Plantão
MasterChef: episódio teve dedo cortado e prato com vísceras
O décimo episódio do MasterChef Brasil, exibido na noite do dia 9 de maio, foi marcado por fortes emoções. Durante a prova de eliminação, o representante do Paraná Vitor Bourguignon machucou o dedo enquanto cortava uma mandioca. Ele precisou deixar a prova para receber atendimento médico e levar três pontos no ferimento. Mais tarde, teve a chance de voltar ao estúdio do programa e finalizar a prova. Ele continua na disputa pelo prêmio.
Os temas das duas provas também causaram tensão entre os participantes. Na primeira, eles precisaram preparar vísceras. A segunda foi marcada pela cozinha amazônica, com ingredientes exóticos de Belém do Pará.
Primeira prova
A primeira prova surpreendeu e assustou os competidores do MasterChef. Cérebro, coração, pênis, testículo, bucho de boi eram alguns dos itens que compunham as caixas misteriosas. O objetivo da prova era reforçar a importância do combate ao desperdício de comida. “É muito importante saber aproveitar 100% do alimento”, lembrou o jurado Henrique Fogaça. “Se vocês tivessem que matar o frango, vocês não iam pegar só o peito de frango pra fazer grelhadinho”, reforçou Paolla Carosella. Os competidores precisaram fazer pratos que deixassem os miúdos em evidência. O tempo de mercado foi de 3 minutos e o preparo durou 1 hora. A jurada Paolla Carosella cozinhou junto com os participantes e preparou um miolo à a milanesa com purê de couve-flor e salsa verde, aprovado pelos jurados Fogaça e Jacquin.
Pratos da primeira prova
A maioria dos participantes utilizou cérebro e fígado nos pratos. Ana Luiza fez uma entrada de patê de fígado e rim envolto em bacon com purê rústico de tomate e chips de batata. O prato teve o sabor elogiado e foi considerado o melhor pelos jurados. Também se destacaram Leonardo, que preparou fígado selado com purê de abóbora e vegetais assados, e Aderlize, que cozinhou um coração ao molho de vinho acompanhado de purê de batatas. O prato recebeu elogios dos jurados. “Simples, bem resolvido e bem pensado”, frisou Paolla. Os três garantiram a vaga no mezanino.
O grande erro da prova foi o ponto das vísceras. Fabrizio preparou cérebro empanado com bacon, cogumelos e molho de mostarda, que foi criticado pelos jurados por estar cru. “Esse aqui é o cérebro que foi feito sem usar o cérebro”, reprovou Jacquin. Também cometeu o mesmo erro Douglas, que optou por cérebro empanado com vegetais assados e molho teriyaki, prato que aborreceu os jurados. “É um insulto”, reclamou Paolla.
Mirian escolheu preparar fígado com cebola caramelizada acompanhado de arroz e jiló assado. O prato não agradou os jurados, que reclamaram do ponto do fígado e da falta de sabores. Já Yuko fez um patê de cérebro, fígado e champignon com coração cozido em ervas e queijo coalho, que surpreendeu os jurados pelo sabor, mas deixou a desejar na apresentação.
Como preparar cérebro
Por conta dos erros no preparo do cérebro, os jurados deram dicas de como o miúdo deve ser feito. Antes de cozinhar o cérebro, é preciso colocá-lo em um pote com água gelada com vinagre ou limão para eliminar o sangue e as membranas. Depois, a dica é fazer um pocher, método de cocção em que se utiliza uma pequena quantidade de líquido quente, com temperatura abaixo da ebulição. Para finalizar, o prato pode ser frito.
Prova eliminatória
A prova eliminatória teve como temática comida brasileira, de Belém do Pará. Os participantes tiveram que cozinhar pratos livres com ingredientes exóticos, como aviú, bacuri, jatobá, cumaru, cachaça de jambu, tucupi, farinha d’água, goma e maniva, folha venenosa da mandioca que é cozida até que o veneno seja eliminado. Os alimentos foram apresentados pelo chef Thiago Castanho, cuja participação rendeu suspiros e aplausos dos participantes. “É um dos chefs brasileiros que mais valorizam os produtos que o Brasil tem”, disse Fabrizio com admiração. A prova durou 1 hora, mas Fabrizio, Mirian e Douglas perderam 15 minutos porque foram classificados como os piores da primeira prova. O tempo de mercado foi de 3 minutos.
