Prêmio Bom Gourmet

"Prêmios são um combustível, mas não podem virar comodismo". 5 perguntas para Danilo Takigawa

Filipe Albuquerque, Bom Gourmet
14/10/2025 11:47
Thumbnail
À frente do ASU, um dos 30 melhores restaurantes eleitos (mais uma vez) pelo Prêmio Bom Gourmet 2025 e um dos 100 melhores do país segundo ranking da revista Exame, o chef Danilo Takigawa informa ter um objetivo ambicioso que deseja conquistar no futuro, e que por enquanto prefere manter em segredo. Eleito mais uma vez Chef 5 Estrelas pelo Prêmio, respondeu a cinco perguntas do Bom Gourmet.
Reconhecidamente um dos chefs mais talentosos de Curitiba, Danilo tem oferecido aos clientes do ASU, por meio de menus degustação, a possibilidade de conhecer em detalhes sua cozinha autoral. No currículo, antes de abrir seu próprio restaurante, trabalhou no premiado Manu, da também premiada Manu Buffara, na Vinícola Araucária, no Bobardí. Em 2021, foi finalista do programa Mestre do Sabor, da Rede Globo.
A edição 2025 do Prêmio Bom Gourmet foi apresentada por Gold Food Service, com patrocínio da Porto a Porto e da Tramontina Hospitality.
Melhor chef de Curitiba
1. Você já foi Chef 5 Estrelas em outras oportunidades. Dizem que é mais difícil permanecer no topo do que chegar até ele. O que fazer para permanecer?
Acho que prêmios são um combustível, dão confiança e mostram que estamos no caminho certo, mas o efeito precisa durar pouco para não virar comodismo. O que mais me importa é que esse reconhecimento faça sentido para a equipe, que trabalha muito. Por fim, tenho um objetivo ambicioso, que quero muito conquistar no futuro.
2. O ASU foi eleito novamente um dos 30 melhores restaurantes do Paraná no Prêmio Bom Gourmet e está na lista deste ano dos 100 melhores restaurantes do Brasil da Exame. Algum segredo para estar entre os melhores?
Prêmio é consequência do trabalho diário. Claro que queremos o ASU nas listas, mas nosso norte é outro: objetivos claros e ambiciosos como chef e como empresa, e consistência para chegar lá.
3. Uma de suas marcas são os menus degustação, uma das possibilidades servidas aos clientes no Asu. Que tipo de sensação você pretende suscitar no cliente que escolhe esse menu, e como trabalha na elaboração desse cardápio para alancar os objetivos?
No menu degustação, cozinho o que faz sentido para mim naquele momento. Quem escolhe essa experiência conhece a minha cozinha de forma mais verdadeira. Parto de um ingrediente central, alinhado à estação e ao meu momento, e construo o restante para valorizá-lo.
4. Chefs e restaurantes de Curitiba já são vistos estampando listas de melhores do Brasil e até do exterior. Que avaliação você faz do momento atual da gastronomia da cidade?
Curitiba vive um grande momento: da panificação à confeitaria, há trabalhos excelentes. A valorização, também financeira, é importantíssimo para seguirmos evoluindo. O público local está entendendo isso e ampliando o repertório para além do “mignon com risoto”, reconhecendo técnica e diversidade.
5. Se você pudesse dar uma dica a um iniciante na carreira, o que diria?
No começo, não foque no salário: busque uma casa de referência. Seja humilde, escute, não se vitimize, assuma os erros. Observe os melhores e aprenda com eles. Tenha ambição e senso de urgência para evoluir  e organização sempre.