As mulheres empreendedoras no Brasil são uma verdadeira multidão. Dados de 2019 do Sebrae e da Global Entrepreneurship Monitor (GEM), mostram que 26 milhões de brasileiras estavam empreendendo. Uma projeção desse número para 2023 aponta para mais de 30 milhões. Em cada negócio criado por uma mulher, há uma história, que muitas vezes envolve a superação de uma série de empecilhos.

A categoria Gastronomia que Transforma do Prêmio Bom Gourmet 2023, criada em parceria com o Clube da Alice, foi concebida para celebrar as iniciativas de mulheres empreendedoras na gastronomia paranaense, dando visibilidade para essas histórias.

A categoria foi dividida em três etapas: na primeira, que teve início no dia 23 de maio e foi até o dia 11 de junho, mulheres que fazem parte da comunidade Clube da Alice fizeram as inscrições na categoria; já na segunda fase, uma banca de jurados formada por profissionais indicados pela organização do Prêmio Bom Gourmet, pelo Clube da Alice e por entidades do setor, selecionaram, entre as mais de 30 inscritas, cinco histórias mais representativas do mote da categoria "Gastronomia que Transforma"; e a última etapa é a votação popular, que começa nesta terça-feira (27) e vai até o dia 11 de julho. Para votar, basta acessar premiobomgourmet.com.br

“Chegar nas finalistas foi muito difícil, porque todas as histórias tinham um lado lindo que nos tocava de alguma maneira”, conta Mônica Berlitz, fundadora do Clube da Alice. Junto à Mônica, compuseram o comitê de jurados: Rafaela Boza, consultora do Sebrae/PR; Jaqueline Borges, empresária; Henrique Cassins, Head da FoodCo (foodtech de educação e comunidade para empreendedores da gastronomia); e Millena Prado, Head do GazzConecta (plataforma de inovação e tecnologia da Pinó).

“Todas histórias são maravilhosas, cada uma com seus desafios e obstáculos. As finalistas estão ali por detalhes que fizeram com que elas se diferenciassem das demais. Porém, não estão lá porque foram melhores que as outras, mas estão nessa final representando as demais”, afirma Rafaela.

O Bom Gourmet conversou com as cinco finalistas e conta um pouco da história delas para você preparar o seu voto! É possível votar quantas vezes desejar. Além da categoria Gastronomia que Transforma, o Sabor Popular do Prêmio Bom Gourmet tem outras 27 categorias, de diferentes sabores na cidade, para você eleger os melhores da gastronomia da cidade!  Clique aqui e vote!

Desde muito cedo Andressa já estava no ramo da gastronomia. Aos 15 anos, seu primeiro emprego foi enrolando brigadeiros e, depois, passou a trabalhar em uma empresa de panificação. Ela chegou a abrir a própria panificadoras, mas acabou encerrando esse negócio.

O contratempo não diminuiu a vontade de atuar no ramo. Sete anos depois, abriu o delivery de coffee break e café colonial com a ajuda dos filhos e do esposo. “Depois da experiência da padaria, eu fui entendendo mais da área e vendo o que eu gostava e que dava retorno. Comecei a fazer alguns cursos e hoje a gente produz tudo o que oferecemos no serviço de coffee. Acabei aprendendo e gostando muito”.

A crise durante pandemia de Covid-19, sem eventos, obrigou Andressa a repensar o negócio. Foi nesse cenário que ela passou a oferecer kits individuais para as pessoas comerem em casa e kits para festas menores. “Isso fez o maior sucesso e foi muito importante para a nossa história. Eu vendi muito mais na pandemia do que em qualquer outro momento até então. Foi neste momento que meu negócio se consolidou", conta.

Toda a renda de Andressa vem do café atualmente e sua equipe é composta exclusivamente por mulheres, da produção às entregas. “Gosto muito do impacto de apoiar umas às outras. Somos sete mulheres diretamente envolvidas no negócio e procuro comprar embalagens, cartões e outros produtos para o café de outras empreendedoras”, explica. “Amo o prazer do trabalho árduo e saber que o carinho da comida chega em cada cliente”, completa.

Mãe aos 16 anos, Camila viu nos doces uma oportunidade de ajudar nas despesas de casa. Começou a fazer chocolates no Natal, seguindo a receita de sua mãe de ‘trufa de colher’, e viu que tinha vocação e prazer em adoçar o cotidiano das pessoas.

Mas o percurso como empreendedora é permeado de altos e baixos. Ela fazia os doces em casa com a ajuda do marido nas entregas, quando, em fevereiro de 2018, o até então ‘Império do Brigadeiro’, cresceu e saiu da cozinha para sua primeira loja. “Quando a gente estava se mudando para uma loja maior, meu pai teve o primeiro AVC, com muitas complicações. De lá para cá já foram 19 AVCs. Também nesse período, minha mãe teve câncer e o sustento da casa passou a depender totalmente de mim”, relembra.

Apesar das questões de saúde na família, o negócio seguia crescendo: em 2020 já eram 4 lojas. “Bem no auge da pandemia, eu engravidei e foi uma gestação difícil e de risco. Quando meu terceiro filho nasceu, foi um divisor de águas, naquele momento eu entendi que precisava mudar e desacelerar”.

