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Produtos & Ingredientes

Do bacon de baleia à crista de galo: uma viagem pelo mundo por meio de comidas inusitadas

Bom Gourmet, com colaboração de Amanda Lüder
13/07/2017 17:00

Há comidas que à primeira vista podem parecer esquisitas e realmente são para quem não está acostumados com elas. Pratos como ovos centenários ou arenques fermentados, por exemplo, fogem do nosso entendimento. Mas em outros países e culturas, pratos e ingredientes que aqui chamam atenção pelo inusitado, podem ser muito comuns e apreciados.

Um exemplo: se aqui no Brasil, pata, rabo e fuço do porco são comuns na feijoada, na Itália por exemplo usa-se crista de galo para fazer um tradicional prato da região do Piemonte. Se parar para pensar, a diferença não é assim tão grande.

E se por aqui estamos acostumados a comer e apreciar bacon suíno, no Japão, onde há, ou pelo menos havia, abundância de baleias e escassez alimentar após a Segunda Guerra Mundial, os japoneses aprenderam a usar na cozinha o bacon desse cetáceo.

A história de cada país, que pode ter sido influenciada por guerras, escassez econômica e alimentar, obrigou muitos povos a encontrar ingredientes que hoje em dia nos parecem bizarros (e talvez até nojentos), mas que na verdade representam culturas gastronômicas.

Por meio delas é possível conhecer melhor a história de países e povos e fazer uma viagem pelo mundo. Conheça 6 comidas inusitadas do mundo:

Crista de galo

O prato famoso na Europa teve origem na Itália. Há 200 anos, ele já fazia parte de um prato famoso na região de Piemonte, o la finanziera, que além da crista também leva testículos de galo.

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Surströmming

O surstrômming é um prato famoso na Suécia, e consiste em um peixe arenque fermentado extremamente fedido. Ele vem em uma lata e os suecos recomendam que ela seja aberta ao ar livre para que o cheiro não fique impregnado dentro de casa. Uma das histórias que tenta explicar a origem dessa iguaria sueca é a de que, quando o sal era artigo de luxo, decidiram optar pela fermentação utilizando apenas metade da quantidade de sal sugerida.

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Bacon de baleia

O bacon de baleia é um petisco popular no Japão. Ele é cortado em fatias bem grossas. A carne de baleia ficou popular no país asiático depois da II Guerra Mundial por conta da escassez de comida. Entre os anos 50 e 60, essa carne era uma das principais fontes de proteína para os japoneses. Apesar de a pesca de baleias ser proibida em diversos países, no Japão ela ainda é permitida. Além disso, grande parte da carne vem da Islândia, país em que a pesca também é legalizada.

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Tutano

O tutano é uma substância gelatinosa encontrada dentro dos ossos da perna dos animais. Geralmente, os utilizados na cozinha são de boi. Ele tem um sabor intenso e gorduroso, e faz parte da culinária de países como Inglaterra e França. O tutano era fundamental na alimentação dos nossos ancestrais, como os primeiros exploradores do Canadá, do Ártico e da Antártica. Ele pode ser servido diretamente do osso ou usado como banha ou manteiga para frituras.

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Ovos centenários

Apesar do nome, os ovos não têm literalmente um século. São ovos de galinha, pato ou ganso preservados por algumas semanas, ou até meses, em uma mistura de cal, amido de arroz, sal, cinzas e argila. Cientistas estimam que essa técnica popular na Ásia, principalmente na China, exista há mais de 500 anos. Reza a lenda que um fazendeiro que habitava a China rural encontrou ovos de pato preservados em uma piscina enlameada com água e um tipo de hidróxido de cálcio. Ele experimentou, gostou, e depois passou a replicar a “receita” manualmente.

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Escamoles

Escamoles são larvas de uma espécie de formiga chamada Liometopum aniculatum. Esta espécie  tem um tipo de larva maior do que o normal. O prato é popular no México, onde é mais conhecido como “caviar inseto”. A origem desse prato é dos tempos pré-hispânicos, na antiga Mesoamérica. Durante as temporadas de calor, os alimentos ficavam em escassez, e a população começou a coletar o que podia na terra. Assim, descobriram que as larvas se reproduziam de maneira abundante. O prato tem alto valor nutricional, e oferecia a quantidade de proteína suficiente que esses povos precisavam.
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