Depois de apresentar pratos autorais com ingredientes exóticos, o chef convidado acompanhou as ideias dos concorrentes e deu dicas. “Tentem pensar como um nortista pensaria. Simples não é simplório. Simples é complexo”, aconselhou o Castanho, que foi responsável por indicar os três pratos que se destacaram.
Acidente
Passados 10 minutos do tempo de prova, Vitor Bourguingon cortou o dedo enquanto fatiava uma mandioca. O ferimento sangrou muito e ajuda médica foi solicitada. “Você vai ter que ir para o ambulatório. Do jeito que está não dá pra ficar”, ressaltou a profissional dos bombeiros. “Eu não posso deixar você continuar desse jeito. Vamos cuidar da sua saúde primeiro”, priorizou a apresentadora Ana Paula Padrão. A situação abalou Vitor, pela possibilidade de sair do programa. “É desesperador, parece que eu estou em um pesadelo”, lamentou o participante. Os demais participantes também ficaram tensos durante o resto do desafio. Aderlize, que já estava no mezanino, passou mal ao ver o sangue do ferimento e precisou deixar o estúdio. Nayane e Victor V. se atrapalharam nas bancadas e deixaram queimar panelas.
No momento da eliminação, Vitor Bourguingon, que precisou levar três pontos no dedo, voltou ao programa e recebeu a chance de retomar o seu prato. O restante dos participantes subiu para o mezanino e aplaudiu Vitor, que foi o primeiro concorrente da história do programa a cozinhar sozinho nas bancadas. “Estou bem emocionado de fazer essa prova. Para quem não tinha nada, isso aqui é tudo”, comoveu-se o participante.
Vitor preparou um nhoque de banana-da-terra com ragu de pato no tucupi, prato que arrancou elogios dos jurados e garantiu a Vitor um lugar no mezanino. “Nessa competição fica quem tem talento para cozinhar. E evidentemente você tem. Porque fazer o que você fez com um dedo a menos é para quem tem talento e coragem”, destacou Paolla. “Ficou bom. Eu nunca faria isso [esse prato] que você fez, você é um doido”, completou Jacquin. O participante comemorou o desempenho: “com certeza eu saio mais forte emocionalmente dessa prova”.
Pratos da prova eliminatória
Além do prato de Vitor, outros preparos também foram bastante elogiados. Ficaram entre os três melhores Deborah, Fabrizio e Valter, que venceu a prova. Ele preparou uma moqueca de filhote no tucupi com pirão de camarão, que agradou o chef convidado. “Eu estava tentando achar um defeito em você. Bons ingredientes, simples, peixe e pirão com ponto perfeito”, disse Thiago Castanho ao vencedor. Fabrizio fez um filhote com crosta de castanha-do-pará, calda de carambola e farinha d’água e Deborah optou por cozinhar um ensopado de filhote com arroz de aviú e farofa de farinha d’água.
O peixe filhote foi a escolha da maioria dos participantes. Vitor V. fez filhote marinado na cachaça de jambu com maniva; Nayane optou pelo filhote com crosta e vinagrete de feijão; e Fernando preparou filhote com tapioca de aviú e vinagrete com feijão e sorvete de cachaça de jambu (muito elogiado pelos jurados). Já Taise fugiu do óbvio e cozinhou um bolo de chocolate e cumaru embebido em cachaça de jambu. Todos foram para o mezanino.
Os três piores da prova foram Michele, Mirian e Douglas. Michele se salvou. Mirian, que apresentou um cuscuz com filhote, abóbora, quiabo e banana-da-terra, foi criticada pelo ponto do cuscuz e pela apresentação do prato. Já Douglas preparou uma tortinha com massa de castanha, bacuri com tucupi e leite de castanhas, cujo sabor desagradou os jurados e o levou à eliminação. “O seu prato, Douglas, não dava pra comer. E aqui quem escolhe é o paladar”, declarou Paolla.