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Comprar carne on-line sai até 30% mais barato; conheça o açougue virtual
Foi-se o tempo em que era preciso ir até o açougue ou o supermercado mais próximo para garantir uma boa peça de carne. Agora, basta uma pesquisa rápida, alguns cliques, um pouco de paciência e pronto. Do patinho moído à picanha importada, o corte escolhido na internet é entregue sem que você precise sair de casa e com 15% a 30% de economia em comparação aos preços convencionais do mercado.
Esta é a proposta dos e-commerce de açougues, um movimento que tem ganhado força no Brasil nos últimos dois anos. O sistema é bem diferente daquele dos clubes de assinatura de carnes nobres, em que o cliente recebe produtos predeterminados em datas específicas. No novo modelo, o tipo de corte e a quantidade podem ser escolhidos ao gosto do freguês.
“É um modelo parecido com o das empresas de varejo online, como Submarino e Amazon”, explica Eduardo Carvalho, sócio-fundador do Corporate Butcher. Lançado há apenas três meses, seu negócio já tem dado sinais de sucesso. “Estamos chegando à marca de meia tonelada vendida”, diz o empresário, que atende Curitiba e região metropolitana.

Como funciona um açougue online
A lógica é a mesma de um e-commerce de roupas. Você escolhe o que quer comprar, efetua o pagamento e então recebe o produto em casa, só que em um horário predeterminado. À primeira impressão, qualquer olhar de desconfiança é justificável – ao contrário de uma peça feita de tecido, afinal, o produto em questão é um alimento perecível.
Em geral, os açougues online têm parcerias com grandes frigoríficos nacionais e de fora do Brasil. Normalmente os produtos vêm embalados, já porcionados e não há manipulação da carne. Além disso, o cliente pode rastrear o pedido a qualquer momento.
Por que a carne é mais barata?
Os açougues online não têm gastos de aluguel de um espaço físico ou de funcionários. “Um açougue tem que ter no mínimo oito ou nove funcionários. Aqui, somos em três”, explica Márcio Molina, fundador do MeatStore. O serviço, criado há um ano e oito meses em São Paulo, se concentra em uma área de apenas 100 metros quadrados que funciona como armazém. Por mês, vende duas toneladas de carne.
A operação mais enxuta, diz o empresário, possibilita que os preços do site sejam até 30% mais baixos que os de açougues físicos. “Entregamos para todo o Brasil. Depois de São Paulo, os estados que mais fazem pedidos é o Rio de Janeiro e Santa Catarina, mas temos clientes até em Belém do Pará. Dependendo do local, o frete é grátis”.
Em um supermercado, cerca de um quilo de picanha Bassi (marca que usa a carne de bois de raças britânicas criados no Rio Grande do Sul) varia de R$ 89 a R$ 96, segundo Molina. No MeatStore e no Corporate Butcher, a mesma peça custa R$ 75.
Daniel Cirilo, sócio do Big Delivery, de Salvador, cita o exemplo do filé mignon, outro corte muito pedido por sua clientela. Mesmo sendo vinculado a uma rede de frigoríficos com lojas físicas que existe há 35 anos na Bahia, o Frigoríficos Do Mané, os preços da loja online conseguem ser competitivos.
“No mercado, o preço do quilo fica em torno de R$ 49,99 e ainda é uma carne extremamente suja, com pele e outros resíduos. A gente cobra no máximo R$ 41,99 e oferece uma limpeza perfeita, para que a pessoa aproveite 100% da peça”, garante.
É confiável comprar carne pela internet?
Cirilo conta que foi difícil fazer as pessoas confiarem no serviço, lançado há dois anos na capital baiana. “Se mesmo quando você vai até o açougue a carne varia de dia para dia, o que garante que a da internet vai ser aquela da foto? Por causa disso, eu preciso oferecer o produto perfeito”, explica.
Na primeira semana, fez duas vendas: uma para a sogra e outra para o pai. Aos poucos, porém, a demanda foi aumentando. Hoje, tem duas mil encomendas mensais e vende até no atacado para hamburguerias e restaurantes da capital baiana – um deles é o Paris 6. “O que a gente faz é fidelizar o cliente. Quando ele repete a compra, se torna mais fácil mostrar que o serviço é confiável”, diz o empresário.
Ricardo Martins, diretor de marketing da Prime Carnes (SP), aposta no atendimento personalizado. No mercado virtual desde 2010, o açougue é vinculado a duas lojas físicas em São Paulo, uma no bairro Tatuapé e outra em Guarulhos.
Segundo ele, o público não tem muitas ressalvas em comprar carnes pela internet. “As pessoas olham os comentários, ficam atentas e não têm desconfiança. Mas a gente faz questão de mostrar que a peça enviada foi cortada especialmente para a pessoa. Cada cliente recebe a embalagem com uma etiqueta em seu nome, num estilo parecido com o do Starbucks”.

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