano em São Paulo com franquias em outras quatro cidades brasileiras, inclusive Curitiba (PR), ela provavelmente não acreditaria. Naquela época, a jovem de 24 anos estava engajada em uma causa particular: encontrar alimentos no mercado que fossem uma alternativa nutritiva e saborosa à proteína animal.
Marcella Izzo, chef proprietária do açougue vegano No Bones. A marca funciona como delivery com centros de distribuição em quatro cidades: São Paulo (SP), Curitiba (PR), Itajubá (MG) e Niterói (RJ). Recentemente, entrou para a rede de supermercados Pão de Açúcar. Foto: Divulgação
Marcella Izzo, chef proprietária do açougue vegano No Bones. A marca funciona como delivery com centros de distribuição em quatro cidades: São Paulo (SP), Curitiba (PR), Itajubá (MG) e Niterói (RJ). Recentemente, entrou para a rede de supermercados Pão de Açúcar. Foto: Divulgação
“O problema era que tudo o que eu experimentava – as salsichas, linguiças e hambúrgueres – era feito à base de soja. Tinha tudo o mesmo gosto”, conta ela. Para suprir a própria necessidade, Marcella começou a testar receitas mais criativas em casa. Então olhou para a ensacadeira de salsichas do pai, à frente de um açougue convencional, e fez o teste com um recheio de grãos e vegetais. Deu certo.
Depois, passou à hamburgueira. E não parou mais. Em 2016, Marcella transformou a garagem de casa em uma lojinha com os produtos congelados. Com a ajuda do noivo e sócio, Bruno Barbosa, organizou um evento de inauguração. “Fiz dois mil itens sozinha, entre hambúrgueres e linguiças à base de grão de bico e ervilha. Esgotou tudo em menos de duas horas”, relembra a empresária.

Picanha de beterraba e costelinha de cogumelos

A alta demanda por alimentos veganos mostrou uma lacuna no mercado em 2016. Não à toa, foi neste período que os primeiros comércios do tipo surgiram no mundo — o estadunidense Herbivorous Butcher, inédito nas Américas, o VegAninha, em Curitiba, e a marca carioca Açougue Vegano. Em 2018, o Instituto Ibope realizou uma pesquisa nacional que mostrou um dado significativo: 14% da população, cerca de 30 milhões de pessoas, são adeptas ao vegetarianismo.
Sem pensar duas vezes, Marcella investiu em um cardápio mais variado, assim como a expansão de sua marca. Hoje, o No Bones – The Butcher Vegan Shop funciona essencialmente como delivery e está presente na forma de franquias, em centros de distribuição, em Curitiba (PR), Itajubá (MG), Niterói (RJ), além de São Paulo (São José dos Campos e capital).
Recentemente, entrou para a rede de fornecedores dos supermercados Pão de Açúcar em São Paulo. A única loja física fica no bairro paulista Perdizes. Lá, é possível provar preparos como o mushroom ribs, uma releitura das costelinhas de porco ao molho barbecue feita com cogumelos eryngui moldados à mão.
Mushroom ribs do No Bones - The Vegan Butcher Shop. Os cogumelos são moldados no formato da tradicional costelinha de porco defumada. Foto: Divulgação
Mushroom ribs do No Bones - The Vegan Butcher Shop. Os cogumelos são moldados no formato da tradicional costelinha de porco defumada. Foto: Divulgação
Ao todo são mais de 20 opções, entre elas seis de hambúrguer (como o de feijão azuki, cenoura e ervas e o de lentilha com gengibre) e quatro de linguiças/salsichas (espinafre com funghi, tomate seco ou de alho, inspirada na alheira portuguesa), além da carne de jaca desfiada e da coxinha de brócolis.
O destaque, porém, fica por conta dos “cortes” especiais, como a “picanha”. Feita à base de arroz cateto vermelho, beterraba e fumaça líquida, é moldada como a picanha verdadeira, inclusive com a capa de gordura típica do corte bovino.
“Criamos essa casquinha da picanha vegetal com polvilho e batata. Fica tipo um pãozinho de queijo”, explica Marcella. Custa R$ 39,90 e vem acompanhada de batatas rústicas – serve até duas pessoas e fica pronta em quatro minutos na chapa ou em 25 no forno.
Picanha vegetal do No Bones. Foto: Divulgação
Picanha vegetal do No Bones. Foto: Divulgação

Carne “de mentira”

Quando questionam Marcella por criar uma marca de alimentos veganos inspirados na carne “de verdade”, ela já tem a resposta na ponta da língua. “Desde o começo a ideia era fazer uma substituição da proteína animal para ajudar principalmente as pessoas que estão fazendo essa transição [para o veganismo]”, explica.
“Tem pessoas que não gostam e não entram, não são nosso público. Nosso conceito é fugir do verde, do empório vegetariano”.
Serviço
No Bones – The Vegan Butcher Shop
Site para pedidos.
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