Prêmio Bom Gourmet
"Cada estrela precisa ser honrada todos os dias". 5 perguntas para um Chef 5 Estrelas do Prêmio Bom Gourmet

Lucas Coelho, do Hai Yo, eleito Chef 5 Estrelas no Prêmio Bom Gourmet 2025. Divulgação
Lucas Coelho foi um dos cinco chefs agraciados com a premiação Chef 5 Estrelas do Prêmio Bom Gourmet 2025. À frente da cozinha do Hai Yo, listado como um dos 30 melhores restaurantes do Paraná por dois anos consecutivos, e finalista nas categorias Restaurante em Hotel e Asiático na edição deste ano, o chef é sempre citado, nas rodas de conversas com especialistas na gastronomia curitibana, como um nome que se destaca pela criatividade e qualidade.
Apresentado por Gold Food Service, com patrocínio da Porto a Porto e da Tramontina Hospitality, o Prêmio Bom Gourmet encontrou na tradição da categoria Chef 5 Estrelas a melhor maneira de reconhecer talentos que assinam pratos e cardápios criativos e inovadores.
Com ele, Bom Gourmet inicia uma série, "5 perguntas para um Chef 5 Estrelas". A cada semana, você conhece um pouco mais de cada um dos premiados
, apresentado por Gold Food Service, com patrocínio da Porto a Porto e Tramontina Hospitality.
Como é ser um Chef 5 Estrelas?
Ser um chef 5 estrelas é uma grande responsabilidade. É ter o reconhecimento do trabalho, mas saber que cada estrela precisa ser honrada todos os dias, prato após prato. É gratificante ver a dedicação da equipe se transformar em experiências memoráveis para os clientes, mas também é um lembrete constante de que não existe zona de conforto. Para mim, ser um chef 5 estrelas é viver em busca da excelência, com humildade para aprender sempre e coragem para inovar, sem nunca perder a essência.
Você é chef de um restaurante finalista em 3 categorias este ano (30 melhores restaurantes do PR – também indicado em 2025, Restaurante em Hotel e Asiático). De que modo esse reconhecimento se transforma em impulso para a carreira?
Esse reconhecimento é, antes de tudo, uma validação do trabalho de toda a equipe. Cada indicação mostra que o caminho que estamos trilhando no Hai-yo tem consistência, desde a cozinha, sushibar, bar até o salão. Para mim, como chef, esse tipo de conquista é combustível e reforça a confiança nas escolhas que fiz até aqui, amplia nossa visibilidade e cria novas responsabilidades. É também um convite para continuar evoluindo, estudando e trazendo inovação para a gastronomia. Mais do que um título, esse tipo de reconhecimento é um impulso para consolidar a carreira e levar a cozinha asiática a novos patamares.
Como participante do The Next Chef de 2024, você viveu a noite mais emocionante, quando faltou energia no restaurante em que você e João Fontoura competiam para avançar à fase seguinte. Você se lembra do que sentiu quando aconteceu a queda de energia? Conte resumidamente o que viveu naqueles momentos e o que aprendeu com aquela experiência?
O The Next Chef foi um divisor de águas na minha carreira, foi ali que “coloquei minha cara na janela”. Ali tive certeza de que o sangue de liderança corre nas minhas veias. No dia em que a luz acabou, assumi a operação naturalmente, porque entendi que a cozinha precisava de alguém para segurar as rédeas durante o caos que foi a falta de energia. A competição é sobre sabor e momentos, e fiquei feliz de ver o João vencer aquela disputa, porque no fim é disso que se tratava, conectar com o público de forma afetiva e ele fez isso muito bem. Para mim, a experiência trouxe credibilidade, mostrou a força do coletivo e deixou claro que é possível competir sem perder valores. Não era sobre derrotar alguém, mas sobre elevar o nível de todos. Foi lindo, inesquecível e fundamental na minha trajetória.

Estabelecimentos gastronômicos de Curitiba têm aparecido em listas nacionais importantes de melhores restaurantes, e em alguns casos, até em rankings internacionais. Que avaliação você faz do momento atual da gastronomia da cidade?
Curitiba vive um momento muito especial na gastronomia. Há alguns anos, a cidade já vinha amadurecendo com chefs talentosos, diversidade de propostas e um público cada vez mais aberto a novas experiências. Agora, com o reconhecimento nacional e até internacional, isso se consolida. O que vejo é um movimento coletivo, não é apenas um ou outro restaurante, mas uma cena inteira que cresce, se qualifica e ganha visibilidade. Isso fortalece a nossa cidade como destino gastronômico, gera novas oportunidades e, ao mesmo tempo, aumenta nossa responsabilidade como Chef. O desafio é manter autenticidade, consistência e identidade, para que não seja apenas um momento, mas uma construção sólida para o futuro.
O que é preciso para ser um Chef 5 Estrelas?
Ser um chef 5 estrelas vai muito além de sócozinhar bem. Isso já é esperado de nós para ser reconhecido exige que tenhamos consistência técnica, visão criativa e disciplina, mas também capacidade de liderar pessoas, inspirar uma equipe e entregar uma experiência completa para o cliente. É estar atento a cada detalhe, do ingrediente ao serviço, da gestão do negócio ao clima dentro da cozinha. Um chef 5 estrelas é aquele que equilibra paixão e profissionalismo, tradição e inovação, mas principalmente que consegue transformar a gastronomia em algo memorável e humano, todos os dias.