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Um dos melhores chefs do mundo desafia cozinheiros do MasterChef
O episódio desta terça-feira (20) do MasterChef Profissionais teve a presença do chef Alex Atala, que desafiou os participantes a prepararem pratos usando apenas ingredientes típicos harmonizados com cafés especiais nacionais. Foi uma prova que os deixou apreensivos por cozinharem para o primeiro brasileiro premiado com duas estrelas Michelin.
Atala propôs aos participantes que olhassem o café não apenas como o encerramento de um jantar, mas um protagonista da refeição. Para isso ele escolheu quatro variedades especiais que foram direcionados aos participantes da prova: Sul de Minas para Heaven, Cerrado Mineiro para Manoela, Mogiana Paulista para Daniel e Orgânico para Rafael. Willian não participou da eliminação, pois ganhou a etapa anterior e subiu para o mezanino.
Se não bastasse harmonizar os pratos com os cafés especiais, os cozinheiros ainda precisaram utilizar apenas insumos nacionais para elaborar as receitas. Os ingredientes estavam dentro da caixa secreta e foram escolhidos pelo próprio Alex Atala, como as três castanhas brasileiras (baru, do Pará e de caju), barriga de porco, queijo de cabra, manteiga de garrafa, algumas variedades de PANCs – plantas comestíveis não convencionais – entre outros.
“A nossa cabeça aprendeu a ler o café apenas como doce, mas a gente pode caminhar para um lado e para o outro. O café e o chocolate são bem diferentes, mas caminham juntos. E por que não em pratos?”, questionou o chef.
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Café na prática
Os participantes tiveram uma hora e 15 minutos para preparar a receita, mas nem todos conseguiram encarar bem o desafio. Atala criticou os participantes por não criarem receitas vegetarianas ou frias usando café. Ele disse que todos foram no básico, usando o grão como um acompanhamento ou detalhe da proteína.
“Eu faria um carpaccio de carne com queijo e café. É muito mais fácil harmonizar a bebida quando a usa na receita”, explicou.
Todos os preparos foram considerados bons por Atala e os jurados, mas Daniel acabou eliminado. Ele preparou uma ovelha grelhada com final de queijo de cabra e baru tostado.
Erick Jacquin afirmou que o prato apresentado mais parecia um cinzeiro, enquanto que Henrique Fogaça não sentiu uma boa combinação entre a carne e os outros ingredientes.
“Só o purê, o baru e o molho eram o prato”, considerou Alex Atala na eliminação. Daniel depois reconheceu que o chef tinha razão, embora sempre considerasse a proteína no topo da pirâmide de um prato. Ele deixou o programa dizendo que passará a olhar melhor para os ingredientes brasileiros em seu restaurante em Campo Grande (MS).
Para o chef convidado e os jurados, o melhor prato da prova foi o de Heaven, com um preparo de barriga de porco ao demi-glace de café e purê de cebola com farofa das três castanhas brasileiras. Atala disse que ficou impressionado com o preparo, enquanto Jacquin logo salientou que o purê o fez pensar em café.
“É um prato delicado, mas ao mesmo tempo tem a presença do café no purê, embora tenha mais gordura do que o desejado por conta da barriga de porco”, explicou Fogaça ao fim da prova. Apesar da crítica, Atala completou dizendo que a gordura na degustação “foi um defeito, mas na harmonização foi uma virtude”.
Bolo espelhado
A primeira prova da noite foi um desafio que nem todos os participantes conseguiram encarar bem. Eles tiveram de fazer um bolho espelhado ou bolo de vidro, uma sobremesa criada pela chef russa Olga Noskova, em que a glaçagem fica reluzente a ponto de parecer um espelho.
A sobremesa é considerada um dos desafios mais difíceis do MasterChef, e costuma assustar os participantes por conta da sutileza e do cuidado que é preciso ter no preparo. Jacquin explicou que o bolo – conhecido na França como entremet – exige o uso de quatro técnicas de preparo: o pão de ló, a mousse, a gelatina e a glaçagem brilhante.
Os participantes tiveram três horas para preparar o bolo, mas eles começaram a prova errando já nas compras do mercado. Willian não pegou os ovos para fazer o pão de ló, Heaven escolheu o açúcar errado para o preparo e uma porção a mais de glucose, que prejudicou Rafael depois.
“É um trabalho que demanda não só muita técnica, mas criatividade na combinação de sabores”, exclamou Paola durante a prova.
A técnica acabou pegando Daniel no meio do preparo, pois esqueceu de colocar gelatina na massa do pão de ló e não conseguiu tirá-lo da forma. Ele desistiu de terminar, pois não conseguiria elaborar outra até o fim da prova. Ele não apresentou nenhum bolo e perdeu 15 minutos na prova de eliminação – o que custou sua permanência no programa.
Já o melhor bolo espelhado da noite foi o preparado por Willian, com uma base de amêndoas, pão de ló de amendoim, morango com mousse de mascarpone e água de rosas. Para os jurados, o preparo dele estava bem equilibrado e surpreendente.
Jacquin vai para a cozinha
No próximo programa, no dia 27, os quatro participantes vão preparar um almoço com Erick Jacquin comandando a cozinha. Eles irão preparar um cardápio tipicamente francês para convidados.