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Produtos & Ingredientes

Cozinha Plant Based, conheça o movimento baseado em vegetais e sementes

Simone Mattos, especial para Bom Gourmet
06/08/2018 15:09
O termo Plant Based pode soar estranho para muita gente, mas seu conceito certamente já está presente em várias cozinhas. É uma culinária baseada em vegetais e alimentos em sua forma mais natural, focada principalmente em verdes e sementes. Algo que vai além da gastronomia e que envolve sustentabilidade e saúde.
O chef de cozinha Reinhard Pfeiffer, autor do livro Brasilidades e estudioso do assunto, defende que a dieta Plant Based não é um modismo passageiro. “Vai muito além disso, é a busca por uma conexão maior consigo e com o planeta, uma consciência a ser respeitada”, resume.
Moqueca de cogumelos e algas com fruto de pupunha. Foto: Alysson B.Silva
Moqueca de cogumelos e algas com fruto de pupunha. Foto: Alysson B.Silva
Pfeiffer explica que o conceito é relativamente novo, tem menos de dez anos, e é mais complexo do que simplesmente uma dieta vegetariana. “Envolve o completo aproveitamento do alimento, provindo de uma fonte que gere renda ao agricultor orgânico, além de focar na gastronomia funcional, preventiva de doenças”.
Na prática, o movimento inclui todos os vegetais, como cereais, raízes, grãos, leguminosas, oleaginosas, frutas, legumes, verduras e hortaliças. “Para uma dieta balanceada, é necessário equilibrar e combinar estes alimentos, levando em conta seus carboidratos e proteínas necessários”, ensina.
Outro fator importante da cozinha Plant Based é valorizar os alimentos por inteiro, o que inclui aproveitar todas as partes dos ingredientes, desde as folhas, passando pelos caules, até cascas e raízes. É desperdício zero na cozinha, onde tudo é aproveitado em preparos diferentes.
Mas a busca extrapola o bem estar físico e visa também a procedência do alimento e outras ações sustentáveis, como carregar a sua própria sacola de mercado e usar canudos de metal, por exemplo. “Ou seja, trata-se de cidadãos esclarecidos de suas responsabilidades”, diz.
Foto: Amanda Luder/Gazeta do Povo.
Foto: Amanda Luder/Gazeta do Povo.
Para o chef, embora seja uma tendência mundial, o Brasil está à frente no assunto, por associar as plantas alimentícias não convencionais (Pancs) como base da nova dieta. “Espécies como ora-pro-nóbis, jambu, bertalha, dente-de-leão, capuchinhas e jambu estão bem mais populares e aceitas pelas pessoas”, comenta.
Outro fator, segundo Pfeiffer é que o número de adeptos do vegetarianismo tem aumentado muito no país. Segundo dados divulgados neste semestre pelo IBGE, o Brasil conta com aproximadamente 30 milhões de vegetarianos (14% da população). Em Curitiba, a porcentagem é de 16%, o que significa que há mais de 300 mil vegetarianos na cidade.
“Temos aqui muitos bons fornecedores locais de alimentos orgânicos e produtores de Pancs, para os que se aventuram na cozinha”, afirma. “Curitiba também conta hoje com mais de 25 restaurantes e cafés que vivem esta proposta e atendem a este público tão exigente”, diz o chef, que acaba de criar o Curitiba Santé, um roteiro gastronômico que une locais interessados em aliar gastronomia, saúde e qualidade de vida.

Mercado Municipal de Curitiba

No festival gastronômico que comemora as seis décadas do Mercado Municipal, o tema Plant Based será abordado também pela padeira artesanal e confeiteira Paola Perotto, da Beebread. “Eu sempre gostei de trabalhar com esse conceito na panificação artesanal, com ênfase em fermentação natural”, informa.
Mercado Municipal de Curitiba comemora aniversário com Festival gastronômico. Foto: Daniel Castellano / SMCS
Mercado Municipal de Curitiba comemora aniversário com Festival gastronômico. Foto: Daniel Castellano / SMCS
“Nosso pão é composto por farinha orgânica, água, fermento natural e sal. As horas de fermentação natural são o mais importante para ter um bom resultado”, afirma. Ela conta que, além do uso de fermento natural, também costuma acrescentar algum legume assado à massa.
Para Paola, a cozinha Plant Based está sendo bem aceita pelas pessoas principalmente por ter um resultado funcional no organismo. “É algo novo, que vai além da alimentação, trata-se de um resgate”, resume Paola.
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