Plantão
Vigilância Sanitária apreende alimentos vencidos no Rock In Rio
Trinta e quatro bares e restaurantes do festival Rock In Rio, que começou no dia 27 de setembro no Rio de Janeiro, foram autuados pela Vigilância Sanitária por venderem alimentos contaminados, operarem sem licença sanitária ou manipularem os preparos sem os cuidados obrigatórios de higiene. O balanço parcial divulgado nesta sexta-feira (4) aponta ainda que alguns dos estabelecimentos armazenavam a comida em temperatura inadequada e não tinham a rastreabilidade dos ingredientes.
Os nomes dos serviços autuados não foram divulgados pela Vigilância. No total, são 230 pontos de serviço licenciados no evento, entre serviços e alimentação.
O balanço final sairá na segunda-feira (7) após o fim do festival. Por ora, seis dos 34 estabelecimentos autuados estavam vendendo comida imprópria para consumo. A análise de alimentos servidos por um catering (fornecimento de refeições prontas), um restaurante e um bar identificou a presença de coliformes fecais da bactéria Escheriachia coli.
Segundo a revista Veja, foram descartados dez quilos de alimentos na quinta (3): cinco quilos de carne, três quilos de brownie e dois de tabule. O protocolo da Vigilância Sanitária é fazer a apreensão até o responsável apresentar a procedência e fazer o descarte caso não haja informações sobre fabricante, distribuidor e ingredientes.
“Todos associados à falta de higiene na manipulação de alimentos, por uma mão mal lavada, uma luva usada por muito tempo ou até pela manipulação de dinheiro e alimentos ao mesmo tempo, uma das maiores causas de contaminação”, explica Marissol Figueiredo, coordenadora de eventos da Vigilância, ressaltando ainda que sete estabelecimentos operavam com funcionários sem a capacitação oferecida gratuitamente pelo órgão.
Em nota, a produção do Rock In Rio afirmou que realizou treinamentos dos funcionários com a Vigilância Sanitária “com foco nas normas e condições de higienização, armazenamento e manipulação de alimentos”, e que cabe ao órgão a fiscalização dos procedimentos adotados pelas empresas de alimentação durante o festival. A organização do Rock in Rio diz, ainda, apoiar o trabalho da Vigilância Sanitária e reforça a “importância de seus parceiros atuarem dentro da operação adequada e exigida pelo órgão”.
Reincidência
Na última edição do Rock In Rio, em 2017, a Vigilância Sanitária recolheu mais de 600 quilos de comidas contaminadas ou fora dos padrões para o consumo, como sanduíches, queijos, linguiças, embutidos, cogumelos, churros, carne de sol, especiarias e hambúrgueres. Entre os alimentos, estavam cerca de 160 quilos de queijos e linguiças produzidos pela chef Roberta Sudbrack, descartados por falta do selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF) para alimentos de origem animal. O restaurante da chef no Rio de Janeiro (RS, as iniciais da chef) detinha uma estrela Michelin naquele ano.
No mesmo festival, o empresário Jayme Barreto Drummond, do Laguiole, foi às redes sociais expor que perdeu 40 quilos de sanduíches recém-preparados por causa de um tempero que não continha o CNPJ do estabelecimento onde foi comprado.
Cuidados
A Vigilância Sanitária informou que fez a capacitação de 2,6 mil profissionais dos serviços de saúde e alimentos que operam nesta edição do Rock In Rio. “Mais do que infracionar, reforçamos as orientações sobre os cuidados básicos que ajudam a minimizar os riscos, falando da necessidade dos profissionais fazerem a nossa capacitação em boas práticas de higiene e aplicarem os conhecimentos passados por nossos técnicos”, completa Marissol.
O órgão recomenda que os participantes do festival lavem bem as mãos antes de consumir alimentos e após utilizar os banheiros, não comprem comidas ou bebidas em comércio clandestino e se mantenha hidratado com água filtrada ou mineral. Veja o que fazer em caso de intoxicação alimentar por alimentos e ainda como prevenir que utensílios de cozinhas sejam contaminados.