E muitas vezes a mudança pede uma reestruturação. Dando um passo para trás, Camila fechou a última loja no mês de abril deste ano – e se reinventou. “Agora abri um delivery e uso uma cozinha separada que tenho em casa. Assim, além de adoçar a vida das pessoas, eu consigo cuidar das crianças, do meu pai e ajudar minha mãe”, conta. Para esse recomeço, a Império do Brigadeiro também trocou de nome: agora é ‘Pedacinho do céu’. “A gente fez essa alteração pelos doces, mas também pelo sentimento que ele traz, e até pelo significado que esse recomeço tem pra mim”.

Foi ao ver sua avó, durante sua infância, prezar pela qualidade do que servia, que cozinhar se tornou algo natural para Dani. A perda do pai quando ela tinha apenas nove anos marcou sua vida pelo impacto e tristeza, mas acabou semeando ainda mais a paixão pela confeitaria. “Ganhei de uma tia, para me distrair e ‘esquecer a tristeza’, um forninho que assava bolos pelo calor das lâmpadas. Eu passava horas brincando de fazer bolos”, lembra.

Sempre curiosa, gostava de pesquisar e testar novas receitas, e sua paixão pela cozinha só aumentava. Decidiu investir de fato na gastronomia quando seu descontentamento com sua profissão de formação, a fonoaudiologia, apareceu. “Pesquisei meses e surgiu a oportunidade de fazer um curso online de Naked Cake”, e aí tudo começou, já faz nove anos”.

Dani passou por mais um momento turbulento com o falecimento do marido, em 2022. Agora a confeitaria se tornou definitivamente uma forma de ressignificar a vida e garantir a renda e a satisfação pessoal e profissional.

Essa escolha trouxe desafios, aprendizagem, disciplina e a fez buscar sempre mais. “Hoje, além das encomendas, dou aulas de confeitaria. Das minhas mãos e da minha mente, vem o que eu necessito. E só posso agradecer”, afirma. Atualmente, Dani baseia seu trabalho na personalização do que o cliente irá receber, buscando informações emocionais para fazer o bolo, criando uma doce experiência que se torna inesquecível.

No ramo da gastronomia há 3 anos, o sonho de Danielly Tavares começou quando depois de muito brigar com a balança, decidiu fazer da comida sua aliada e não sua inimiga. “Eu comecei na cozinha da minha casa, em um apartamento de 40 m², dois meses antes da pandemia. Eu nem sabia o que viria pela frente e o quão grande ia ser, ainda mais com criança pequena em casa. Eu estava buscando realmente mudar a minha realidade”, conta. Quebrando com o estereótipo que ela própria mantinha de que “comida saudável é ruim e tem gosto de remédio”, a empreendedora começou a pesquisar o mercado de comidas congeladas para entender o que funcionava ou não. “Os pratos que faço para o meu cardápio foram pensados em praticidade, sabor e comida de verdade. Eu quero levar saúde e sabor em cada prato”, pontua.

Com o tempo, a geladeira de casa foi ficando pequena e seu sonho, cada vez maior. Para entregar mais qualidade, Danielly buscou um curso de gastronomia. “Foram dois anos e meio em que aprendi muito, desde  a escolha de misturas e temperos, técnicas de corte e de congelamento, até a escolha de produto e de fornecedor”, explica. Hoje, em uma cozinha maior, Danielly segue fazendo tudo sozinha, com muita dedicação e capricho, para levar o melhor ao seu cliente. Sua "guerra" com a balança cessou e trouxe uma nova possibilidade de renda e independência financeira.

A Família Fardo Vinícola começou a comercializar vinho diretamente ao público em 2014, mas Justina enxergou uma oportunidade no negócio familiar que ia além do ato de ‘vender vinho’. “Nós oferecíamos vinho para as pessoas que nos visitavam, mas eu comecei a achar que era pouco. A gastronomia era um desejo, porque eu via o vinho como um complemento alimentar. Então, começamos a oferecer frios, e em 2016, criamos a Trina", explica.

Justina foi incrementando a ideia e buscou criar uma experiência gastronômica única para seus clientes.“Eu queria ter pequenas porções de alimentos quentes para substituir os frios ou como alternativa”, conta. Em  2019, passou a desenvolver um projeto de uma pequena cozinha contêiner, mas, por conta da pandemia, a inauguração foi realizada apenas em junho de 2021.

Atualmente, quem visita a vinícola, localizada em Quatro Barras, na região metropolitana de Curitiba, pode degustar vinhos harmonizando com pratos preparados no local. A ideia é degustar três taças (vinhos branco, rosé e tinto) com três pratos diferentes.

A Trina conta com opções frias e quentes e a equipe tem como rotina testar novas combinações para oferecer ao consumidor. “Toda essa experiência que criamos é algo que realmente encanta. Sempre recebemos relatos dos clientes dizendo que se sentem gratificados por poder viver esse momento. E nós também ficamos gratificados em poder oferecer essa oportunidade diferente e gastronômica”, conclui.

Agora que você conheceu um pouco mais as concorrentes na categoria Gastronomia que Transforma, é hora de dar o seu voto. Acesse premiobomgourmet.com.br e vote quanto quiser!