Bom Gourmet
Preço para comer fora no PR sobe 30% em cinco anos; variação está abaixo da média no país
Pesquisa com 4,5 mil restaurantes em todo o país revela que, em nível nacional, o aumento do preço médio da refeição completa nos últimos cinco anos foi superior ao do salário mínimo. Bigstock
O preço médio da refeição completa fora de casa no Paraná subiu 30% em cinco anos. Hoje, é de R$ 46,48, enquanto em 2019 era de R$ 35,81. Ou seja, 11 pontos percentuais abaixo do aumento do salário mínimo - cenário contrário ao da média nacional, em que o aumento da refeição foi acima do aumento do salário. Os dados são da pesquisa + Valor, feita pela Ticket, marca da Edenred Brasil de Benefícios e Engajamento.
O levantamento, que ouviu 4,5 mil restaurantes em todo o país, revela que, na média nacional, o aumento do preço médio da refeição completa nos últimos cinco anos foi superior ao do salário mínimo. O valor médio de uma refeição com prato principal, bebida, sobremesa e cafezinho em 2019 era de R$ 34,62, enquanto este ano está custando, em média, R$ 51,61, o que representa um aumento de 49%. Enquanto o salário mínimo, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que era de R$ 998 há cinco anos, hoje está em R$ 1.412, acréscimo de 41%.
Na prática, quem recebe cinco salários mínimos tem cerca de 15% de sua renda comprometida com as refeições de almoço e quem recebe três salários mínimos tem em média 24% de comprometimento. Já para quem tem uma remuneração de um salário mínimo, 73% da renda fica comprometida.
“O preço da alimentação fora de casa não acompanha o salário, evidenciando o esforço que os trabalhadores precisam fazer para garantir as refeições nos dias trabalhados", explica Natália Ghiotto, diretora de produtos da Ticket.
Ainda de acordo com o levantamento, uma pessoa que não recebe vale-refeição precisaria desembolsar R$ 1.032,23 por mês para garantir o almoço de segunda a sexta – considerando que o mês possui, em média, quatro semanas. “Isso corresponde a 73% do salário mínimo. Se somarmos o preço médio da cesta básica, que segundo o Dieese (Departamento Sindical de Estudos Socioeconômicos) é de R$ 709,28, essa conta sobe para R$ 1.741,51, ou seja, 123% do valor do salário”, revela Natália. “Com a pesquisa + Valor, nosso objetivo é apresentar às empresas um panorama do setor de alimentação, auxiliando em suas estratégias quanto ao valor do benefício concedido às pessoas colaboradoras”, completa Natália.
Na análise regional, o Sudeste é o local em que cinco refeições no horário do almoço por semana mais pesam no bolso do trabalhador, onerando 77% do salário mínimo, enquanto o Norte e o Centro-oeste dividiram a última posição, com 64% do valor total do salário.