Avaliamos panetones encontrados em supermercados

Com tantas opções de panetone à venda, fica difícil saber qual desmancha na boca, é macio ou úmido na medida certa. Para apontar algumas características dos panetones (o tradicional, com frutas) vendidos nos supermercados de Curitiba, e ajudar na escolha, o Bom Gourmet organizou uma degustação às cegas.

Além da repórter, outras duas juradas analisaram 16 marcas, sendo que quatro não atenderam aos critérios definidos e não constam nesta lista. Participaram Carolina Garofani – proprietária da Caramelodrama que estudou na escola italiana ALMA, uma das melhores em confeitaria na Europa –, e a administradora Soraya Lima, leitora do Bom Gourmet, apreciadora do pão doce italiano e, que por hobby, faz cursos de gastronomia, pâtisserie e boulangerie.

As amostras dos panetones foram retiradas das embalagens e numeradas. Os jurados provaram e preencheram alguns quesitos como apresentação, textura, aroma, sabor e quantidade de fruta.

Produto de confeitaria feito com técnicas de panificação, o panetone leva três dias para ficar pronto. “São duas fermentações, por isso ele fica aerado. Para que a cabeça do panetone não abatume, pendura-se ele de cabeça para baixo depois de assado e frio, para que a gravidade ajude”, explica Carolina .

Carolina destaca quatro características principais que um bom panetone deve ter: umidade e gordura equilibradas, deve desmanchar na boca, ter uma boa rede de glúten formada por fermentação natural, que confere uma leve acidez à massa. “Quando puxar a massa, o pedaço tem que sair como uma tira, na vertical. É sinal de que a fermentação pode ser natural e que a farinha é forte”, completa. Uma forma de saber é observando o domo do pão: se for liso como o topo de um pão de hambúrguer, não é de fermentação natural, nem desenvolveu o glúten.

Os preços foram coletados em novembro e os panetones não estão ranqueados.

Único em formato oval, o La Veneziana é mais baixo e tem amêndoas e granela de açúcar na crosta, além de damasco e ameixa. Massa úmida. R$ 34,79  (900 g) no Condor.

Com leve cor dourada e crosta lisa, a massa tem pouca resistência ao ser rasgada. Apresenta aroma frutado e essência de laranja.  R$ 14,49 (500 g) no Pão de Açúcar.

Cor dourada na crosta e amarelada no miolo, com filos de glúten bem formados. Massa úmida, mas seca rapidamente ao ser cortado. Aroma de laranja e sabor suave frutado. R$ 49,90 (1 kg e lata decorada) no Festval.

Alvéolos bem formados e rede de glúten bem desenvolvida, que seguram as frutas no domo e no miolo. Aroma agradável, baixa acidez e pouco doce. R$ 12,99  (500 g) no Condor.

Cor dourada na crosta e boa formação de filos de glúten. Massa leve e acidez agradável no nariz e bem doce na boca. R$ 9,98 (400 g) no Pão de Açúcar.

Massa clara e firme, sem resistência ao rasgar. Apresenta essências artificiais de laranja.  R$ 16,98 (500 g) no Condor.

Miolo branco, com massa compacta e crosta grossa. Apresenta aroma e sabor artificiais.  R$ 8,90 (500 g) no Pão de Açúcar.

Massa compacta, com textura úmida. Tem bastantes frutas. Na boca, aparece bem a gordura e é doce. R$ 11,90 (500 g) no Condor.

Com aspecto e textura de bolo, tem alvéolos pequenos, miolo amarelado e uma crosta bem formada. Aroma agradável de baunilha.  R$ 8,99 (500 g)  no Condor.

Compacto e com massa sem elasticidade. O aroma é predominantemente de laranja e na boca aparece bem a gordura. R$ 5,88 (500 g) no Condor.

Miolo claro e a textura lembra um bolo. Aroma de laranja artificial e, na boca, tem pouca doçura.  R$ 9,97 (450 g) no Angeloni.

Massa com textura elástica e boa estrutura. Tem gosto ácido e aroma artificial. Preço sugerido:  R$ 17,49 (500 g).