Thumbnail

Produtos & Ingredientes

Comida saudável aquece o mercado

Roberta Gonçalves, especial para a Gazeta do Povo
27/06/2016 19:27
Geleia orgânica de bisnaga da Engenheiro da Terra. Foto: Roberta Gonçalves.
Geleia orgânica de bisnaga da Engenheiro da Terra. Foto: Roberta Gonçalves.
Chaves de casa, documentos, cartões de crédito, batom e bisnaga de geleia de limão siciliano. Esses itens são indispensáveis na bolsa de Catherine Bonaventure, sócia-proprietária da fabricante de geleias orgânicas Engenho da Terra, localizada em Conceição dos Ouros, sul de Minas Gerais: “A geleia é muito prática para levar na bolsa e usar a qualquer hora, sem risco de contaminação, porque não precisa de faca nem de colher”. Catherine estava entre os expositores da Feira Internacional de Produtos Orgânicos e Agroecologia, a Bio Brazil Fair – Biofach America Latina, e Naturaltech – Feira de Alimentação Saudável, Suplementos, Produtos Naturais e Saúde, realizadas entre 8 e 11 de junho, em São Paulo, no Pavilhão da Bienal do Ibirapuera. Além das geleias, outras tendências revelaram iguarias como coxinha hare krishna indiana de jaca verde e pipoca de sorgo (um tipo de grão mais nutritivo do que a soja e o milho).
Disponíveis em bisnagas de alumínio reciclável, as geleias estão no mercado há um ano e surgiram de maneira inusitada: “Estava tomando banho e, enquanto usava a bisnaga de shampoo, pensei: ‘Por que não também com geleias?’”, lembra Catherine. Hoje, o produto é vendido para todo o Brasil em 12 opções (veja abaixo). Este ano, foram lançados os sabores de geleia de tomate com pimenta dedo-de-moça e geleia de banana. Renata Giuliani, chef de cozinha curitibana formada pela Failte Ireland Culinary, na Irlanda, dá dicas vegetarianas para quem quiser usar a geleia de tomate com pimenta: “É um sabor agridoce, então combina bem com queijo vegetal, hambúrguer de berinjela ou de grão de bico. Também fica ótimo com falafel assado ou frito. Para 2017, Catherine, fabricante das geleias, adianta que há previsão de outros lançamentos: “Algum sabor que mescle laranja com pimenta ou geleia de carambola, mas ainda não definimos”. Todos os sabores são orgânicos – produzidos sem uso de agrotóxicos ou produtos químicos –  e certificados pela Ecocert, órgão regulador credenciado pelo governo.
Para Renata Giuliani, que também é sócia-proprietária do Natural Café, loja e cafeteria vegetariana, no Água Verde, em Curitiba, os alimentos saudáveis têm ganhado a preferência do público de modo cada vez mais rápido: “As pessoas querem viver mais, por isso, se preocupam mais com o que comem, e não abrem mão do sabor e da praticidade, claro”. Renata destaca que comer bem não custa tanto: “A alimentação saudável é barata, porque se baseia muito em grãos, e os grãos não são caros, além disso, contêm proteína, fundamental para a alimentação humana”.
bio fair brazil feira são paulo alimentação saudavel. Foto: Roberta Gonçalves.
bio fair brazil feira são paulo alimentação saudavel. Foto: Roberta Gonçalves.
Feira Internacional de Produtos Orgânicos e Agroecologia
E se depender da pipoca de grão de sorgo, novidade no setor de snacks saudáveis, as proteínas de Renata estão garantidas: “É uma pipoca mais rica em propriedades nutricionais do que o grão de milho comum. Tem mais proteínas, antioxidantes, não contém glúten e pode ser feita na pipoqueira ou na panela”, explica Reinaldo Stein, representante da Farovitta, empresa localizada em Guaíra, no interior de São Paulo, que produz a pipoca. Um dos cereais mais consumidos no mundo, principalmente na África, os grãos do sorgo, quando transformados em farinha, são usados na gastronomia para a fabricação de pães, massas e bolos. Graças a pesquisas do setor, chegou-se a uma categoria de sorgo para consumo humano, conforme explica Stein: “Originalmente, era aplicado em rações animais. Fizemos um estudo com a Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária e chegamos a um tipo de sorgo que é apropriado para consumo humano, por meio de um processo natural e sem uso de semente transgênica” (veja abaixo onde comprar em Curitiba).
Mas se a pipoca não for suficiente para aplacar a fome, é possível partir para opções mais substanciais, como a coxinha hare krishna indiana recheada de jaca verde. Feita pela empresa Vegnice, de São Paulo, não leva alho nem cebola, é orgânica e usa somente temperos indianos, como curry, açafrão e assa-fétida, planta medicinal . A massa é parecida com aquela de uma coxinha comum. Sandra Rossi, que estava visitando o estande da Vegnice no evento de São Paulo, aprovou a coxinha, mas acha que podia ter menos condimentos: “Achei gostoso, mas é um pouco picante. Prefiro mais suave”, avalia. O sócio-proprietário, Rama das Almas, um ex-monge da Índia, explica que o prato foi criado por um grupo Hare Krishna: “A receita já existe há 25 anos. Mas a coxinha passou a aparecer mais para o público de uns cinco anos pra cá”, observa. Por enquanto, o salgado só pode ser adquirido sob encomenda: “Ainda não comercializamos em lojas ou supermercados. Fazemos serviço de delivery em São Paulo e fornecemos para eventos e feiras”. O ex-monge avisa que pretendem expandir a distribuição ainda este ano para todo o país, lembrando que essa expansão vai além da comida: “Não é só a produção do alimento, mas também os valores que isso envolve, como a proteção ao meio ambiente e aos animais”, ressalta.

Onde encontrar

Geleia de bisnaga da Engenho da Terra (MG).
Preço: R$ 10 a R$ 12
Onde:  Verde & CO. Rua Coronel Dulcídio, 588, Batel (41) 3024-3003 / Empório Quinoa: Av. Rep. Argentina, 334, Lj 01, Água Verde  (41) 3088-3661

 ***

Pipoca de sorgo da Farovitta (SP).
Preço: R$ 7 a R$ 8 (200 g de grão ou farinha de sorgo)
Onde: Villa Verde Orgânicos. Rua Padre Germano Mayer, 679 – Alto da Rua XV – (41) 3026-3028

***

Coxinha Hare Krishna de jaca verde da Vegnice (SP).
Preço: R$ 6
Onde: delivery em São Paulo e fornecimento para eventos.

Participe

Qual prato da culinária japonesa você quer aprender a preparar com o Bom Gourmet?

NewsLetter

Seleção semanal do melhor do Bom Gourmet na sua caixa de e-mail